05/01/2017 às 12:45, atualizado em 05/01/2017 às 17:43

Governo reforça ações contra mosquito da dengue em período de maior risco

De outubro a dezembro de 2016, 345 mil imóveis foram inspecionados, e operação segue até junho. Perigo de infestação aumenta de fevereiro a abril

Por Vinícius Brandão, da Agência Brasília

Mesmo com mudanças de tempo entre dias secos e chuvosos, o governo de Brasília mantém as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti. De outubro do ano passado, no início das chuvas, a 31 de dezembro, foram inspecionados 345 mil imóveis. A previsão é que a operação siga forte até junho.

Áreas em nível vermelho recebem também o fumacê, veículo que passa nas ruas pulverizando produto químico para matar os focos do mosquito.

Áreas em nível vermelho recebem também o fumacê, veículo que passa nas ruas pulverizando produto químico para matar os focos do mosquito Aedes Aegypti. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Segundo Denilson Magalhães, assessor de Mobilização Institucional e Social para Prevenção de Endemias da Subsecretaria de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Saúde, as ações cobrirão o período de mais riscos. “Nossas informações indicam que a época com maior incidência de casos é de fevereiro até abril”, justificou.

Ele destacou a importância da participação dos moradores. “A população precisa entender o risco que o Aedes tem de passar doenças, porque o mosquito vive dentro das áreas das residências. Cada um deve cuidar da própria casa.” Se uma pessoa permite que o inseto prolifere no terreno, pode espalhar a dengue, o zika vírus e a febre chikungunya para os vizinhos, lembrou o assessor.

[Olho texto='”A população precisa entender o risco que o Aedes tem de passar doenças, porque o mosquito vive dentro das áreas das residências”‘ assinatura=”Denilson Magalhães, assessor de Mobilização Institucional e Social para Prevenção de Endemias” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Uma das três frentes de ação consiste em alertar a comunidade. As outras são de combate direto ao mosquito e de manejo ambiental. A equipe de inspeção de imóveis é formada por 30 homens do Corpo de Bombeiros Militar do DF. A de agentes comunitários que interagem diretamente com a população será de aproximadamente mil servidores a partir deste mês de janeiro, quando um grupo das Forças Armadas se incorporou ao esforço.

Para fazer o manejo ambiental, as administrações regionais seguirão dando apoio para remover móveis e objetos que favoreçam a infestação de mosquitos.

Brasília é dividida em níveis de risco de proliferação do Aedes aegypti

Fundamental para as ações, o Levantamento de Índices Rápidos do Aedes aegypti (LIRAa) é feito quatro vezes ao ano para determinar a taxa de proliferação do mosquito nas regiões administrativas. Se o porcentual de imóveis pesquisados com presença de larvas for abaixo de 1%, o nível de perigo da área é verde.

[Numeralha titulo_grande=”4%” texto=”Porcentual de residências com presença de larva adotado para caracterizar surto ou alerta vermelho” esquerda_direita_centro=”direita”]

Mas se o porcentual for de 1 a 3,9%, já entra no nível amarelo de alerta. “Com 4% ou mais, a região está no nível vermelho, de surto, e os esforços nela são mais concentrados”, alerta o assessor.

Áreas em nível vermelho recebem também o fumacê, veículo que passa nas ruas pulverizando produto químico para matar os focos do mosquito. A última publicação do LIRAa foi em outubro de 2016, e a próxima será ainda neste mês.

Uma sala de situação, com equipe de especialistas, monitora a evolução dos casos das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e os dados de infestação do mosquito. Uma vez por semana, os técnicos fazem uma reunião com as forças-tarefa para avaliar a situação da cidade e decidir como as ações serão desenvolvidas.

Em 2016, o DF teve 17.867 casos de residentes com confirmação de dengue. Desses, 56% concentraram-se nas regiões de Brazlândia, Ceilândia, Planaltina, Samambaia, São Sebastião e Taguatinga. Os números são do Boletim Epidemiológico de Dengue, Chikungunya e Zika nº 1 deste ano, o último relativo a 2016.

O documento também relatou 177 casos de zika vírus e 153 de febre chikungunya.

Edição: Vannildo Mendes