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02/11/2014 às 14:05
Os hospitais de Base, Hran, Sobradinho, Santa Maria, Samambaia e HUB realizam a cirurgia logo após à retirada do tumor maligno
BRASÍLIA (2/11/14) – As pacientes com câncer de mama no DF já não esperam para fazer a reconstrução do seio atingido pela doença. A cirurgia reparadora, cuja cobertura pelo SUS é obrigatória por lei federal desde o ano passado, está sendo realizada sempre que o quadro clínico da paciente permitir, na mesma operação de retirada do tumor, seja ela total ou parcial.
Segundo a coordenadora de Mastologia da Secretaria de Saúde, Fernanda Salum, as cirurgias de reconstrução imediata são feitas pelo SUS nos hospitais de Base, Regional da Asa Norte (Hran), Regional de Sobradinho, Santa Maria, Samambaia e no Hospital Universitário de Brasília (HUB).
“Mundialmente, na literatura médica atual, busca-se a reconstrução imediata. Está provado que dá qualidade de vida para a paciente. É como você colocar uma esperança no meio de uma tragédia”, defende o coordenador da cirurgia plástica da rede, José Adorno.
No Hospital de Base, os mastologistas, sempre que possível, fazem a reconstrução imediata. “Estamos levando isso à risca”, garante o chefe do Serviço de Mastologia, Rodrigo Pepe. Ele afirma que a maioria das cirurgias de retiradas de tumor realizadas na unidade é a de mastectomia – retirada total da mama – devido a diagnóstico tardio de grande parte das pacientes da unidade.
TIPOS – Para conseguir a reconstrução mamária são utilizados três tipos de técnicas na rede pública: a que usa os chamados retalhos, ou tecidos, do músculo abdominal ou dorsal da paciente; o implante de prótese; e o expansor, que é uma prótese para expandir o local, onde posteriormente será implantada prótese definitiva. O tipo escolhido pelo médico vai depender das características de cada paciente.
As técnicas mais utilizadas na rede são as que utilizam expansor e prótese. “Elas mutilam menos, não usam retalhos e você vai ter menos complicações com as pacientes a longo prazo”, explica José Adorno.
Outra tendência da cirurgia mamária atual é aproveitar a pele da mama retirada. Em inglês, essa prática é conhecida como skin sparing mastectomy ou a mastectomia poupadora de pele. Dessa maneira, não é necessário recorrer à pele de outras partes do corpo para poder reconstruir o seio.
A reconstrução mamária leva de uma a quatro cirurgias. Na primeira, o objetivo é dar volume à nova mama. Na seguinte, que costuma ser depois do tratamento oncológico, o objetivo é dar simetria às duas mamas, geralmente operando também o seio sadio. A seguinte etapa, que pode ser dividida em dois procedimentos é a reconstrução da auréola e o mamilo.
SUPORTE – As mulheres com câncer de mama contam com duas associações de apoio, uma que atende no Hospital de Base, a Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC), e a Recomeçar, que funciona no Hran.
A RFCC conta com programas para atender diferentes necessidades das pacientes, desde informação sobre a doença, direitos, cirurgias na rede, até suporte emocional, doação de perucas, comida, remédio e auxílio financeiro. Elas oferecem lanche e atuam no laboratório, UTI, no bloco de internação, na quimioterapia e pronto socorro.
A Recomeçar, formada por 19 mastectomizadas, presta apoio às mastectomizadas para fazer a reconstrução pelo SUS. “Além de instruir, a gente dá todo o acolhimento. As mulheres se sentem amparadas e seguras. Sabem que têm a quem recorrer”, explica a fundadora, Joana Jeker.
(A.F)