23/05/2016 às 19:46, atualizado em 25/05/2016 às 15:22

Codeplan divulga estudo sobre ciganos que vivem no DF

Brasília tem 38 famílias da etnia. Pesquisa marca data nacional, celebrada em 24 de maio

Por Mariana Damaceno, da Agência Brasília

O Distrito Federal tem uma população cigana de 113 pessoas, distribuídas em 38 famílias inscritas no Cadastro Único de Políticas Sociais do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (antigo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome). No Brasil, são 13.556 indivíduos pertencentes à etnia. Os dados fazem parte de estudo divulgado nesta segunda-feira (23) pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) para marcar os dez anos do Dia Nacional do Cigano, celebrado nesta terça (24), instituído pelo Decreto Federal de 25 de maio de 2006.

Segundo a pesquisa, o cadastro do governo federal é a única fonte de dados encontrada que caracteriza parte dessa população — as informações referem-se a um recorte e não podem ser generalizadas. De acordo com esses registros, o perfil dos ciganos do DF é formado na maioria por pardos (81%) e por jovens: 80% têm até 34 anos e 45%, até 15 anos.

Moradia

Quanto ao grau de instrução, 43% são analfabetos. Em 2014, em todo o País, eram 9,49%. As estatísticas sobre domicílios do povo cigano para o Distrito Federal são ainda mais precárias: apenas 2,63% afirmam ter calçadas; 21%, banheiro; 24%, rede geral de distribuição de água; 24%, coleta de lixo; e 13%, esgotamento sanitário adequado (rede geral ou fossa séptica). Só 24% das casas contam com iluminação elétrica de qualquer tipo.

O levantamento da Codeplan mostra ainda que, das 38 famílias ciganas do DF, 90% (34) são beneficiárias do programa Bolsa Família. Apesar de ser predominantemente urbana, Brasília tem a maioria dessa população pesquisada no meio rural (74%), em locais improvisados ou coletivos (76%).

Para fazer análise qualitativa da situação da etnia, a companhia utilizou a técnica de entrevistas, em um acampamento em Sobradinho. Os pesquisadores constataram, por exemplo, que as principais demandas dizem respeito à diminuição do preconceito e à desvinculação do estereótipo. As famílias demonstraram também estar preocupadas em manter as tradições, como danças, música, vestimentas e adornos.

Políticas públicas

O presidente da Codeplan, Lucio Rennó, espera que a pesquisa contribua para atender aos anseios de inclusão social dos ciganos. “Quando fazemos esses estudos, queremos dar voz a essas pessoas para cooperar com o combate à desigualdade social.”

Também participaram da apresentação o diretor de Estudos e Políticas Sociais, Bruno Cruz, e o técnico Thiago Mendes, ambos da companhia; e o subsecretário de Igualdade Racial, da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Victor Nunes.

Acesse a íntegra do estudo Invisibilidade e Preconceito: um Estudo Exploratório dos Ciganos no Distrito Federal.

Edição: Raquel Flores