09/06/2016 às 15:10, atualizado em 11/06/2016 às 12:11

27% dos usuários do SUS em Cocalzinho de Goiás procuram a saúde pública de Brasília

Segundo levantamento da Codeplan divulgado nesta quinta-feira (9), os hospitais em Brazlândia, em Taguatinga e em Ceilândia são os mais utilizados

Por Jade Abreu e Maryna Lacerda, da Agência Brasília

Ao contrário do informado anteriormente, 27% dos moradores de Cocalzinho de Goiás que usam a rede pública de saúde são atendidos em Brasília, e não 25%.

Mais de um quarto dos moradores de Cocalzinho de Goiás que usam o Sistema Único de Saúde (SUS) são atendidos em Brasília. As principais regiões são: Brazlândia, que recebe 10% das pessoas; Ceilândia, 8%, e Taguatinga, 7%. Ao recorrer a tratamentos hospitalares, apenas 51% usam o próprio município, em geral em postos de saúde. As informações constam da Pesquisa Metropolitana por Amostra de Domicílios (Pmad) divulgada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) na tarde desta quinta-feira (9).

Conhecer as características das cidades que compõem a Rede Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride) é importante para dimensionar a representatividade dos municípios no cotidiano do Distrito Federal. “A gente tem de entender, de fato, essa área como parte integrante da nossa vida. O fluxo de pessoas, de mercadorias e de bens é grande.  A nossa expectativa é a formalização dessa região metropolitana”, destaca o diretor-presidente da Codeplan, Lucio Rennó.

Cocalzinho tem população estimada de 17,4 mil pessoas e os habitantes são predominantemente jovens: 49,1% têm até 29 anos. A maior parte é de mulheres — 8.749, cerca de 50,3%. O município tem 72% dos moradores com alguma orientação religiosa. Desses, 65% são católicos.

De acordo com o estudo, 22% eram moradores de Brasília que se mudaram para o município goiano. Os principais motivos foram acompanhar parentes (64%), aquisição de moradia (18%) e procura de trabalho (8%).

Educação

Em Cocalzinho, 49,2% dos alunos com 4 e com 5 anos não estudam; 43,1% frequentam instituições públicas e, 7,7%, particulares. O número de crianças fora da escola diminui quando a análise é dos 6 aos 14 anos. Nessa faixa etária, 2,5% não estão inseridos no ensino escolar; 95,9% estão matriculados na rede pública e 1,6%, na particular.

Dos 15 aos 24 anos, 48,5% não estuda; 35,5% estão na rede pública e 15,8%, na privada. Cerca de 200 alunos do município estudam no Distrito Federal — são 125 alunos em Taguatinga, 62 em Ceilândia, 28 em Águas Claras, 6 no Lago Norte e 6 em Santa Maria.

O nível de escolaridade da população é baixo. A maioria tem o ensino fundamental incompleto, com 29,5%, seguido pelo médio completo, com 26,6%, e o médio incompleto (6,6%). Cerca de 6% da população a partir de 15 anos não foi alfabetizada e 9,7% sabe apenas ler e escrever. Sessenta e oito pessoas na cidade têm curso superior completo e especialização, e seis concluíram o mestrado ou o doutorado.

Pesquisa Metropolitana por Amostra de Domicílios (Pmad)

Ocupação

Da população economicamente ativa, 53% têm trabalho remunerado; 18% são estudantes; 12%, aposentados ou pensionistas; 10% fazem trabalhos domésticos; e 7% estão desempregados.

O setor que mais emprega no município goiano é o terciário, responsável pelo comércio e pela prestação de serviços. Mais de 70% dos empregados em Cocalzinho estão inseridos nesse setor. O segundo mais forte é o secundário — construção civil — que emprega mais de mil pessoas (13,71%). A agricultura é responsável por 358 empregos na cidade.

Cocalzinho de Goiás

O município está a 127 quilômetros do Plano Piloto e tem como principal renda o turismo (cultural, histórico, rural e de aventura). O município era um dos pontos que delimitava a dimensão do território brasileiro pela linha imaginária do Tratado de Tordesilhas — assinado em 1494 entre Portugal e Espanha. Ele também foi rota de tráfego no ciclo do ouro e um dos pontos do roteiro de Luiz Cruls na Comissão Exploradora do Planalto Central, em 1892.

A região é rica hidrograficamente, já que é divisora das bacias do Parnaíba e do Tocantins. A cidade também abriga a Caverna dos Ecos, a maior gruta com lago subterrâneo da América do Sul e a maior em formação rochosa do mundo.

Estiveram na divulgação da pesquisa o gerente de Estudos Regionais da Codeplan, Frederico Bertholini; o diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, Bruno Cruz; o prefeito de Cocalzinho, Alair Ribeiro Gonçalves; e o assessor especial do governo de Goiás Liosório Meireles.

Edição: Paula Oliveira