02/12/2016 às 18:28, atualizado em 17/11/2017 às 15:21

Campanha reforça combate ao Aedes aegypti em prédios públicos e escolas

Mobilização nacional contra o mosquito começou nesta sexta-feira (2) em todo o País. No DF, foram vistoriados 75 edifícios, como o CEF 18, em Ceilândia

Por Maryna Lacerda, da Agência Brasília

Lançada nesta sexta-feira (2), a Campanha Nacional de Mobilização contra o Aedes aegypti, do Ministério da Saúde, em parceria com o governo de Brasília, estimula a participação da comunidade no combate ao transmissor da dengue, da chikungunya e do zika vírus.

Uma das frentes de ação é envolver estudantes no trabalho de eliminação de possíveis criadouros na escola e em casa, como ocorre no Centro de Ensino Fundamental nº 18, em Ceilândia.

Uma das frentes de ação é envolver estudantes no trabalho de eliminação de possíveis criadouros na escola e em casa, como ocorre no Centro de Ensino Fundamental nº 18, em Ceilândia. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Uma das frentes de ação é envolver estudantes no trabalho de eliminação de possíveis criadouros na escola e em casa, como ocorre no Centro de Ensino Fundamental nº 18, em Ceilândia. A unidade desenvolveu, ao longo do ano, um projeto interdisciplinar de conscientização e prevenção à proliferação do mosquito na região, o “CEF 18 no combate ao Aedes aegypti”.

O encerramento da atividade se deu hoje, na escola, com a vistoria de equipes do Exército Brasileiro e da Diretoria de Vigilância Ambiental, da Secretaria de Saúde do DF. “Nós percebemos que a conscientização dos alunos existe, mas a mobilização para eliminar focos do Aedes aegypti não ocorria de forma efetiva”, conta a idealizadora do projeto, professora Eliane Rodrigues Amorim.

[Olho texto='”Nós percebemos que a conscientização dos alunos existe, mas a mobilização para eliminar focos do Aedes aegypti não ocorria de forma efetiva”‘ assinatura=”Eliane Rodrigues Amorim, professora e idealizadora do projeto” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Por isso, ela viu a possibilidade de integrar os conteúdos de ciências, disciplina que ministra, com conhecimentos de português e artes.

A primeira fase do projeto estimulou os estudantes a pesquisarem sobre a incidência do mosquito na região administrativa. Depois, eles foram instigados a colocar em cordel e em paródia as informações que tinham a respeito da dengue.

Na etapa seguinte, cerca de 500 alunos do 6º ao 9º ano lançaram um mangá que conta a origem do Aedes aegypti e fala dos sintomas mais comuns das doenças a ele relacionadas. Até mesmo um repelente caseiro, à base de cravo da índia, foi produzido pelos estudantes. Todo o processo durou de março a julho, e, em setembro, a iniciativa ganhou a Feira de Ciências da regional de ensino.

O aluno do Centro de Ensino Fundamental 19, Harley Rodrigues é deficiente visual e ajudou na fabricação de um repelente caseiro, que foi distribuído na comunidade.

O aluno do Centro de Ensino Fundamental 19 Harley Rodrigues é deficiente visual e ajudou na fabricação de um repelente caseiro, que foi distribuído na comunidade. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Apesar da diferença de séries e idades, o projeto conseguiu alcançar boa parte do público-alvo. “Hoje, se eu ficar sabendo de algum foco de dengue perto da minha casa ou na cidade, pode ter certeza que vou lá tirá-lo”, conta Harley Rodrigues Castro, 19 anos, do 7º ano do CEF 18.

Estudantes envolvem a comunidade no combate ao Aedes aegypti

Ao sensibilizar os adolescentes para a questão, espera-se atingir também os pais e responsáveis. “Eles atuam como multiplicadores do conhecimento”, conta Eliane.

A ideia de elaborar o projeto interdisciplinar surgiu da observação da realidade da região em que a escola fica. “Nós observamos que a área do P Sul registra número significativo de casos de dengue. Isso nos preocupou muito”, conta o diretor do CEF 18, George de Castro.

[Olho texto='”A população tem que se envolver com o combate. Só o Poder Público não consegue acabar com o mosquito”‘ assinatura=”Omar Oliveira Guedes Neto, major do Corpo de Bombeiros” esquerda_direita_centro=”direita”]

Na visita do Exército à escola, foram observados possíveis focos do inseto em água acumulada no período de chuvas. “Alertamos para as canaletas e calhas e para a necessidade de eliminar entulhos e restos de poda de árvore. É preciso eliminar o mosquito ainda na fase aquática”, destaca o capitão Jabis Pereira dos Santos Filho, do 16º Batalhão de Logística do Exército.

Força-tarefa contra a dengue percorre prédios públicos do DF

A análise dos boletins epidemiológicos produzidos em 2016 mostrou que a faixa etária com maior incidência de dengue é dos 20 aos 49 anos, ou seja, em idade produtiva. Com isso, percebeu-se que os locais de trabalho são os ambientes com quantidade significativa de focos do Aedes. Assim, a campanha começou as vistorias por prédios públicos.

Em um dia de ação, foram visitados 75 edifícios e removidos ou tratados com larvicidas 77 depósitos. Desse montante, 43 tinham larvas. “A população tem que se envolver com o combate. Só o Poder Público não consegue acabar com o mosquito”, reforça um dos coordenadores da força-tarefa de combate ao Aedes aegypti, major do Corpo de Bombeiros Omar Oliveira Guedes Neto.

Participaram da atividade 61 agentes, 33 militares do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, 24 agentes de saúde e quatro profissionais da Defesa Civil.

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Edição: Vannildo Mendes