21/04/2012 às 18:33

Vôlei de praia e reciclagem

Parceria entre FIVB, empresa Recicleiros e cooperativas de catadores garante destino certo para resíduos produzidos na arena de vôlei de praia, instalada no coração da capitalSuzano Almeida, da Agência Brasília

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Lixeiras para o descarte de matérias são separadas
Lixeiras para o descarte de matérias são separadas. Foto: Pedro Ventura

Suzano Almeida, da Agência Brasília

Até amanhã, as estrelas internacionais do vôlei de praia disputam a primeira etapa do Circuito Mundial da modalidade, no primeiro quadrante da Esplanada dos Ministérios. Além de atrair todas as atenções para os confrontos das duplas, a competição mobiliza o público para a reciclagem e gestão de resíduos. Uma parceria entre a Federação Internacional de Vôlei de Praia (FIVB), a empresa de reciclagem Recicleiros e cooperativas de reciclagem do Distrito Federal orienta os torcedores para o descarte correto do lixo produzido durante o torneio.

Quem for assistir aos jogos poderá descartar seus resíduos em duas lixeiras, nas cores pretas para matérias orgânicas e contaminadas (como papéis de sorvete, guardanapos e restos de comida) e recicláveis (caso de plásticos, papéis não contaminados e demais matérias que podem ser reaproveitadas).

A ação tem caráter educativo e social, além de ser uma compensação ao meio ambiente, já que todo o processo de montagem e manutenção da estrutura do evento poluiu o ar com o tráfego de caminhões e o uso de geradores.

O gerente de Gestão de Resíduos da empresa Recicleiros, Rodrigo Aguiar, explica que a intenção do projeto é conscientizar as pessoas que vão à arena da importância de se descartar corretamente o lixo. “Nosso papel em Brasília é tentar conscientizar. Os pequenos quando vêm aqui aprendem a forma correta de jogar o lixo fora e acabam passando para os pais. Assim, teremos no futuro cidadãos mais conscientes.”

Segundo ele, o público que costuma assistir aos torneios disputados em Brasília já está habituado com as lixeiras e realiza o descarte de forma consciente. As novidades para este ano são as lixeiras azuis, utilizadas para o descarte de líquidos, e as bituqueiras, onde são depositadas as pontas de cigarro. “Viajei há pouco para fora do país e vi cidades muito limpas, sem lixo no chão, mas as ‘bitucas’ dos cigarros sempre eram descartadas na rua”, diz o gerente, que completa: “Também estão sendo distribuídas, durante as partidas, bota-bitucas, que podem ser colocadas dentro do bolso, e estão à venda pela internet”.

Cooperativas – A empresa Recicleiros começou a parceria com a Federação Internacional de Vôlei de Praia (FIVB) em 2008, na etapa do Circuito Mundial de Vôlei no Guarujá, em São Paulo. A partir dali, as cidades que receberam as etapas da competição tiveram a presença do projeto. Um detalhe importante é que a iniciativa envolve cooperativas locais. Elas são convidadas a participar da coleta de resíduos. Este ano, em Brasília, participam 32 cooperados da Central de Cooperativas de Materiais Recicláveis do Distrito Federal (Centcoop). Eles farão a coleta e o encaminhamento dos materiais. Os recursos obtidos com a ação serão divididos entre as partes envolvidas, e o material impróprio para reaproveitamento será enviado a um aterro sanitário de Goiás.

Consciência em casa – Rodrigo Aguiar diz que as pessoas que se interessam pela preservação do meio ambiente também podem realizar a coleta seletiva em suas casas mesmo onde não há o serviço. Para isso, as pessoas devem realizar a compostagem dos resíduos com um minhocário. Todo material perecível pode ser colocado no local, para que as minhocas o transformem em adubo, com exceção de carnes e frutas cítricas, que não são decompostas pelas agentes. Já os demais materiais podem ser levados a um posto de coleta voluntário, que dará o destino correto aos resíduos.