09/05/2014 às 17:16

Alfabetização do DF é reconhecida com certificação nacional

Ministério da Educação concedeu ao GDF selo que atesta o bom trabalho desenvolvido na erradicação do analfabetismo

Por Fábio Magalhães, da Agência Brasília


. Foto: Dênio Simões / GDF

 BRASÍLIA (9/5/14) – O Distrito Federal se tornou a primeira unidade da Federação a receber uma certificação nacional do Ministério da Educação pelo bom desempenho na erradicação do analfabetismo. Um selo, concedido pela pasta a municípios e estados que atingem mais de 96% de alfabetização, foi entregue, nesta sexta-feira (9), ao governador Agnelo Queiroz. Na capital, segundo pesquisa da Codeplan, 97,9% dos moradores sabem ler e escrever.

 

“Hoje é o dia mais feliz da minha vida e do Governo do Distrito Federal. Esse selo significa um reconhecimento pelo resgate das pessoas que não tiveram a oportunidade de estudar e de ser alfabetizadas na idade certa. Esse selo não serve para que o DF deite em berço esplêndido, mas para que viremos exemplo e trabalhemos cada vez mais para ir atrás dos que ainda são analfabetos”, discursou, emocionado, o governador.

 

Criado em 2007, o selo “Território Livre do Analfabetismo”, ao ser dado ao Distrito Federal, coloca a capital do país em destaque no cenário nacional no campo da educação. Esse título é oferecido às cidades brasileiras com base nos dados do Censo Demográfico.

 

Se levadas em conta às últimas informações coletadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010 o DF tem 96,5% dos seus moradores alfabetizados. No entanto, dados da Codeplan mais atualizados mostram aumento de 1,4% nesse percentual.

 

Ao considerar as informações do Censo, o DF possui 3,5% de analfabetos. Já a comparação pelos números da Codeplan, 2,1% da população local não sabem ler ou escrever, o que equivale a 51,9 mil moradores da capital.

 

Acompanhado do vice-governador, Tadeu Filippelli, de secretários de Estado, do ministro da Educação, de parlamentares e representantes diplomáticos de diversas nações, o governador lembrou que, apesar desses dados serem positivos, haverá um esforço concentrado, a partir do recebimento do selo, para que o analfabetismo seja completamente erradicado da capital federal.

 

“Com esse selo, nossa responsabilidade só aumenta. Enquanto tivermos um analfabeto em Brasília, nós vamos trabalhar e ir atrás dele para educá-lo. Vamos aumentar os recursos e não mediremos esforços para erradicar o analfabetismo”, completou o chefe do Executivo local.

 

De acordo com o ministro da Educação, José Henrique Paim, historicamente a educação no Brasil foi marcada pela pouca atenção, já que os investimentos, anos atrás, não eram feitos de forma mais expressiva. O selo, portanto, reconhece os esforços dos gestores públicos em transformar as cidades, a começar pela alfabetização das pessoas.

 

“A entrega desse selo representa muito para o Brasil, e o Distrito Federal é a primeira unidade da Federação a recebê-lo. O DF, na verdade, tem sido exemplo na educação, principalmente com a oferta de creches e nas escolas de tempo integral”, destacou o ministro.

 

Diante dos dados de erradicação que demonstram declínio no número de brasilienses que não sabem ler e escrever, o secretário de Educação, Marcelo Aguiar, lembrou que para a obtenção desse resultado foi preciso mudar estratégias de ensino.

 

“Nesses últimos três anos e meio investimos mais de R$ 400 milhões em educação, o que a colocou como uma das prioridades desse governo. Hoje é um dia de comemoração, um dia que é motivo de grande orgulho para nós”, frisou Aguiar.

 

MUDANÇA DE VIDA – O acesso à educação, conforme destacou o governador Agnelo Queiroz, durante a solenidade de recebimento do selo “Território Livre do Analfabetismo” –que contou com a presença de centenas de pessoas-, proporciona novas oportunidades na vida dos que são alfabetizados.

 

Morador do Itapoã desde 2011, José Conceição Magalhães, 48 anos, foi um dos beneficiados pelo programa “DF Alfabetizado”. Vindo da Bahia, onde nasceu, o lavrador nunca estudou para poder ajudar o pai nos afazeres da roça. Hoje, ele reconheceu a falta que a educação faz e, tendo participado do programa há um ano, já começou a ler e a escrever.

 

“Quero continuar estudando e quando tiver mais conhecimento quero voltar à minha cidade para poder ajudar as pessoas. Eu não tive a oportunidade, mas agora tenho. Hoje, percebo que a educação é tudo na vida”, disse.

 

O reconhecimento desse aluno, para a professora Zamita Gomes Pereira, é o que a motiva, a cada dia, a estar na sala de aula. Ele lembrou que esse trabalho começa bem antes de o estudante decidir por estudar.

 

“Os professores batem de porta em porta em busca de pessoas analfabetas e as convencem a estudar. Vê-los lendo e escrevendo é a maior alegria do mundo. O estudo o liberta e os faz conhecer uma nova realidade, um novo mundo”, comentou a educadora.

 

O “DF Alfabetizado” é uma adaptação do programa nacional “Brasil Alfabetizado”. A capital, segundo o governador, é a única do país a oferecer aos docentes uma complementação de 100% do valor de remuneração repassada pelo governo federal.

 

(F.M./M.D.*)