19/08/2016 às 09:30, atualizado em 09/12/2016 às 16:13

Jardim Botânico abriga centro de estudo sobre recursos hídricos

Em fevereiro, mudas foram plantadas como teste para verificar a distância ideal entre córregos e lodo da Caesb usado na recuperação de áreas degradadas

Por Jade Abreu, da Agência Brasília

O estudo é sobre aproveitamento de resíduos de tratamento de esgoto, e não de água. A Casa Civil não participa do  Centro Internacional de Referência em Água e Transdisciplinaridade, diferentemente do informado na versão anterior. Além disso, o Cirat também conta com pesquisadores da Secretaria de Educação, ao lado de outros oito órgãos do governo de Brasília.

Para desenvolver pesquisas sobre o uso de recursos hídricos, a capital federal conta com o Centro Internacional de Referência em Água e Transdisciplinaridade (Cirat), no Jardim Botânico de Brasília. Um dos estudos é sobre aproveitamento de resíduos de tratamento de esgoto para a recuperação de áreas degradadas. O lodo da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) é usado como adubo para cultivar plantas do Cerrado. O centro estuda o impacto disso no lençol freático e na recomposição do meio ambiente.

O lodo da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) é usado como adubo para cultivar plantas do Cerrado.

O lodo da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) é usado como adubo para cultivar plantas do Cerrado. Foto: Dênio Simões/Agência Brasília

No Jardim Botânico (Setor de Mansões Dom Bosco, na subida da QI 23 do Lago Sul), mudas foram plantadas em fevereiro como teste para averiguar a distância ideal do lodo aos córregos e a quantidade de resíduo a ser utilizado. “Estamos tentando com um lodo mais seco para diminuir o odor”, conta o chefe da Unidade Estratégica de Água, da Secretaria do Meio Ambiente, Sérgio Ribeiro, representante da pasta no centro.

Segundo Ribeiro, a Caesb produz diariamente 300 toneladas de lodo. “Estamos desenvolvendo um método para que o problema seja parte de uma solução.”

A magnetização da água por meio de ímãs em encanamento também é estudada pelo centro. De acordo com Ribeiro, ao passarem por esse processo, as moléculas sofrem alteração que as deixa mais fáceis de ser absorvidas. “As plantas absorvem mais rápido e com um efeito melhor, o que economiza a água na agricultura.”

O Cirat surgiu em 2009 graças a iniciativas de órgãos e de pesquisadores do governo de Brasília. No entanto, a criação foi oficializada em maio do ano passado, com a publicação no Diário Oficial do Distrito Federal. Os recursos vêm de doações de organismos nacionais e do exterior e de projetos que ganham prêmios em dinheiro.

Para o representante do Meio Ambiente, a oficialização e a organização de centros de pesquisa sobre o assunto são fundamentais, já que Brasília é responsável por três importantes bacias hidrográficas que abastecem o País: do Paraná, do São Francisco e do Tocantins-Araguaia.

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O centro reúne pesquisadores de nove órgãos do governo de Brasília: Secretaria do Meio Ambiente; Secretaria de Saúde; Secretaria de Cultura; Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; Secretaria de Educação; Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb); Agência Reguladora de Águas e Saneamento do Distrito Federal (Adasa); Instituto Brasília Ambiental (Ibram); e Jardim Botânico de Brasília.

8º Fórum Mundial da Água

Com o Cirat, o Brasil concorre à classificação de categoria 2 da Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura das Nações Unidas (Unesco), dada a instituições que contribuem para pesquisa e conhecimento. A ideia é que o centro seja reconhecido como excelência em estudo de recursos hídricos antes do 8º Fórum Mundial da Água, que ocorrerá em março de 2018 em Brasília.

Edição: Raquel Flores