28/09/2016 às 14:28, atualizado em 02/03/2017 às 15:38

Desemprego em Brasília cai pelo segundo mês consecutivo

A taxa de agosto diminuiu 0,4% em relação a julho, e um dos motivos foi o aumento de vagas no setor de serviços. Análise foi apresentada pela Codeplan nesta quarta-feira (28)

Por Vinícius Brandão, da Agência Brasília

A taxa de desemprego em Brasília voltou a cair em agosto. Uma das principais razões foi o aumento de vagas (mais 8 mil) no setor de serviços. Com isso, o número de desempregados diminuiu 0,4% (7 mil) em relação a julho, que já havia tido 4 mil a menos comparado a junho. Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Distrito Federal (PED-DF) divulgada nesta quarta-feira (28), na sede da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan).

“É inegável que continuamos em crise econômica no País, mas já há indícios de uma recuperação aqui”, analisou o presidente da Codeplan, Lucio Rennó, ao acrescentar que, entre os cinco locais do Brasil onde a metodologia da pesquisa é aplicada, Brasília e São Paulo foram os únicos a apresentar queda nas taxas de desemprego. A capital federal teve melhor resultado, com diminuição de 0,4 pontos porcentuais, enquanto a paulistana decresceu 0,2 pontos porcentuais. O estudo também é feito em Fortaleza (CE), Salvador (BA) e Porto Alegre (RS), que tiveram aumento ou se mantiveram estáveis.

Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Distrito Federal (PED-DF) divulgada nesta quarta-feira (28), na sede da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan).

Presidente da Codeplan, Lucio Rennó, apresenta os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Distrito Federal (PED-DF) divulgada nesta quarta-feira (28), na sede da companhia. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

Segundo Rennó, Brasília tem um mercado de trabalho dominado por serviços, e as áreas que mais empregaram estão relacionadas à informação e à comunicação. De acordo com o presidente da Codeplan, uma das principais características dessas áreas é a necessidade de pessoas qualificadas para as contratações.

Nesse sentido, o secretário adjunto do Trabalho, Thiago Jarjour, da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, acredita que algumas iniciativas do governo têm sido essenciais para os números demonstrados na pesquisa. É o caso, por exemplo, da criação, em 21 de março, do programa Qualifica Mais Brasília, do qual faz parte o Portal da Qualificação Profissional.

“Desde o ano passado, estamos focados em construir políticas públicas duradouras para melhorar os índices de emprego”, destacou o titular da Secretaria Adjunta do Trabalho. Construído com base em conversas com os setores produtivos que mais empregam no DF, o site oferece 21 cursos de 40 a 160 horas. Na avaliação de Jarjour, a ferramenta, on-line e gratuita, é bem menos onerosa para o governo e para as pessoas que a buscam, pois elas economizam com passagem e material didático, por exemplo.

[Numeralha titulo_grande=”26 mil” texto=”Quantidade de pessoas que se cadastraram no Portal da Qualificação Profissional desde março de 2016″ esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Até esta quarta-feira (28), 26 mil interessados haviam se inscrito — 16 mil a mais que a meta para o primeiro ano. A expectativa é que, no início de 2017, o programa seja ampliado, com a oferta de capacitações presenciais e cursos focados em carreiras públicas.

Outro exemplo citado de iniciativa do governo para melhorar os índices de emprego foi a Fábrica Social, que abriu 1,4 mil vagas em junho para têxtil e confecção de material esportivo, produção e cultivo de alimentos saudáveis em meio urbano, instalação e manutenção de painéis solares, marcenaria com madeiras recicláveis e construção civil.

A longo prazo, Jarjour também espera impactos dos créditos concedidos a microempreendedores por meio do Prospera DF e de iniciativas da Secretaria de Gestão do Território e Habitação, que, por meio da Central de Aprovação de Projetos, zerou o passivo de processos em primeira análise para a construção civil.

Crescimento do emprego e desemprego no DF em outros setores

Apesar do crescimento no setor de serviços, as áreas de comércio (- 5 mil), construção civil (- 2 mil) e indústria de transformação (- 4 mil) tiveram diminuição no número de vagas. Devido às quedas, a variação total do número de pessoas ocupadas não teve um aumento tão alto. O contingente é de 1.282 — 4 mil a mais que em julho.

O número de pessoas com capacidade de trabalhar também aumentou. Em julho, eram 2.562, e em agosto, 2.567. Destes, a quantidade de ativos — o que inclui empregados ou os que procuram emprego — diminuiu de 1.575 para 1.572, e a população inativa aumentou de 986 para 995.

A pesquisa ainda constata que, entre os desempregados, o maior índice se encontra entre as regiões administrativas com menor renda. O grupo de regiões composto por Lago Norte, Lago Sul e Plano Piloto, de renda mais alta, tem 7,3% da população desempregada. O que inclui Candangolândia, Cruzeiro, Guará, Núcleo Bandeirante, Planaltina, Riacho Fundo, Sobradinho e Taguatinga, de renda intermediária, tem 15,3%. Já o conjunto formado por Brazlândia, Ceilândia, Paranoá, Recanto das Emas, Samambaia, Santa Maria e São Sebastião, de renda mais baixa, tem 22,2%.

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A pesquisa é feita pela Codeplan, pela Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em parceria com a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados.

Acesse a íntegra da Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal — agosto 2016.

Edição: Raquel Flores