17/10/2016 às 19:04, atualizado em 13/12/2016 às 15:41

Novo diretor-presidente do Zoológico de Brasília é empossado

Gerson de Oliveira assume após vencer processo seletivo aberto em março. Rollemberg escolheu o novo gestor com base em lista tríplice elaborada por profissionais da área

Por Maryna Lacerda, da Agência Brasília

Com a proposta de fortalecer a vocação da Fundação Jardim Zoológico de Brasília como centro de excelência e produção de conteúdo, foi empossado nesta segunda-feira (17) o novo diretor-presidente da instituição, o médico-veterinário Gerson de Oliveira Norberto, de 46 anos.

O governador Rodrigo Rollemberg assina o termo de posse do novo diretor-presidente do Zoológico de Brasília, Gerson de Oliveira.

O governador Rodrigo Rollemberg assina o termo de posse do novo diretor-presidente do Zoológico de Brasília, Gerson de Oliveira. Foto: Andre Borges/Agência Brasília

Oliveira foi escolhido por meio de processo seletivo, aberto pelo governo de Brasília em 10 de março deste ano, conforme Portaria nº 17, publicada no Diário Oficial do Distrito Federal. Ele ocupou a direção do Zoológico de Salvador, na Bahia, por 16 anos.

À frente do novo desafio, o dirigente adiantou que pretende estimular e divulgar a produção científica desenvolvida pelos profissionais da instituição.

Para a escolha do novo gestor da unidade, 11 candidatos se inscreveram. Eles tiveram currículo e formação avaliados por um comitê de cinco profissionais de competência e experiência comprovadas em áreas diretamente associadas à gestão pública e à conservação ambiental.

[Olho texto='”Esse é um modelo inovador (de seleção) que deve ser usado também em outras instituições do DF.”‘ assinatura=”Rodrigo Rollemberg, governador de Brasília” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

A essa etapa, seguiu-se a elaboração de uma lista tríplice pelo secretário do Meio Ambiente, André Lima. Ele indicou três nomes para que o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, escolhesse o diretor-presidente. “Instituições importantes no País, como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia ou Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, têm processos seletivos assim. Esse é um modelo inovador [de seleção] que deve ser usado também em outras instituições do Distrito Federal”, defende o governador.

A seleção, chamada de busca aberta, dá condições para que o gestor seja escolhido com base em suas especializações, de acordo com o secretário do Meio Ambiente. “Politizar não é ruim, mas partidarizar [a escolha] não é muito legal. Assim, a gente age de forma aberta, respeitando este espaço, que também é um espaço de cidadania, de lazer, de educação, de cultura, produção científica e de cuidado com os animais”, afirma Lima.

[Olho texto='”O Zoológico de Brasília tem uma produção muito boa de conteúdo técnico-científico. Precisamos dar nova leitura a esse conteúdo e torná-lo público.”‘ assinatura=”Gerson de Oliveira Norberto, diretor-presidente do Zoológico de Brasília” esquerda_direita_centro=”direita”]

A ideia é ampliar a concepção que a população tem a respeito do zoológico, de acordo com o novo gestor do parque. “O Zoológico de Brasília tem uma produção muito boa de conteúdo técnico-científico. Em um primeiro momento, precisamos dar uma nova leitura a esse conteúdo e torná-lo público”, explica Gerson de Oliveira.

Ele assume após seis meses de gestão interina da unidade. Nos últimos quatro meses, o diretor-presidente interino foi Érico Grassi. “A gente conseguiu trazer estabilidade para esta casa e uma união que foi surgindo naturalmente. Acho que cada trabalhador aqui sentiu a intenção que nós tínhamos em tornar a casa, a cada dia, melhor”, diz.

Leia a entrevista com novo diretor-presidente do Zoológico de Brasília

Agência Brasília — Quais as mudanças propostas pela nova gestão do Zoológico?

O novo diretor-presidente do Zoológico de Brasília, Gerson de Oliveira

O novo diretor-presidente do Zoológico de Brasília, Gerson de Oliveira. Foto: Andre Borges/Agência Brasília

Oliveira — O Zoológico de Brasília tem uma produção muito boa de conteúdo técnico-científico. Em um primeiro momento, precisamos dar uma nova leitura a esse conteúdo e torná-lo público. Temos que tornar público o que é feito, na prática, voltado à conservação das espécies. Muita informação é gerada, mas isso não está sendo colocado da forma mais prática para a população tomar conhecimento. Paralelo a isso, [vamos melhorar] a forma como receber o público, para propiciar uma experiência positiva durante a visita. Isso demandará um pouco de estrutura física, mas mais do que isso, de conteúdo.

Quais serão os primeiros projetos?

Nós não temos, em Brasília, um berçário. Nós vamos instituir isso. Já temos a área, já temos filhotes, já temos pessoal. Só não foi montado. A parte de acessibilidade vai demandar um pouco de investimento. Nós precisamos prover mais acessibilidade ao parque. Ele já é plano, mas precisamos dar autonomia para o pessoal que tem deficiência visual e aos cadeirantes. Precisamos melhorar áreas de sombreamento, a área de repouso, para que eles tenham 100% de acesso ao parque. A médio prazo, precisaremos mexer na parte física.

Quais os principais desafios?

O desafio financeiro é o pior. Nós teremos que usar criatividade, nosso bom senso. Além disso, com recurso humano e material que já temos na fundação, vamos conseguir trazer novidades sem a necessidade de recursos [financeiros] nesse primeiro momento.

O que a população pode esperar do Zoológico a partir de agora?

Conteúdo técnico, mas apresentado de forma bem didática. A gente precisa que a criança, o jovem, o adulto que vêm aqui levem informação para casa. Quero que eles levem questionamentos para casa, uma dúvida para a escola, e voltem com a solução para ajudar no nosso processo de conservação. Vamos criar situações que levem o público a pensar o que é nossa fauna, nossa flora e o que é nosso papel como instituição e cidadão.

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Edição: Vannildo Mendes