11/12/2015 às 19:58, atualizado em 02/06/2017 às 21:37

Tatu-canastra Mabu é o único no mundo a estar em um zoológico

Animal chegou há sete meses na unidade de Brasília e poderá ser conhecido pelos visitantes em 2016

Por Dayane Oliveira, da Agência Brasília

 

. Foto: Andre Borges/Agência Brasília

O novo habitante da Fundação Jardim Zoológico de Brasília mede 1 metro de comprimento (do fim da cauda até a cabeça), pesa 17 quilos e tem cerca de 1 ano e 2 meses de idade. Há sete meses no local, o tatu-canastra fêmea Maria Bonita, apelidado de Mabu, dorme durante todo o dia e escava a terra à noite, hábitos da espécie. Segundo a fundação, é o único no mundo a estar em um zoo.

Ele foi encontrado ainda filhote e sozinho, em construções no Tocantins. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) o trouxe para o Centro de Triagem de Animais Silvestres da instituição, na Floresta Nacional de Brasília, e depois o levou para ser cuidado no Hospital Veterinário da Universidade de Brasília (UnB). Por fim, foi doado ao zoológico.

A zootecnista da unidade Ana Raquel Gomes Faria explica que, por ter sido criado por humanos e em cativeiro, Mabu não consegue mais se adaptar ao habitat. Além disso, ainda é muito novo e seria presa fácil na natureza. “Quando chegou à UnB, ele ainda estava com os olhos fechados”, conta. “A gente calcula que tinha menos de uma semana de vida.”

O tatu-canastra fêmea poderá ser conhecido pelos visitantes em 2016. Para isso, é necessário construir um recinto próprio para abrigá-lo. De acordo com a fundação, a previsão é que as obras comecem no primeiro semestre. Por enquanto, o bicho fica em um lugar provisório.

Ameaça de extinção
Ana Raquel esclarece que os tatus-canastras são animais solitários e que, por isso, Mabu não pode compartilhar o ambiente do tatu-bola Juca, morador do zoo desde janeiro. Ela destaca ainda que os tatus-canastras estão ameaçados de extinção. “Existem poucos deles na natureza”, informa. “A taxa de reprodução é baixa, e as principais causas de estarem sumindo são a perda de habitat e a caça.”

Segundo o projeto brasileiro Giant Armadillo — que se dedica à conservação da espécie —, esses dois fatores de ameaça mostram queda de 30% na quantidade de exemplares nos últimos 25 anos. Essa é a principal razão para o tatu-canastra ser classificado como vulnerável pela Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, da União Internacional para Conservação da Natureza — organização sediada na Suíça que trabalha com a conservação de recursos naturais.

Predominância
A maior parte da espécie está em 11 países da América do Sul — Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela. Ela habita diversos ambientes, que vão desde florestas tropicais ao Cerrado. No Brasil, pode ser encontrada em quase todo o País, com exceção do Nordeste.

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