15/04/2015 às 00:20

Grupo de trabalho inicia ações para desativar o Lixão do Jóquei

Proposta de construção e reforma de centrais de triagem vai modernizar o sistema e melhorar a qualidade de vida de catadores de recicláveis

Por Isaac Marra, da Agência Brasília


. Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

A retomada da construção e da reforma de cinco centrais de triagem de resíduos sólidos e a licitação de mais uma unidade foi o assunto principal da primeira reunião de um grupo de trabalho criado no início de abril pelo governo. O objetivo dos participantes é elaborar e executar um plano de intervenção para acabar com as atividades irregulares praticadas no Lixão do Jóquei, conhecido como Lixão da Estrutural, como depósito de lixo domiciliar e prática de trabalho infantil.

Coordenado pelo governador Rodrigo Rollemberg, o encontro de hoje, no Palácio do Buriti, traçou as diretrizes iniciais para oferecer o tratamento adequado e a destinação correta dos resíduos sólidos urbanos provenientes dos serviços contratados pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU).

“A proposta é implementar um aterro sanitário e colaborar para a melhoria das condições de vida dos catadores de material reciclável, implantando os centros de triagem, a coleta seletiva e desativando o Lixão”, afirmou o governador. “Brasília, como capital da República, tem obrigação de ser referência nacional na política de resíduos sólidos.”

A diretora-geral do SLU e coordenadora do grupo, Kátia Campos, explicou que o propósito dos integrantes é encerrar as atividades ilegais desenvolvidas na área: “Vamos transformar aquele local em uma central de triagem devidamente regularizada e também podemos utilizá-lo como uma estação de transbordo, para receber os resíduos coletados na região e transferi-los para o Aterro Sanitário Oeste.”

Na próxima semana, representantes de todas as secretarias e órgãos envolvidos em propostas para implantação de aterros sanitários ou de centrais de triagem terão novo encontro. Deverão participar também entidades parceiras, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e a Fundação Banco do Brasil, financiadores dos projetos. O objetivo é identificar e superar os obstáculos, de ordem legal ou financeiros, que têm impedido a criação e o funcionamento dessas unidades.

Obras
A reforma de duas centrais de triagem no Setor de Indústria e Abastecimento e de uma terceira no Setor de Garagens Oficiais Norte é prioridade para o Serviço de Limpeza Urbana, avalia Kátia Campos: “Dessa forma, poderemos multiplicar o número de catadores, retirá-los do Lixão e colocá-los em espaços adequados do ponto de vista técnico, ergonômico e ambiental.”

Outra iniciativa será a retomada das obras de construção das centrais de triagem da Usina de Tratamento de Lixo do Setor P Sul, em Ceilândia. Um terreno de 80 mil metros quadrados, próximo à Cidade do Automóvel, e uma área na avenida L 4 Sul, próximo ao Departamento de Limpeza do SLU, abrigarão mais dois locais de separação de resíduos. “Assim, teremos seis unidades próximas ao Lixão capazes de atender ao contingente de catadores que hoje trabalha de forma irregular”, acrescenta Kátia Campos.

Para o presidente da Central de Cooperativas do Distrito Federal, Rônei Alves, a iniciativa do governo atende às expectativas da categoria: “Ao longo de mais de 20 anos, os catadores vêm sofrendo todo tipo de mazelas, e nós nos sentimos privilegiados em fazer parte de uma reunião para resolver o problema de mais de 4 mil famílias.”

Instituída pelo governador Rodrigo Rollemberg, por meio do Decreto nº 36.437, a criação do grupo de trabalho foi publicada no Diário Oficial do DF, em 6 de abril deste ano. Até 5 de junho, os integrantes devem apresentar um plano de intervenção e o cronograma de execução, indicando os respectivos responsáveis pelas atividades a serem desenvolvidas no Lixão do Jóquei.

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