03/12/2014 às 20:35, atualizado em 12/05/2016 às 17:47

Serviço público emprega quase metade da população do Plano Piloto

Acesso à educação também é alto em Brasília, onde 53% das pessoas têm nível superior e apenas 0,36% são considerados analfabetos

Por Johnny Braga, da Agência Brasília


. Foto:Mary Leal

BRASÍLIA (3/12/2014) – A empregabilidade no serviço público e o acesso à educação são os principais destaques do perfil dos moradores do Plano Piloto. Conforme a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PMAD), divulgada nesta quarta-feira (3), na região, 47,2% dos trabalhadores atuam em órgãos federais ou no GDF. Além disso, 53,34% dos 221,2 mil habitantes têm nível superior e apenas 0,36% são analfabetos, sendo este índice menor que o 0,38% registrado em 2011.

 

“O patamar de escolaridade é elevado e aumentou nos últimos dois anos em Brasília. Mais de 70% dos chefes de família tem nível superior completo. A cidade também se destaca pelo índice zero de crianças entre 7 e 14 anos fora da escola nas asas Sul e Norte”, revela o presidente da Codeplan, Júlio Miragaya.

 

Do total de estudantes, as instituições particulares recebem a maior parte dos alunos (29.733), já as escolas públicas têm matriculados 21.564 alunos.

 

A maioria da população está na faixa etária entre 40 e 59 anos, cujo percentual é de 26,73%. Já as pessoas acima de 60 anos somam 23,69%, enquanto o percentual de jovens entre 15 e 24 anos é de 12,45%.

 

“Esse dado aparece pelo fato de grande parte da população ser composta por migrantes que até hoje moram no Plano Piloto. Com isso, deduz-se que os filhos, obviamente mais jovens, foram morar em outras regiões”, estimou o diretor de estudos e pesquisas socioeconômicas da Codeplan, Juçanio Souza. Segundo ele, o fato justifica o aumento da população idosa e a redução dos menores de idade.

 

POPULAÇÃO E RENDA – O número de domicílios urbanos estimados é de 78.601 e 80% da população mora em apartamentos. A maior parte dos moradores se concentra nas asas Sul e Norte, com 120.244 mil moradores na primeira parte e 83.214 na segunda. Outros 18 mil residem em áreas como o Setor Militar Urbano e nas Vilas: Planalto, Telebrasília e Weslian Roriz, totalizando 221,2 mil moradores.

 

Do total de moradores, 89,17% trabalha na própria região, sendo que a grande maioria empregados no serviço público. O comércio abriga 11,83% dos empregados e os serviços gerais concentram 8,99% da população. Todos os entrevistados afirmaram fazer compras a própria região, assim como participam de eventos culturais, lazer e alimentação fora de casa.

 

A renda média domiciliar em Brasília chega a R$12.742. O Plano Piloto ocupa a sexta posição se comparado com as demais regiões administrativas, atrás do Lago Sul, Park Way, Sudoeste, Jardim Botânico e Lago Norte, respectivamente.

 

A alta renda das famílias influencia a baixa necessidade do uso da saúde pública. No Plano Piloto, 84,44% possuem plano de saúde e 74,68% não fazem uso deste tipo de serviço. Os beneficiários de programas sociais são quase imperceptíveis, se comparados com regiões menos favorecidas. Apenas 143 moradores recebem Bolsa Família e 329 são contemplados com o programa Bolsa Universitária.

 

SERVIÇOS BÁSICOS – O atendimento de serviços públicos de abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo e eletricidade são praticamente universalizados no Plano Piloto. Apenas 0,04% das residências têm poço artesiano. Para o presidente da Codeplan, Júlio Miragaya, essa situação é mais favorável em Brasília por sua idade e ocupação planejada.

 

“Brasília não nasceu de uma ocupação e isso faz com que se consolide o acesso a serviços básicos e não exista demora em tê-los universalizados. O crescimento populacional é abaixo da média em toda a unidade da federação, que faz com que a região ofereça uma das melhores qualidades de vida do DF”, avaliou.

 

(J.B./A.S.)