01/11/2015 às 18:51, atualizado em 12/05/2016 às 17:51

Presença pioneira nos 59 anos da Candangolândia

O morador Carlos Paulista, de 81 anos, chegou à região administrativa em 1957 e defende a memória dos precursores de Brasília

Por Jade Abreu, da Agência Brasília


. Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

A Candangolândia celebra 59 anos em 3 de novembro. Para comemorar o aniversário, a administração regional, em parceria com a comunidade, preparou eventos para todo o mês. A região administrativa, a 14,6 quilômetros do Plano Piloto, surgiu para abrigar os construtores da nova capital, os chamados candangos. “Brasília começou aqui”, afirma Iremar Carlos Ferreira, pioneiro e morador desde 1957. Carlos Paulista, como é conhecido, conta que lá ficavam o cofre com o dinheiro destinado à construção, em um lugar que recebeu o nome de Praça da Caixa-Forte, e a sede da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), atualmente no Setor de Áreas Públicas.

Natural de Batatais (SP), Paulista veio trabalhar como mecânico. Com 81 anos, declara-se apaixonado pela Candangolândia e diz que não pretende sair dela. Já avisou à família que, quando morrer, quer ser cremado e ter as cinzas espargidas na Praça dos Estados — a principal. “Um pouquinho em cada bandeira.” O local reúne as bandeiras das 27 unidades da Federação para lembrar a procedência dos candangos. Paulista foi um dos idealizadores do espaço público.

O pioneiro, que chegou com o grupo do engenheiro Bernardo Sayão, não esperava que o lugar atingisse as proporções de hoje em dia. A população estimada em 2013, de acordo com a Companhia de Planejamento do Distrito Federal, era de 16,9 mil pessoas. No tempo de Paulista, girava em torno de 1,2 mil, em um acampamento.

Coordenador do Grupo de Defesa da Memória Candanga, que visa preservar a identidade da região, Paulista enumera algumas reivindicações da entidade, em forma de projeto de lei: a concessão de título de cidadão honorário para os pioneiros que construíram a capital e um monumento, na Praça dos Estados, em homenagem aos candangos.

Comemorações
As festividades dos 59 anos ocorrem durante todo o mês, com eventos gratuitos e abertos ao público. A programação começa no dia do aniversário — 3 de novembro —, quando alunos de escolas públicas da Candangolândia e a banda do Corpo de Bombeiros Militar promovem um ato cívico na Praça dos Estados, na entrada da região administrativa, a partir das 9 horas. Também haverá o tradicional corte do bolo. Na semana seguinte, em 9 de novembro, serão plantadas 59 mudas de plantas do Cerrado, com a presença de estudantes e de pioneiros, às 9 horas, no Parque Ecológico e Vivencial, na QRO A, Área Especial 1, próximo ao colégio público Júlia Kubitschek.

Na sexta-feira (13) e no sábado (14), apresentações de bandas musicais, cantores e poetas ocuparão a Praça dos Estados, a partir das 18h30, durante a 3ª Feira do Artesanato Candango da Arte. Para os dois dias, está programado passeio noturno de bicicleta. No domingo (15), às 19 horas, será celebrada uma missa em ação de graças na Paróquia São José Operário (Quadra 1, Lote 5).

Em 18 de novembro, o Salão Comunitário da Candangolândia (Praça da Bíblia, Área Especial 16) vai sediar sessão solene da Câmara Legislativa em homenagem aos pioneiros. A cerimônia começará às 20 horas. Na sexta-feira (20) e no sábado (21), uma exposição de carros antigos, com praça de alimentação, tomará conta da Praça dos Estados, a partir das 19 horas. Nestes dias e no domingo (22), será realizado no ginásio esportivo (QRO A, Conjunto F) um campeonato nacional de caratê, com competições a partir das 9 horas.

Na quinta-feira (26), a noite é reservada aos cinéfilos. Na 1ª Mostra de Cinema CinePipoca Brasil, os moradores poderão escolher a qual filme querem assistir de uma lista de 70 títulos brasileiros. A exibição ocorrerá no estacionamento da administração regional (Rua dos Transportes, Área Especial 1), às 19 horas.

As comemorações do aniversário da Candanga (apelido carinhoso dado à região), instituído pela Lei nº 658, de 1994, terminam em 28 de novembro, no Parque do Bosque (Rua dos Transportes, na Praça Caixa Forte). A partir das 15 horas, grupos de capoeira agitam o local para o batizado (troca de corda) de capoeiristas.

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