21/09/2016 às 08:33, atualizado em 24/05/2017 às 10:08

Diretoras de SP e PE dialogam em seminário no terceiro dia do Festival de Brasília

Nesta quinta (22), a paulista Paula Sachetta (foto) e a pernambucana Dea Ferraz falam sobre seus filmes, que abordam a temática da violência contra a mulher. As produções serão exibidas hoje (21) no Cine Brasília

Por Vinícius Brandão, da Agência Brasília

O terceiro dia do 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro — a quinta-feira (22) — terá um seminário com as diretoras de dois filmes que tratam de violência contra as mulheres. Às 14h30, Dea Ferraz, do Câmara de Espelhos, e Paula Sacchetta, do Precisamos falar do assédio, reúnem-se no Kubitschek Plaza Hotel (Setor Hoteleiro Norte, Quadra 2, Bloco A) para o seminário Diálogos de cinema 1.

A mediadora do evento é a professora da Universidade de Brasília Tânia Montoro, que fez trabalhos acadêmicos sobre a construção de gêneros em mídias audiovisuais.

Com entrada gratuita, os filmes serão exibidos no Cine Brasília nesta quarta (21), a partir das 17 horas, e reprisados amanhã (22), no mesmo horário, no Cine Cultura Liberty Mall.

A diretora do longa-metragem Precisamos falar do assédio, Paula Sachetta.

A diretora do longa-metragem Precisamos falar do assédio, Paula Sachetta. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

As filmagens do longa-metragem paulista Precisamos Falar do Assédio foram feitas com depoimentos de 140 mulheres de São Paulo e do Rio de Janeiro. Elas falaram sobre as diferentes formas de assédio que sofrem diariamente. Foram sete dias de gravação com uma van, na qual as pessoas podiam fazer o testemunho sem a presença de alguém da equipe. “Elas ficavam sozinhas. Eu nunca tinha ideia do que elas falavam. Algumas entravam e saíam chorando”, explica Paula.

Já o também longa-metragem Câmara de Espelhos, de Dea Ferraz, faz uma quebra da perspectiva de homens acerca dos corpos de mulheres, por meio de entrevistas com moradores da região metropolitana do Recife (PE).

Sobre o seminário, Paula Sacchetta acredita que será um debate rico. “Os filmes são muito diferentes, mas, ao mesmo tempo, muito próximos. Não discutem exatamente as mesmas questões.” As duas produções estão fora da mostra competitiva, nas sessões especiais.

49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro - dia 22

Mostras competitiva e paralela do Festival de Brasília

Na noite de quinta-feira (22), a mostra competitiva não terá exibição de curtas-metragens por conta da extensão do longa pernambucano Martírio, de 160 minutos. Ele será o único filme projetado amanhã. A sessão começará às 21 horas, no Cine Brasília, com entrada a R$ 12 (inteira).

No mesmo dia, a mostra paralela A Política no Mundo e o Mundo na Política apresentará dois filmes. O primeiro, Estopô balaio, do diretor Cristiano Burlan, aborda como o coletivo que dá nome à produção sobreviveu após ter a sede inundada por uma enchente em 2010. Na sequência, o documentário Taego ãwa, de Henrique Borela e Marcela Borela, busca descobrir o que aconteceu com a tribo Ãwa por meio de imagens e vídeos de arquivo. As duas projeções são no Cine Brasília, às 15 e às 17 horas, com entrada franca.

Além disso, pelo projeto Cinema Voador, haverá exibição no Sol Nascente, em Ceilândia — ao lado do posto policial —, do longa-metragem O Auto da Compadecida, sucesso de 2000 dirigido por Guel Arraes, depois do curta Maioria Absoluta, de Leon Hirszman, de 1964. A sessão iniciará às 18h30 e tem acesso livre.

Programação do 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

Edição: Marina Mercante