13/07/2016 às 20:01, atualizado em 14/07/2016 às 10:44

Inflação em Brasília diminuiu no primeiro semestre de 2016

IPCA e INPC acumulados nos últimos seis meses na capital do País são os menores entre as cidades pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Por Vinícius Brandão, da Agência Brasília

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado do primeiro semestre de 2016 em Brasília diminuiu em relação ao mesmo período de 2015 — passou de 4,78% para 2,76%. Os dados foram levantados em pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 13 capitais brasileiras e divulgada nesta quarta-feira (13) pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), na sede da empresa.

Índices foram divulgados na sede da Codeplan, nesta terça-feira (13).

Índices foram divulgados na sede da Codeplan, nesta terça-feira (13). Foto: Tony Winston/Agência Brasília

O índice semestral de Brasília é o menor entre as cidades que fizeram parte da pesquisa. No entanto, o gerente de Contas e Estudos Setoriais, da Codeplan, Jusçanio de Souza, salientou que a inflação ainda é preocupante. “Apesar de o índice ter diminuído, ainda é assustador chegar ao mercado e ver uma caixa de leite por mais de R$ 5”, observou.

Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Paulo (SP) e Vitória (ES) tiveram IPCA maior do que o de Brasília nesse semestre. A capital do Espírito Santo teve o resultado mais próximo ao do DF — 3,18%. O valor mais alto foi o de Fortaleza — 5,41%.

Queda nos preços administrados

O gerente de Contas da Codeplan explicou durante a divulgação da pesquisa que uma das razões para a diminuição do porcentual de inflação em Brasília é a queda nos preços administrados — que estão relacionados a contratos e podem ser estabelecidos pelo governo — de 10,92% no primeiro semestre de 2015 para 0,96% em 2016.

Se de um lado houve queda, de outro os preços livres aumentaram. Eles se dividem em comercializáveis e não comercializáveis. O primeiro teve pouca alteração, com diminuição de 3,49% para 3,43%. O segundo elevou-se de 2,88% para 3,23%. Os grupos de consumo que mais tiveram impacto nos valores foram habitação e alimentação e bebidas, com acréscimo nos valores, e artigos de residência e transportes, com deflação.

Para o cálculo do IPCA, são consideradas famílias com rendimento de até 40 salários mínimos por mês e que habitam regiões urbanas.

Além dos valores semestrais, foram apresentados dados sobre o IPCA de junho e dos últimos 12 meses. Em Brasília, o índice ficou em 0,11% em junho, o terceiro menor das cidades avaliadas. Das 13, a única que teve deflação foi Porto Alegre, com -0,02%. É o quarto mês consecutivo em que o Distrito Federal se encontra entre os três menores índices. Em um ano, o valor acumulado na capital do País foi de 7,55%, abaixo da média nacional, de 8,84%.

Índice Nacional de Preços ao Consumidor

Além do IPCA, a Codeplan divulgou a pesquisa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), também do IBGE. Os valores de inflação do INPC acompanharam a diminuição do IPCA, com acumulado no semestre de 2,99%; mensal, de 0,28%; e dos últimos 12 meses, de 8,59%. Todos abaixo da média nacional.

O INPC considera famílias com até cinco salários mínimos. Segundo o gerente de Contas, há uma tendência nacional de diminuição tanto do IPCA quanto do INPC.

Preço de frutas e legumes diminuíram em junho

A Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa) apresentou o Índice Ceasa do Distrito Federal na mesma ocasião. O índice mostrou deflação porque o preço das frutas, dos legumes e das verduras diminuíram em junho. Mesmo com o aumento do valor dos ovos e dos grãos, que têm pouca influência sobre o cálculo, o resultado final foi de redução.

O economista da Ceasa Fernando Cabral salientou, porém, que a tendência é que os preços cresçam nos próximos meses. Ele também explicou que o rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais, em novembro de 2015, trará consequências para o setor a partir de agosto. “Aquela região é uma grande produtora de banana-da-terra e de mamão”, exemplifica.

O diretor de Estudos Urbanos e Ambientais da Codeplan, Aldo Paviani; o diretor administrativo-financeiro da empresa pública, Antônio Fucio de Mendonça Neto; e o agrônomo da Ceasa Marcos Franco também participaram da divulgação dos resultados das pesquisas.

Edição: Paula Oliveira