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19/03/2013 às 21:07
Construção de 12 centros de triagem e fechamento do lixão da Estrutural marcam nova política de coleta de resíduos na capital do país
Os cinco mil catadores de lixo do DF conquistaram, hoje (19), melhores condições de trabalho pelas quais tanto lutaram nesses últimos 12 anos. O marco dessa mudança ocorreu no Museu da República, onde o GDF, representado pela primeira-dama, Ilza Queiroz, formalizou convênios, parcerias e protocolo de intenções que permitem a elaboração de políticas públicas e a celebração de avanços no setor. Estiveram também presentes os secretários de Meio Ambiente, Eduardo Brandão, e de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda, Daniel Seidel.
Uma das principais ações anunciadas foi o convênio entre o GDF (R$ 12 milhões) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES (R$ 21,3 milhões), que destinará recursos para a construção dos 12 centros de triagem nas cidades de Sobradinho e Riacho Fundo, cada um com 40 mil m², e Estrutural, com 80 mil m². Além disso, o dinheiro será utilizado para a capacitação da categoria e a assistência técnica para a gestão dos galpões.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda, Daniel Seidel, nesses locais, os materiais recicláveis poderão ser separados de forma correta, e as condições de trabalho para os catadores serão garantidas. “O valor do entulho reaproveitado, que normalmente pagaríamos para aterrar, irá para o bolso deles. Além de contribuir com a sustentabilidade ambiental, vamos ajudar na renda dessas famílias”, avaliou.
Outra parceria entre a Central de Cooperativas de Materiais Recicláveis do DF (Centcoop) e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) também beneficiou os catadores do DF: dez caminhões que serão utilizados para coleta seletiva dos recicláveis dos órgãos públicos e dos grandes geradores (empresas, hospitais, construção civil, por exemplo) foram entregues durante a solenidade.
Segundo o catador de material reciclável da Cidade Estrutural, Fagner Antônio Jandrey, 30, o evento é a largada da inclusão socioeconômica dos catadores de materiais recicláveis. “Esse momento celebra as conquistas desses trabalhadores obtidas por meio de políticas públicas voltadas à categoria. Agora temos pelo menos o essencial para trabalhar, garantir o nosso sustento e contribuir para a preservação do meio ambiente da nossa cidade”, destacou.
Para a primeira-dama do DF, Ilza Queiroz, representante do governador Agnelo Queiroz, o evento evidencia o compromisso do GDF e do governo federal com a categoria e representa o início desse processo. “O trabalho dos catadores é fundamental para reduzir o impacto ambiental causado pelo modelo de desenvolvimento. A mudança exige adaptação do serviço, com mais exigências previstas em edital. Brasília é a capital que paga o menor preço por tonelada de lixo recolhido. São valores que não dão margem de sobra para que as empresas contratadas possam investir, por exemplo. Mas com essas ações vamos mudar essa história”, explicou Ilza Queiroz.
Mais ações – Com o objetivo de mudar o cenário da política de resíduos sólidos do DF e garantir a inclusão dos catadores nesse processo, o GDF anunciou, ainda, uma série de medidas, algumas já concluídas e outras em andamento. São elas:
– Celebração de convênio assinado entre a Secretaria Nacional de Economia Solidária e a Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda do DF (Sedest) para liberação de R$ 5 milhões, recurso que está sendo investido, por exemplo, na reforma de equipamentos públicos utilizados pelos catadores.
– Conclusão do muro na área que abrigará o Centro de Triagem da Estrutural.
– Assinatura de parceria entre Sedest, Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Universidade de Brasília (UnB) e Instituto de Ensino Superior de Brasília (Iesb) para a implantação do Projeto Phênix, que oferece formação e capacitação aos catadores em três campos – conhecimento jurídico relativo a direitos sociais, mediação de conflitos e formação de redes.
– Parceria entre o Banco de Alimentos da Central de Abastecimento do DF (Ceasa) e as associações e cooperativas de catadores para doação de cestas básicas.
– Entrega de diplomas a 400 catadores capacitados pelo Projeto Cataforte e do selo “Amigo do Catador” a profissionais que se dedicam à inclusão social e econômica dos catadores do DF.