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22/02/2012 às 03:00
Com 17 anos de tradição, o bloco carnavalesco envolveu a comunidade de Ceilândia com muitos mamulengos, frevo e marchinhas tradicionais
Ailton Mesquita, da Secom
Durante a tarde de terça-feira (21), os foliões da região administrativa mais nordestina do Distrito Federal fizeram a festa com suas máscaras e sprays de espuma enquanto seguiam o bloco Menino de Ceilândia. Criado em 1995 pela Associação Cultural Menino de Ceilândia, o grupo fez a sua 17ª apresentação no Carnaval da cidade e trouxe como tema a cultura popular, levando muito frevo pelas ruas. Cerca de mil pessoas acompanharam a festa.
A intenção do bloco é oferecer opções de cultura gratuita para o público daquela região, envolvendo a comunidade em projetos da associação. “Somos um ponto de cultura formado por militantes culturais e artistas da cidade. Na sede da associação oferecemos cursos e oficinas. As fantasias, os bonecos, a música e dança que estão no nosso bloco são feitos pela própria comunidade”, explicou o presidente da Associação Cultural Menino de Ceilândia, Ailton Velez.
Ao som do frevo tradicionalmente nordestino, tocado pela jovem Orquestra Popular Menino de Ceilândia, os 20 bonecos gigantes desfilaram pela cidade e se mostraram como a maior atração da festa. O mais ilustre deles é o próprio Menino de Ceilândia, primeiro boneco a desfilar pelas ruas e que acabou dando nome ao bloco.
Enquanto o bloco Menino de Ceilândia partia rumo à concentração, no comércio da EQNM 1/3, um grande palco montado para a festa já tocava clássicas marchinhas de Carnaval com o grupo Fuzuê Candango. No meio da agitação se destacava o baiano Francisco Paulo, que, ao som de Mamãe eu Quero, dançava e fazia manobras com sua cadeira de rodas. “É o quarto ano que participo do bloco. Esta festa aqui é maravilhosa”, festejou.
Durante a concentração, pessoas de todas as idades foram embaladas por uma hora com o melhor do frevo, tocado pela Orquestra Popular Menino de Ceilândia. Com fôlego de sobra, um dos trompetistas da orquestra é o estudante Dawton Teixeira, que também toca o instrumento na banda do Batalhão da Guarda Presidencial. “O bloco Menino de Ceilândia se apresentou na minha escola e despertou meu interesse pela música. Já toco profissionalmente há três anos”, contou.
O axé da banda Obará deu continuidade à festa, enquanto trio elétrico do bloco Menino de Ceilândia percorria cerca de três quadras da cidade, arrastando foliões com a beleza de seus bonecos, dançarinos de frevo, pernas de pau e bateria.
E como o samba também não poderia ficar de fora, quem ocupou o palco do evento foi o grupo Sambrasília. O ritmo brasileiro colocou samba no pé da comunidade até o retorno do bloco, que encerrou as festividades do Carnaval de Ceilândia tocando até a meia-noite.