Descentralização das ações, trabalho integrado entre órgãos e uso das redes sociais fazem parte da estratégia que resultou, em 2011, na redução de 88% no número de casos registrados da doença no DF

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20/01/2012 às 03:00

Prevenção à dengue

Descentralização das ações, trabalho integrado entre órgãos e uso das redes sociais fazem parte da estratégia que resultou, em 2011, na redução de 88% no número de casos registrados da doença no DF

Por

    Carlos Rezende, da Agência Brasília

    O Governo do Distrito Federal (GDF) empreendeu, em 2011, uma bem-sucedida operação que resultou na redução de 88% nos casos de dengue registrados no DF. Durante todo o ano, o governo trabalhou na prevenção e no combate à doença, com uma série de medidas que incluíram fiscalizações de residências, avaliações semanais das situações de risco, campanhas nas redes sociais e elaboração de detalhados estudos epidemiológicos (constantemente atualizados) de cada região administrativa, entre outras ações.
     
    Em 2012, o GDF dará continuidade ao ritmo intensificado dos trabalhos. As mudanças observadas na campanha de combate à dengue pelo GDF se destacam pela descentralização do planejamento e da execução das ações, que foram transferidas da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES) para as Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS).
     
    Outros três pontos que contribuíram para o bom êxito do trabalho em curso foram o estabelecimento de um calendário específico para mobilizações populares sobre o tema; a participação de diversos órgãos públicos nas ações, de forma conjunta; e o uso de mídias sociais como Orkut, Facebook e Twitter para a propagação de mensagens sobre a importância da prevenção.
     
    O GDF também enviou cartas de utilidade pública no corpo de e-mails com informações sobre o cenário epidemiológico do DF e com alertas sobre a importância da prevenção. Outra medida foi a parceria com empresas operadoras de celular para o encaminhamento de mais de dois milhões de mensagens SMS para seus usuários.
     
    Em 2011, o Distrito Federal registrou 1.499 casos de dengue, o que representou expressiva diminuição em relação aos 12 mil casos observados em 2010. O número de mortes provocadas pela doença também apresentou queda, conforme mostram dados do GDF: de seis em 2010 para três em 2011.
     
    Epidemia – De acordo com o diretor de Prevenção e Controle da Dengue no DF, Ailton Domício da Silva, em 2010 o quadro era de epidemia da doença no DF. “As ações prioritárias, naquele momento, foram de controle da epidemia que já estava instalada”, contou. “Depois, se iniciou um processo de planejamento e prevenção que culminou com a redução de casos em 2011”, salientou.
     
    A primeira medida, segundo ele, foi marcada pelo decreto que transferiu para os Centros de Assistência Social (CAS) do DF as ações de prevenção, que passaram a ficar sob a responsabilidade de grupos executivos intersetoriais. “O decreto deu início a um processo de planejamento e execução do trabalho com ênfase no perfil epidemiológico e características socioeconômicas da população das regiões administrativas”, afirmou.
     
    Foram instituídas, ainda, as chamadas semanas de prevenção no DF, que marcaram o início de uma agenda semanal de medidas de mobilização no período que vai de setembro (começo das chuvas) a maio (quando tem início a época da seca no DF). “Antes, esse tipo de ação não era prevista em decreto, nem tampouco realizada de modo sistemático”, destacou Domício.
     
    Monitoramento – Além disso, desde fevereiro de 2011, um grupo de inteligência composto por representantes da Diretoria de Prevenção e Controle da Dengue, Vigilância Ambiental, Vigilância Epidemiológica e Laboratório Central de Vigilância Pública passou a monitorar e avaliar situações de risco. “Quando se percebe que há acumulo de transmissões em um bairro ou cidade, nós determinamos ações de urgência nessas áreas para evitar um surto. Isso acontece mesmo quando há apenas casos suspeitos”, enfatizou o diretor.
     
    O trabalho é realizado de forma integrada por agentes de vigilância ambiental, agentes comunitários de saúde e servidores do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), da Agência de Fiscalização do DF (Agefis), da Vigilância Sanitária, da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), da Polícia Militar e das diretorias de ensino.
     
    Medidas para prevenir a dengue
     
    Evitar água parada.
    Sempre que possível, esvaziar e escovar as paredes internas de recipientes que acumulam água.
    Manter totalmente fechadas cisternas, caixas d’água e reservatórios provisórios tais como tambores e barris.
    Furar pneus e guardá-los em locais protegidos das chuvas.
    Guardar latas e garrafas emborcadas para não reter água.
    Limpar periodicamente calhas de telhados, marquises e rebaixos de banheiros e cozinhas, não permitindo o acúmulo de água.
    Jogar quinzenalmente desinfetante nos ralos externos das edificações e nos internos pouco utilizados.
    Drenar terrenos onde ocorra formação de poças. Não acumular latas, pneus e garrafas.
    Encher com areia ou pó de pedra poços desativados ou depressões de terreno.
    Manter fossas sépticas em perfeito estado de conservação e funcionamento.
    Colocar peixes barrigudinhos em charcos, lagoa ou água que não possa ser drenada.
    Não despejar lixo em valas, valetas, margens de córregos e riachos, mantendo-os desobstruídos. Manter permanentemente secos, subsolos e garagens.
    Não cultivar plantas aquáticas.
     

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    Foto: Renata Sousa/SES