13/05/2012 às 14:00

Da Dinamarca para Brasília

Gunnar Mainieri é guia de turismo na capital do país há três anos. Conhece mais a cidade do que muitos brasilienses

Por Thaís Antonio, da Agência Brasília


. Foto:Pedro Ventura

Uma viagem a Portugal mudou o destino do dinamarquês Gunnar Mainieri. Na hora de dar entrada no hotel, sem falar uma palavra em português, contou com a ajuda da brasileira Patrícia que se comunicava em dinamarquês. O ano era 2001 e, dois anos depois, Gunnar já estava casado com a sua “heroína” e de passagem marcada para se mudar para Brasília, terra natal dela. De lá pra cá, ele aprendeu português e aproveitou o fato de ser poliglota – fala ainda inglês, alemão e francês – para investir na carreira de guia de turismo.

Gunnar é cadastrado na Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur-DF). Durante a semana é possível encontrá-lo em um dos seis Centros de Atendimento ao Turismo (CAT) que existem em Brasília. Nos fins de semana, o dinamarquês provavelmente estará acompanhando turistas pela cidade que adotou como sua casa. Gunnar é totalmente familiarizado com os monumentos e as belezas naturais do DF e do Entorno. “Conheço mais Brasília do que a minha esposa e meus sogros, que sempre moraram aqui”, diz.

“Quando cheguei aqui, não gostei. Entrei em uma espécie de choque cultural”, lembra. Ser guia, ele confessa, ajudou a amar a cidade. O local que ele mais gosta em Brasília é o Pontão do Lago Sul. É lá a primeira parada que ele recomenda aos turistas que procuram o CAT. Outro local que ele considera indispensável para quem quer saber um pouco mais da história da cidade é o Memorial JK.

No roteiro tradicional de meio dia, o passeio com Gunnar começa no Estádio Nacional Mané Garrincha, passa pelo Memorial JK, pelo Quartel General do Exército, pela Torre de TV “antiga”, pelo Santuário Dom Bosco e pela Igrejinha Nossa Senhora de Fátima. Quem tem um dia inteiro para conhecer Brasília vai ainda ao Complexo Cultural da República, ao Catetinho, ao Templo da Legião da Boa Vontade, à Catedral Metropolitana, ao Itamaraty,  ao Banco Central, ao Congresso Nacional, à Praça dos Três Poderes,  à Ponte JK e ao Palácio da Alvorada.

O giro, segundo ele, impressiona a todos.  “Brasília é muito interessante. É a cidade com o maior número de monumentos de arquitetura do mundo”, destaca o guia de turismo. “A visão de 360 graus do céu é uma ideia de qualidade de vida do Lúcio Costa, que dizia que o céu de Brasília é o nosso mar”, diz Gunnar, mostrando que conhece mesmo a história da cidade.

A nova atração dos visitantes é a Torre de TV Digital. “É uma construção fantástica, uma beleza. É o novo cartão postal da cidade”, afirma. Em alguns fins de semana, Gunnar acompanha turistas e brasilienses pela estrutura  – há guias cadastrados na Secretaria de Turismo que lá trabalham. “As pessoas ficam maravilhadas”, diz.

Além do céu e dos monumentos da capital, a comida brasileira encanta o dinamarquês. Acostumado com uma mesa menos diversificada – a base da alimentação dinamarquesa é batata e carne suína –, ele se  apaixonou pela culinária do país, que hoje considera a “melhor que existe”.

Atuação – Da criação dinamarquesa, Gunnar não dispensa a pontualidade e a responsabilidade. “Ele procura fazer as coisas sempre bem certinhas”, relata a chefe dele, a diretora de Serviço de Atendimento ao Turista da Secretaria de Turismo do DF, Eliane de Sá Brasil. “O fato de falar muitas línguas amplia a atuação dele como atendente do CAT e  guia de turismo. As pessoas gostam muito do trabalho dele, que é uma pessoa muito doce, muito amável e tem um sotaque um tanto engraçado”, completa.