20/08/2014 às 12:14

Programa do DF permite identificar doenças em recém-nascidos

Entre os exames realizados estão os testes do pezinho, da orelhinha e do coraçãozinho

Por Da Redação, com informações da Casa Civil


. Foto: Samira Pádua

BRASÍLIA (20/8/14) – Diariamente, recém-nascidos da rede pública de Saúde do DF são submetidos a uma série de exames. Entre eles, estão os que detectam e classificam, o mais cedo possível, as principais doenças e os fatores de risco que afetam crianças de 0 a 2 meses de idade. São os testes do pezinho, da orelhinha, do olhinho e do coraçãozinho, que permitem o diagnóstico precoce de diversas patologias.

 

Dormindo e acompanhado pela mãe, Ivanilde Pereira Batista, 39 anos, o recém-nascido Rafael Batista foi submetido ao teste da orelhinha. Trata-se de um exame a ser feito com 48 horas de vida, preferencialmente antes de o bebê ter alta hospitalar e prioritariamente durante o primeiro mês de nascimento. O resultado sai na hora.

 

O teste é indolor, pode ser realizado com a criança dormindo e ocorre por meio de um pequeno fone colocado na parte externa do ouvido. Este fone é capaz de gerar estímulos sonoros que mostram como o ouvido do recém-nascido reage aos sons.

 

AVANÇO – Somente no primeiro semestre deste ano, foram 24 mil coletas para realização do teste do pezinho, que, atualmente, diagnostica 24 doenças, além das seis preconizadas pelo Ministério da Saúde. Entre elas estão hipotireoidismo congênito, fibrose cística e toxoplasmose congênita. Esse exame é feito entre 24 e 48 horas de vida do recém-nascido, e o resultado fica disponível nos postos de saúde após cerca de 20 dias.

 

No entanto, caso haja alguma alteração, a família é avisada para que uma nova coleta seja feita. “O Distrito Federal está avançado em triagem neonatal. Possuímos um programa com cobertura de 100%”, explicou a coordenadora do Programa de Triagem Neonatal do DF, Juliana de Vasconcellos Thomas.

 

Além do teste do pezinho, outros três exames são realizados na triagem neonatal e cada um possui uma especificidade. A triagem ocular é feita por meio de exame de inspeção e teste do reflexo vermelho na retina. O médico aponta uma luz no olho da criança e dependendo da cor refletida significa que o recém-nascido possui ou não alguma patologia. O exame, que deve ser feito durante as primeiras 24 horas de vida do bebê, previne 60% das causas de cegueira, doenças congênitas e catarata.

 

Já a oximetria – popularmente conhecida como teste do coraçãozinho – detecta e previne problemas cardíacos. Deve ser feita nos primeiros dias de vida em bebês com mais de 8 meses de gestação e consiste em medir a oxigenação do sangue e os batimentos cardíacos. O resultado é imediato e, se positivo, exames complementares são solicitados. “Esse teste nos ajuda a dar uma alta segura, tendo em vista que, quando há alteração, vamos em busca do por quê. Muitas vezes não é nada grave, mas, em outras, conseguimos diagnosticar uma cardiopatia gravíssima”, destacou a coordenadora da neonatologia do Hospital Regional de Samambaia, Cristiane Biscoli.

 

Apesar de a portaria que a torna obrigatória em todo o país ter sido publicada em junho de 2014, no DF a oximetria é realizada há dois anos. Carla Alves, 21 anos, acompanhou o teste do coraçãozinho no primeiro filho, Matheus Henrique Alves. “Acho ótimo, principalmente para aqueles que, como eu, não tiveram tempo de fazer uma ecografia que mostra o bebê em detalhes”, contou.

 

PLANO – O Programa de Triagem Neonatal do DF está vinculado ao projeto Identificação e Intervenção Precoce das Deficiências, um dos 35 presentes no Plano Distrital de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência – Viver sem Limite DF. Lançado em 2013, o plano é coordenado pela Casa Civil do DF e pela Secretaria de Justiça e visa qualificar as políticas de inclusão que garantam os direitos das pessoas com deficiência.

 

(A.F/J.S*)