14/10/2016 às 18:34, atualizado em 13/12/2016 às 13:55

Governança explica a sindicalistas por que reajuste dos servidores ficou inviável

Em reunião no Buriti nesta sexta (14), secretários abriram os números da economia para mostrar que aumentar vencimentos agora deixaria o DF na mesma situação de estados que atrasam salários

Por Saulo Araújo, da Agência Brasília

A equipe de Governança do Distrito Federal recebeu na tarde desta sexta-feira (14), no Palácio do Buriti, dezenas de lideranças sindicais para expor os motivos que impossibilitaram o Executivo de fazer o pagamento da última parcela do reajuste a 32 categorias de servidores públicos. O aumento foi aprovado sem previsão orçamentária na gestão anterior.

Após uma explanação sobre o cenário econômico nacional, o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, explicou que majorar os vencimentos, neste momento, levaria o DF a uma situação semelhante à de outras unidades da Federação que estão atrasando ou parcelando salários.

[Olho texto='”Fatalmente entraríamos num ciclo de atraso de salários, portanto achamos melhor recuar e agir com responsabilidade.”‘ assinatura=”Sérgio Sampaio, chefe da Casa Civil” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Nessas circunstâncias, enfatizou Sampaio, o governo de Brasília ficou sem saída. “Não é uma opção, é uma necessidade. Caso implementássemos o reajuste, fatalmente entraríamos num ciclo de atraso de salários, portanto achamos melhor recuar e agir com responsabilidade”, declarou.

O consultor jurídico do Distrito Federal, René Rocha Filho; a procuradora-geral do Distrito Federal, Paola Aires; o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio; a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos; e o secretário de Fazenda, João Antônio Fleury.

O consultor jurídico do Distrito Federal, René Rocha Filho; a procuradora-geral do Distrito Federal, Paola Aires; o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio; a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos; e o secretário de Fazenda, João Antônio Fleury. Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

O secretário de Fazenda, João Antônio Fleury, mostrou aos presentes os números preocupantes que justificaram a decisão do governo.

Com um déficit de R$ 2,3 bilhões — sendo R$ 1,4 bilhão de dívidas com fornecedores e R$ 900 milhões para fechar o orçamento do ano —, a decisão de não reajustar os proventos do funcionalismo, segundo ele, mostrou-se necessária para evitar a paralisação de serviços públicos essenciais e para que o DF possa ter chance de encerrar 2016 no azul.

Fleury fez mais um alerta: “Nossa prioridade número 1 é pagar os salários, mas, com o reajuste, teríamos de atrasar o repasse para alguns fornecedores, o que poderia afetar a prestação de alguns serviços”.

[Olho texto=”Com o reajuste teríamos de atrasar o repasse para alguns fornecedores, o que poderia afetar a prestação de alguns serviços.” assinatura=”João Antônio Fleury, secretário de Fazenda” esquerda_direita_centro=”direita”]

A secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos, sugeriu às categorias a apresentação do fluxo de caixa do governo todo dia 11, para que os servidores possam acompanhar os gastos e as despesas do governo. “Vocês poderão acompanhar todas as contas e projetos do governo e vamos conversando de acordo com o que acontecer no cenário econômico.”

Governador se reúne com sindicatos patronais

Ainda na tarde de hoje (14), o governador Rodrigo Rollemberg se reuniu com representantes de sindicatos patronais para explicar a situação financeira do DF. Durante o encontro, ele ressaltou que a crise dificulta o orçamento para investir em Brasília. A reunião ocorreu na sede do Sistema Fibra (Setor de Indústria e Abastecimento, Trecho 3).

Pela manhã, em entrevista coletiva no Palácio do Buriti, Rollemberg disse que conceder o reajuste nesse momento seria uma irresponsabilidade fiscal. “Eu não vou quebrar Brasília, não vou ficar conhecido como o governador que quebrou Brasília. Quero ser conhecido como o governador que equilibrou as contas da cidade”, enfatizou.

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Edição: Vannildo Mendes