14/07/2017 às 15:39, atualizado em 14/07/2017 às 17:58

Pesquisa de percepção dos moradores reforça debate sobre a Luos

Levantamento feito pelo governo também reúne dados sobre aceitação de comércio na vizinhança. Pesquisa divulgada nesta sexta (14) ouviu 5.089 pessoas

Por Maryna Lacerda, da Agência Brasília

Os índices de satisfação com o local de moradia do primeiro e do segundo grupo são 48% e 56%, e não 54% e 63%, conforme informado anteriormente. A média geral é de 55%, e não de 62%. As porcentagens divulgadas na primeira versão referem-se aos índices de satisfação com o comércio na vizinhança.

O governo de Brasília conta com outra ferramenta além da participação popular para ajudar na elaboração da Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) no Distrito Federal. Trata-se de pesquisa do grau de satisfação dos moradores quanto ao local em que vivem e a aceitação ou rejeição deles à existência de comércio na vizinhança.

Os dados da pesquisa Percepções de cidadãos sobre sua moradia no DF, foram divulgados nesta sexta-feira (14), em entrevista coletiva no Palácio do Buriti

Os dados da pesquisa Percepções de cidadãos sobre sua moradia no DF, foram divulgados nesta sexta-feira (14), em entrevista coletiva no Palácio do Buriti. Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

Os dados integram o levantamento Percepções de cidadãos sobre sua moradia no DF, divulgada nesta sexta-feira (14), em entrevista coletiva no Palácio do Buriti. São responsáveis pelo estudo a Secretaria de Gestão do Território e Habitação e a Companhia de Planejamento do DF (Codeplan).

Foram ouvidas por telefone 5.089 pessoas no período de 2 a 30 de junho. Para organizar melhor as informações, o DF foi dividido em dois grupos. O primeiro engloba o Park Way e os Lagos Norte e Sul, e o segundo, as demais regiões.

O recorte se deve ao tipo de ocupação urbana, em que o primeiro conjunto tem padrão mais parecido com bairros e, o segundo, de cidade propriamente dita.

Mais da metade dos entrevistados está satisfeita com o local onde mora

De acordo com a pesquisa, a satisfação com o local de moradia é da ordem de 48% para o primeiro grupo, e de 56% para as demais regiões. A média geral é de 55% de satisfação.

[Olho texto=”“A questão científica se soma à política e à técnica como uma forma de construir o entendimento comum. Caso contrário, estaríamos entre a tecnocracia e o populismo”” assinatura=”Thiago de Andrade, secretário de Gestão do Território e Habitação” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Se agregadas as avaliações de satisfeito e muito satisfeito, os resultados são ainda mais expressivos. No caso do dado geral, os moradores que se disseram muito satisfeitos representam 16%. Ao todo, o índice de satisfação é de 71%.

Para o grupo Park Way e Lagos Norte e Sul, os entrevistados que se consideram muito satisfeitos são de 42%, o que eleva a percepção de satisfação a 90%. Nas demais regiões administrativas, 15% se identificam como muitos satisfeitos com o local em que moram. Assim, o índice de satisfação é de 71%.

“Esperávamos esse resultado para o Park Way, não para a média geral. Esse é um dos pontos a se levar em conta no processo de discussão da Luos”, explica o secretário de Gestão do Território e Habitação, Thiago de Andrade. Segundo ele, a pesquisa tem caráter de percepção, não de fiscalização.

Satisfação com o comércio na vizinhança

Em relação à satisfação com o comércio na vizinhança, o dado geral é de 62%. Além disso, 12% se consideram muito satisfeitos. Somados, os resultados significam uma percepção de 74%.

O grupo Park Way e Lagos Norte e Sul apresenta resultado de 54% para satisfeito e 16% para muito satisfeito com o comércio. Unidos, eles representam aprovação de 70%. Para as demais regiões administrativas, 63% se dizem satisfeitos com o comércio e 12% muito satisfeitos. Com isso, chega-se a um total de 75% de aprovação.

Aceitação de atividade comercial em residência

Quando questionados sobre a aceitação de atividade comercial em residência, a maioria dos entrevistados de Park Way e Lagos Sul e Norte se mostra contrária à permissão. Em termos porcentuais, 41% dos moradores são refratários a essa possibilidade. No entanto, 34% admitem a autorização para algumas atividades.

Já os moradores das demais regiões estão abertos à opção. Esse é um ponto a ser abordado pela Luos, uma vez que hoje há regras variadas e conflitantes sobre o assunto.

Cabe ao Estado promover o consenso nesse processo, defende o secretário Thiago de Andrade. “A questão científica se soma à política e à técnica como uma forma de construir o entendimento comum. Caso contrário, estaríamos entre a tecnocracia e o populismo”, justifica.

O material vai subsidiar a próxima audiência pública sobre o tema, no sábado (15), às 9 horas, no campus de Ceilândia da Universidade de Brasília (UnB).

Levantamento usou padrões internacionais de coleta e análise de dados

A coleta das impressões dos moradores foi feita por meio de ligações telefônicas com base em metodologia reconhecida internacionalmente. Para isso, a Codeplan usou os dados registrados no canal 156.

[Olho texto=”“Conseguimos atingir uma boa amostra em pouco tempo. Isso ajuda na redução de margem de erro”” assinatura=”Frederico Bertholini, gerente de monitoramento das Finanças e Avaliação de Gestão Pública da Codeplan” esquerda_direita_centro=”direita”]

“Dessa forma, conseguimos economia de recursos, porque o custo foi praticamente zero”, explica o gerente de monitoramento das Finanças e Avaliação de Gestão Pública, da Diretoria de Estudos e Pesquisas Econômicas da companhia, Frederico Bertholini.

A rapidez na obtenção de dados é o diferencial da pesquisa, de acordo com Bertholini. “Conseguimos atingir uma boa amostra em pouco tempo. Isso ajuda na redução de margem de erro”, conta o especialista.

Para dar precisão às amostras, usou-se também a ponderação, em que são atribuídos pesos para cada grupo. Isso porque foram ouvidas 1.298 pessoas do Park Way e lagos Norte e Sul, e 3.791 das demais regiões administrativas.

Audiência pública presencial sobre a Luos

15 de julho (sábado)

Às 9 horas

No auditório da Unidade Acadêmica do campus de Ceilândia da Universidade de Brasília — AE, Setor N, QNN 14, Conjunto O, Ceilândia Sul

Edição: Paula Oliveira