Projeto pioneiro no país, Polaris prevê a atualização de dados de ocorrências em tempo real

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29/11/2011 às 21:05

Inovação na Polícia Civil

Projeto pioneiro no país, Polaris prevê a atualização de dados de ocorrências em tempo real

Por

Suzano Almeida, da Agência Brasília

A direção-geral da Polícia Civil do Distrito Federal apresentou, nesta terça-feira (29/11), o projeto Polaris. O sistema, desenvolvido pela Divisão de Tecnologia (Ditec) em parceria com as divisões de Estatística e Planejamento Operacional e de Inteligência, trabalha com a atualização de todos os tipos de ocorrências tempo real. A novidade está em fase de implantação, mas já será utilizada durante as festas de fim de ano, para que sejam coordenadas ações efetivas de segurança. O programa, pioneiro no país, faz parte do novo policiamento desenvolvido pela Polícia Civil e servirá para a Copa do Mundo de 2014. Foi investido R$ 1,2 milhão na criação do sistema, que estará disponível em todas as delegacias do DF até fevereiro de 2012.

O projeto Polaris prevê a atualização em tempo real das ocorrências registradas por cada delegacia. Elas serão redirecionadas para uma central e, a partir dela, cada agente da Polícia Civil poderá, por meio de uma senha, acessar as informações atualizadas. Dados sigilosos só poderão ser consultados pelo delegado-chefe de cada delegacia.

“Este é um sistema inovador, revolucionário tanto na questão preventiva quanto repressiva, porque vai dar um diagnóstico de tudo que está acontecendo na cidade em tempo real, em termos criminais. Eu acredito que essa será uma das principais ferramentas no policiamento do Distrito Federal”, afirmou o diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Onofre Moraes, que disse ainda que com o sistema será possível deslocar um quantitativo maior para as delegacias que mais possuem ocorrências.

Com o sistema Polaris, os delegados-chefes de cada delegacia de polícia poderão monitorar as áreas mais sensíveis de sua região. Antes o balanço dos locais com maiores incidências de crimes era feito em um prazo mais longo, já que era necessário compilar os dados de cada delegacia e dos tipos de crimes cometidos.

“Antes tínhamos que acessar vários sistemas para depois termos os números. Agora todas as delegacias terão acesso aos dados, incluindo os de delegacias especializadas, como a da Mulher e a da Criança e Adolescente”, diz o diretor-geral.

Segundo o responsável técnico da Divisão de Tecnologia da Polícia Civil Roberto Zandonaide, “esta ferramenta elimina a parte burocrática, que levava meses para ser atualizada”. Ele considera o novo programa uma revolução na gestão, já que será possível colocar mais agentes nas áreas que mais precisarem.

O poder de detalhamento do programa torna possível saber os locais, os horários e os dias em que cada crime é mais frequente. Também é possível saber o gênero preferencial de cada ocorrência, por exemplo, no caso de veículos, os locais e as marcas mais vulneráveis a roubos e furtos. Dados como os endereços dos crimes também serão mapeados.

Com essas informações, as equipes poderão atuar com mais eficácia e mais rapidamente.

Preparação para a Copa de 2014

Com o foco voltado para a Copa de 2014 e aos demais eventos que ocorrerão nos próximos anos em Brasília (Copa das Confederações em 2013, Copa América em 2015 e Olimpíadas em 2016), a Ditec pretende aperfeiçoar os equipamentos de segurança. O projeto Polaris permitirá maior agilidade nas ações de combate a criminalidade.

“Nós estaremos totalmente preparados para a Copa do Mundo. Nossos cientistas estão empenhados no aprimoramento de outros equipamentos de investigação. Tudo isso está sendo produzido pela Divisão de Tecnologia da Polícia Civil”, garantiu Onofre Moraes.

Mudança de filosofia

O diretor-geral Onofre Moraes declarou que o novo sistema também servirá como aferidor para o desempenho das unidades policiais. De acordo com a nova política adotada por sua gestão, as delegacias terão que respeitar critérios de produtividade.

A Polícia Militar também terá acesso aos dados, segundo o diretor. Ele afirmou que o trabalho de segurança deve ser realizado em parceria. “Todo o trabalho é feito em conjunto. A PM terá todo acesso ao banco de dados, com endereços de ocorrências criminais para que possam fazer a parte preventiva deles”, declarou Onofre Moraes.

O diretor-geral afirmou ainda que “esse é o fim das operações empíricas” que, com o atraso na compilação de dados, eram realizadas com resultados nem sempre tão eficientes, já que havia demora na obtenção dos índices. Com a atualização em tempo real será possível um planejamento mais preciso sobre quais medidas devem ser realizadas nos locais de maior vulnerabilidade.