01/03/2017 às 12:56, atualizado em 02/03/2017 às 11:55

Governo faz segunda pesquisa sobre segurança pública

Levantamento anual serve como base para construção de políticas públicas mais focadas e mais eficientes no DF

Por Mariana Damaceno, da Agência Brasília

Até abril, cerca de 70 pesquisadores vão percorrer as ruas de Brasília para ouvir da população como é a sua relação com a segurança pública. As visitas, que começaram em dezembro, fazem parte da segunda pesquisa distrital sobre o tema, que tem o objetivo de reunir dados estatísticos para a construção de políticas públicas mais focadas e mais eficientes.

Uma das grandes motivações para o levantamento é avaliar os crimes que deixam de ser informados às forças de segurança. “Analisamos as ocorrências do mês, mas, para desenhar uma política, também precisamos ter ideia do que deixou de ser registrado”, explica o subsecretário de Gestão da Informação, da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, Marcelo Durante.

[Olho texto='”Analisamos as ocorrências do mês, mas, para desenhar uma política, também precisamos ter ideia do que deixou de ser registrado”‘ assinatura=”Marcelo Durante, subsecretário de Gestão da Informação, da Secretaria da Segurança Pública” esquerda_direita_centro=”direita”]

A primeira pesquisa, do começo de 2015 ao início de 2016, mostrou, por exemplo, que, em casos de roubos que não envolvem automóveis, apenas 55,8% das pessoas registram ocorrência. O número é menor quando se trata de agressão (31%), ofensa sexual (17,8%) e discriminação (5,5%).

O levantamento também serve para mapear vários outros fatores, como as condições urbanas locais e a avaliação popular do trabalho da polícia. “É um instrumento de monitoramento, que tem de ser colocado em prática de forma contínua.” Previsto no planejamento do governo, ele ocorre a cada ano e é intercalado por uma fase não-presencial.

Seis meses depois que os pesquisadores visitam as casas, a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) entra em contato com os entrevistados por meio de um telefone cadastrado e aplica um novo questionário, menos detalhado. A intenção é checar a evolução das políticas e também avaliar se essas pessoas mudaram de opinião.

Como é feita a pesquisa

Como em 2015, 19.537 pessoas serão ouvidas, desta vez até abril. Em 2017, até a semana antes do carnaval, 32% das entrevistas haviam sido feitas. O levantamento é representativo para todas as regiões administrativas, o que permite um diagnóstico preciso e políticas específicas em cada localidade.

Uma equipe da Codeplan definiu a quantidade de moradores a ser ouvida em cada cidade, de modo que houvesse representatividade equilibrada.

[Numeralha titulo_grande=”19.537″ texto=”Quantidade de pessoas que serão entrevistadas” esquerda_direita_centro=”direita”]

Os entrevistados foram sorteados por meio do cadastro de endereço do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e, dentro de cada residência, uma pessoa é sorteada na hora para responder ao questionário.

Os pesquisadores fazem a entrevista, que é gravada por tablet, e o questionário dura a média de 40 minutos. Eles comparecem às casas uniformizados, com crachá e uma carta assinada pela secretária da Segurança Pública e da Paz Social, Márcia de Alencar Araújo.

Diagnósticos para subsidiar outros órgãos

A primeira edição resultou em diagnósticos que abasteceram não apenas o banco de dados da Secretaria da Segurança Pública. A Companhia Energética de Brasília (CEB), por exemplo, também teve acesso a um mapa das áreas onde a iluminação pública precisa ser reforçada. “Você consegue ver que onde tem vítima é exatamente onde está o problema de iluminação, de lixo, de desordem”, exemplifica o subsecretário de Gestão da Informação.

O investimento na pesquisa distrital de segurança é de R$ 569 mil, e ela é aplicada pela Opinião Consultoria Limitada.

Edição: Paula Oliveira