Cristina Ávila, da Agência Brasília
O maior felino do planeta, o tigre de bengala, curtiu o feriado de pernas pra cima, em sua confortável jaula no Zoológico. A companheira preferiu se esticar na rede de couro, embaixo das árvores. Os dois pareciam a mais fiel tradução de uma manhã de segunda-feira de Carnaval. Sol quente, perto do meio-dia, o passeio estava cheio de famílias. Crianças animadas ao lado dos pais, apontando os dedinhos em riste para os animais, mas tudo bem devagarzinho. Teriam o dia pela frente.
Tão sossegados como os grandes gatos indianos, cuidando de sua filhotinha Heloise, de seis meses, o casal Washington de Oliveira Neto e Kaiane de Oliveira se aconchegaram na brisa fresca proporcionada por uma tenda esticada na grama. “Parece que foi feita para nós. Porque pensar em Carnaval? Preferimos aproveitar esse tempinho com a família”, disse ele.
Frequentadores do Parque da Cidade, eles resolveram fazer uma visitinha ao Zoológico. “Brasília proporciona essa tranquilidade, em locais perto da natureza”, comentou ainda Washington. “Neste Carnaval, optamos pela família, por um filminho, uma sombrinha, um bebezinho”, riu, contente, Kaiane.
Crianças, bichos, famílias, pipoca, tudo tem a ver com Zoológico. As crianças gostam de ver os animais. Até a pequeninha Sofia, de apenas um aninho, apontou o dedinho miudinho para o gigante elefante. Ela, tão pequena, se deu conta que estava diante de algo que nunca antes tinha visto.
“Ficou de boca aberta”, disse a tia Evanda Aquino. Foram várias pessoas da família para o Zoológico. A mãe dela, Roseli Aquino, e filhos e filhas das duas. “O melhor do Carnaval é o feriado. Fomos para o Rebanhão, a festa cristã que aconteceu em Brasília. Amanhã, vamos de novo”. Foram de carro ao Zoológico na manhã de segunda-feira, mas poderiam ter saído de Taguatinga de ônibus. “A parada fica bem aqui na frente”, mostra a moça.
Os carros fazem fila na entrada do Zoológico. “A gente se assustou quando viu tanto carro. Mas foi rapidinho. Só cinco ou dez minutos para pagar o ingresso”, relata Carlos Thiago Silva Gomes. Ele e a mulher, Taisa Salomão, foram passear com o filhinho Jhuan Pedro, de dois anos. “O movimento hoje está bem grande, mais do que nos finais de semana normais. Tudo funciona muito bem e é bem perto de casa, moramos no Guará. Gostamos muito de vir aqui”, comenta ela. Os três curtiam os macaquinhos pendurados de galho em galho.
Dona Conceição Souza, moradora do Riacho Fundo I, foi ao Zoo para mostrá-lo ao neto que chegou de Goiânia. “Eu não vinha aqui há pelo menos 14 anos. Está tudo diferente. Muito limpo agora! Eu adorei os banheiros. Está muito bom e vai ficar melhor, pois estão reformando ainda mais”. Ela conta que, quando os filhos ainda eram pequenos, eles faziam visitas frequentes, com a escola. “Eu vinha com eles. Fazia galinhada com farinha e limonada”, recorda.
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