16/01/2017 às 18:37, atualizado em 17/01/2017 às 18:21

Rede de proteção à mulher atendeu mais de 18 mil pessoas em 2016

Vítimas de violência têm auxílio psicológico, social e jurídico, além de atividades de inclusão e de cursos profissionalizantes. Aluna da turma de massagem terapêutica, Ana Maria Neves teve experiência marcante

Por Marina Nery, da Agência Brasília

A Secretaria do Trabalho atualizou o número dos telefones dos centros especializados e dos núcleos de atendimento a famílias e aos autores de violência doméstica.

Em 2016, a Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos atendeu 18.544 pessoas nas unidades da rede de proteção à mulher do Distrito Federal. Nesses locais, as vítimas de violência doméstica recebem orientação psicológica e de resgate da cidadania, além de encaminhamento jurídico. Elas também participam de atividades pedagógicas para se preparar para o mercado de trabalho.

Ana Maria Neves, de 52 anos, foi atendida pela rede de proteção e fez curso de massagem terapêutica.

Ana Maria Neves, de 52 anos, foi atendida pela rede de proteção e faz curso de massagem terapêutica. Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

Fazem parte da rede quatro centros especializados em questões do gênero feminino; nove núcleos de atendimento a famílias e aos autores de violência doméstica; a Casa Abrigo; a Casa da Mulher Brasileira; e a Unidade Móvel de Atendimento às Mulheres Rurais e do Cerrado.

Por intermédio dos centros especializados, que oferecem acolhimento e apoio psicossocial e jurídico, Ildene Sousa, autônoma de 55 anos, teve o incentivo que precisava para se recuperar após sofrer violência doméstica. “Tive apoio total na área psicológica, eu estava muito doente, abalada emocionalmente. Encontrei tudo o que precisava aqui.”

[Olho texto='”Tive apoio total na área psicológica, eu estava muito doente, abalada emocionalmente. Encontrei tudo o que precisava aqui”‘ assinatura=”Ildene Sousa, vítima de violência doméstica” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Ildene foi atendida na Casa da Mulher Brasileira, projeto da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República em parceria com o governo de Brasília. Na casa há acesso facilitado para a delegacia, o juizado, o Ministério Público do DF e Territórios e a Defensoria Pública; promoção de autonomia econômica; cuidado para crianças; alojamento de passagem; e central de transporte.

Capacitação profissional e reabilitação da autoestima

Outra oportunidade são os cursos profissionalizantes do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) Mulheres Mil, do governo federal, executado no DF pela Secretaria de Educação. “Eu tinha acabado de ficar desempregada e estava em processo de divórcio quando fui encaminhada para fazer as aulas”, conta Fernanda Viana, de 38 anos, que concluiu o curso de recepcionista em 2016.

Auxiliar administrativo, cuidador de idoso, recepção em saúde e massoterapia são outras especialidades disponíveis nos quatro Centros Especializados de Atendimento à Mulher de Brasília. Eles funcionam na Casa da Mulher Brasileira e em mais três lugares: Ceilândia, Planaltina e na estação do metrô da 102 Sul.

Ioga e palestras também fazem parte do atendimento. Segundo Fernanda, “o convívio com pessoas que passam pela mesma situação é importante para as vítimas perceberem que há como seguir em frente após o trauma”.

Aluna da turma de massagem terapêutica, Ana Maria Neves, de 52 anos, é outra mulher com uma história marcante amparada pela rede de proteção. “A primeira coisa trabalhada aqui é a autoestima. Depois, temos o incentivo para participar das atividades e não ficar parada. Esse é meu segundo curso e me sinto preparada para continuar a vida”, relata.

[Numeralha titulo_grande=”4.611″ texto=”Quantidade de atendimentos na Casa da Mulher Brasileira em 2016″ esquerda_direita_centro=”direita”]

Os cursos, ministrados até agora a 470 mulheres, têm duração de quatro meses e disciplinas básicas como matemática, português e informática. Ainda não há informações sobre novas turmas.

Atendimentos nas unidades da rede de proteção

Em 2016, houve 4.611 atendimentos na Casa da Mulher Brasileira, incluindo alojamento temporário, transporte e palestras. Nos quatro centros especializados, foram recebidas 2.690 pessoas.

No mesmo período, a Casa Abrigo acolheu 3.949 mulheres vítimas de ameaças e seus dependentes, em local sigiloso e protegido. E a unidade móvel levou os atendimentos para 941 pessoas de diferentes regiões administrativas.

Enquanto isso, os nove núcleos de atendimento a famílias e aos autores de violência doméstica deram orientações psicológicas da rede de proteção à mulher para 5.883 agressores. O objetivo é fazer com que esses homens reinterpretem os atos de violência e se reinsiram socialmente graças a um entendimento de igualdade de gênero. As unidades também prestam atendimento integral às famílias que convivem ou conviveram com situações de violência.

Núcleos de atendimento às famílias e aos autores de violência doméstica

Funcionam de segunda a sexta-feira, das 12 às 19 horas

Brazlândia

Fórum de Brazlândia (Área Especial 4, 1° andar, Setor Tradicional)

(61) 3479-6506

Gama

Promotoria de Justiça (Quadra 1, Lotes 860/800, Subsolo, Setor Industrial)

(61) 3384-7469

Núcleo Bandeirante

Promotoria de Justiça (Setor de Indústrias Bernardo Sayão, Quadra 3, Conjunto B, Lote 2/4)

(61) 3552-2064

Paranoá

Promotoria do Paranoá (Quadra 4, Conjunto B, Sala 111, Grande Área)

(61) 3369-6850

Planaltina

Promotoria de Planaltina (Área Especial 10/A, Térreo, Setor Tradicional)

(61) 3388-1984

Plano Piloto

Fórum Desembargador José Leal Fagundes (Setor de Múltiplas Atividades Sul, Trecho 3, Lotes 4/6, Bloco 1, Térreo, Sala 30)

(61) 3214-4420

Samambaia

Fórum de Samambaia (QR 302, Área Urbana 1)

(61) 3358-7476

Santa Maria

Promotoria de Justiça (Quadra 211, Conjunto A, Lote 14)

(61) 3394-3006

Sobradinho

Promotoria de Justiça (Edifício Sylvia, Quadra Central, Bloco 7, Térreo)

(61) 3591-3640

 

Centros especializados de atendimento à mulher

Funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas

Estação do metrô da 102 Sul

(61) 3223-7264

Casa da Mulher Brasileira (SGAN 601, Lote J, Plano Piloto)

(61) 3224-6221

Ceilândia (QNM 2 Conjunto F, Lotes 1/3)

(61) 3373-6668

Planaltina (Jardim Roriz, Área Especial, Entrequadras 1 e 2)

(61) 3389-8189

Edição: Paula Oliveira