27/10/2016 às 10:08, atualizado em 27/10/2016 às 17:16

Projeto Biguá livra natureza do óleo usado em casas e comércio

De acordo com a Caesb, o resíduo é responsável por 30% dos gastos com manutenção da rede de esgoto. Existem 25 pontos de coleta no DF. Ideia é transformar os rejeitos em biodiesel

Por César Filho, da Agência Brasília

Jogados na natureza ou na rede de esgoto, os rejeitos do óleo de cozinha usado em residências e no comércio são uma ameaça ao meio ambiente, à saúde pública e à infraestrutura urbana. Os impactos do descarte mal feito levaram a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) a tratar como prioridade a coleta e tratamento desse tipo de resíduo.

Para enfrentar o desafio, a companhia promove desde 2008, em parceria com a Embrapa Agroenergia, o Projeto Biguá, que mantém 25 pontos de coleta de resíduos de fritura, distribuídos por 19 regiões administrativas.

Para enfrentar o desafio, a Caesb promove desde 2008, em parceria com a Embrapa Agroenergia, o Projeto Biguá, que mantém 25 pontos de coleta de resíduos de fritura, distribuídos por 19 regiões administrativas. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Para enfrentar o desafio, a companhia promove desde 2008, em parceria com a Embrapa Agroenergia, o Projeto Biguá, que mantém 25 pontos de coleta de resíduos de fritura, distribuídos por 19 regiões administrativas. Os recursos são financiados pela Agência Brasileira de Inovação (Finep). Em breve, todo o material coletado vai virar biodiesel.

Com a ação, a Caesb evita o despejo de 400 a 600 litros de óleo ao mês no esgoto, diminuindo a poluição e gastos com manutenção. “Por se tratar de um material viscoso, o óleo se transforma em gordura, retém a passagem da água e causa vários danos às redes de tratamento do DF”, explica Vladimir Puntel, gerente de gestão ambiental coorporativa da Caesb.

[Olho texto='”Por se tratar de um material viscoso, o óleo se transforma em gordura, retém a passagem da água e causa vários danos às redes de tratamento do DF”‘ assinatura=”Vladimir Puntel, gerente de gestão ambiental coorporativa da Caesb” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Números de 2015 mostram que resíduos de fritura despejados em pias ou vasos sanitários são responsáveis por 30% dos gastos da Caesb com manutenção da rede.

Cada litro de óleo despejado custa R$ 0,25 para tratamento de esgoto e pode contaminar até 200 litros de água. É igualmente prejudicial ao solo, principalmente pela poluição dos lençóis freáticos. A impermeabilização de terrenos, outra consequência, impede a drenagem urbana e potencializa os riscos nas enchentes.

O material coletado está sendo armazenado pela Caesb para reutilização na primeira usina de biodiesel do DF. Com estrutura física concluída, a obra passará por um período de testes e pré-operação para a ajustes técnicos e manutenções.

[Olho texto=”Cada litro de óleo custa R$ 0,25 para tratamento de esgoto e pode contaminar até 200 litros de água” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]

Essa é uma etapa necessária para adequações de equipamentos. A previsão é que em 2017 a usina já esteja em operação. Até lá, serão feitas melhorias nas instalações e fechada a montagem do quadro de trabalhadores.

Inicialmente, o biodiesel produzido vai abastecer a frota de veículos da Caesb e de suas parceiras. Poderá também ser usado nos geradores responsáveis pelo tratamento de esgoto da capital.

Como armazenar o óleo de cozinha

O armazenamento dos resíduos é simples. Após o uso do óleo, a pessoa deve aguardar o resfriamento total e depois depositar o produto em recipientes plásticos descartáveis. Caso o volume ultrapasse dez litros, a companhia faz a coleta no próprio endereço.

Locais onde a utilização do óleo é significativamente maior, como em bares, restaurantes e condomínios, podem se cadastrar como parceiros do projeto pelo telefone (61) 3214-7989 ou pelo e-mail projetobigua@caesb.df.gov.br.

Edição: Vannildo Mendes