06/07/2015 às 15:48

Polícia Civil faz última grande incineração de drogas

Após as 2 toneladas de hoje, o descarte será mensal para preservar a integridade e a segurança dos policiais nas delegacias e nos depósitos

Por Ádamo Araujo, da Agência Brasília


. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Atualizado em 6 de julho de 2015, às 13h40

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) incinerou 2 toneladas de drogas, na manhã desta segunda-feira (6), em empresa especializada nesse serviço no Setor Industrial de Ceilândia. A previsão é que seja o último descarte de grande porte. Para evitar que os policiais corram risco nas delegacias e nos depósitos, as próximas ações desse tipo ocorrerão mensalmente.

O total queimado é resultado de apreensões feitas em 2013 e em 2014 que aguardavam autorização judicial para ser descartadas. Em setembro passado, cerca de 4,5 toneladas foram incineradas.

A corporação se livrou de 1.850 quilos de maconha, 117,42 quilos de cocaína em pó, 32,05 quilos de crack, 4,42 quilos de haxixe e 223 frascos de lança-perfume. O valor da mercadoria ilícita está estimado em mais de R$ 3,3 milhões. “Até 90% desses entorpecentes vêm do Paraguai, e o restante, da Bolívia”, informa o coordenador de Repressão às Drogas da PCDF, delegado Leonardo de Castro.

Estradas
A atuação policial ocorre principalmente nas estradas, onde são apreendidas as maiores quantidades de droga, enquanto as delegacias fazem capturas pontuais nas regiões administrativas, principalmente em Ceilândia, Planaltina e Santa Maria.

Nos primeiros seis meses deste ano, a polícia recuperou 100 quilos de cocaína contra 80 quilos em todo o ano passado. Em relação à maconha, foi quase meia tonelada no primeiro semestre em comparação às duas toneladas de 2014. O material interceptado em 2015 depende de autorização da Justiça para ser queimado. “A quantidade vai crescer, pois o período principal de fluxo do tráfico começa no segundo semestre, após a colheita da safra nos países fornecedores”, prevê Leonardo de Castro.

O diretor-geral da PCDF, Eric Seba, acrescenta que, neste ano, os policiais fizeram mais de 1.550 prisões em flagrante relacionadas ao consumo e à venda de entorpecentes. No mesmo período de 2014, foram pouco mais de mil: “É a nossa maneira de mandar um recado aos traficantes”, define. “Não tragam drogas para Brasília, pois a polícia estará no encalço.”

Destino das cinzas
A empresa responsável por fazer o descarte de entorpecentes atua pela terceira vez em parceria com a polícia. Após passar por um grande incinerador — que se aquece a mais de 800 graus e queima até 300 quilos de droga por hora —, as duas toneladas de narcóticos de hoje foram reduzidas a 10% de cinzas, o equivalente a 200 quilos.

Em seguida, elas são levadas pela companhia para Betim (MG), onde vão para um aterro sanitário devidamente preparado para receber resíduos químicos.

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