19/07/2017 às 20:07, atualizado em 08/12/2017 às 09:45

Servidores são capacitados em perícia de incêndios florestais

Atividade tem como objetivo identificar origem do fogo em áreas atingidas e autuar responsáveis. Ação integra o plano de prevenção e combate a queimadas

Por Gabriela Moll, da Agência Brasília

Servidores de órgãos ambientais do Distrito Federal e da União aperfeiçoam as habilidades para identificar focos de queimadas. Até sábado (22), 38 inscritos participam do primeiro curso de capacitação em técnicas de perícia, previsto no Plano de Preservação e Combate aos Incêndios Florestais.

Servidores participam de curso para capacitação em perícia de incêndios florestais.

Servidores participam de curso para capacitação em perícia de incêndios florestais. Foto: Andre Borges/Agência Brasília

Em sete dias de aulas teóricas e práticas, os servidores aprendem a controlar chamas de incêndio e a construir laudos periciais que atestam a origem do fogo.

A queima de lixo doméstico, o manejo de solo feito com fogo ou mesmo a incidência do sol em pedaços de vidro jogados em áreas secas são focos comuns de queimadas.

“Um dos objetivos do curso é aumentar a capacidade de identificar e autuar os responsáveis por crimes ambientais nas áreas de preservação”, destaca a subsecretária de Serviços Ecossistêmicos da Secretaria do Meio Ambiente, Nazaré Soares.

De acordo com ela, além de aumentar o conhecimento técnico nas instituições, o curso atende a uma demanda da sociedade. A próxima edição está prevista para 2018.

[Olho texto='”Um dos objetivos do curso é aumentar a capacidade de autuar os responsáveis por crimes ambientais nas áreas de preservação”‘ assinatura=”Nazaré Soares, subsecretária de Serviços Ecossistêmicos” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

O gerente do Fogo do Parque Nacional de Brasília, Manoel Eurípedes da Silva, reforça a necessidade do treinamento. “Descobrir a causa também é fundamental para impedir que o incêndio ocorra novamente”.

Manoel foi um dos responsáveis pelas ações pedagógicas ministradas em aulas práticas nesta quarta-feira (19), na unidade de conservação.

Para demonstrar a dinâmica do fogo, foram queimados intencionalmente 12 mil metros quadrados de uma área, dividida em cinco faixas.

A técnica de queima controlada usada no curso, chamada de aceiro negro, é usada para evitar propagação de incêndios florestais. O procedimento é recomendado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela gestão do parque.

Até o fim de julho, o órgão federal concluirá 142 quilômetros de aceiros negros no território do DF.

Governos local e federal trocam experiência

Capacitados, os peritos darão suporte nos órgãos responsáveis. “Normalmente, essa função é restrita ao trabalho dos bombeiros, mas agora teremos mais profissionais aptos a atender amplamente o território do DF”, explica a técnica da Secretaria do Meio Ambiente para o Plano de Preservação e Combate aos Incêndios Florestais, Carolina Schubart.

A turma é orientada por cinco instrutores do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PrevFogo), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Durante o curso, servidores aprendem a construir laudos periciais sobre a origem do fogo.

Durante o curso, servidores aprendem a construir laudos periciais sobre a origem do fogo. Foto: Andre Borges/Agência Brasília

Para garantir a segurança dos participantes, 15 brigadistas, um caminhão-pipa e dois caminhões de combate a sinistros acompanham a prática.

Um dos alunos, o comandante do Grupamento de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Gláuber de La Fuente, reforça que a capacitação é importante para a troca de experiências.

Pelos bombeiros, participam do curso quatro combatentes e dois peritos. “Também fazemos essa atividade na corporação, mas aqui aproveitamos a expertise de órgãos que usam metodologias específicas para áreas de preservação”, observa o oficial.

Ele reforça que a perícia é fundamental para aprender como preservar as áreas afetadas e concluir com mais precisão a origem dos focos de incêndio. “Aprender o comportamento do fogo é muito importante no combate direto ao incêndio”, acrescenta o comandante.

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Além dos bombeiros, integram a turma, pelo governo de Brasília, servidores da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) e do Instituto Brasília Ambiental (Ibram).

Também participam representantes do Jardim Botânico de Brasília, da Polícia Civil do DF, da Aeronáutica e da ONG Grupo Ambientalista do Torto.

O que é o plano de ação

Criado em 1996, o Plano de Ação de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do DF foi reformulado pelo Decreto nº 37.549, de 15 de agosto de 2016, que criou ainda o Sistema Distrital de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais.

O programa é voltado para promoção, prevenção e apoio a atividades educativas e de saúde relacionadas a queimadas. Entre os objetivos estão proteger unidades de conservação no DF e áreas de proteção de mananciais, prevenir incidentes e fiscalizar queimadas.

Edição: Vannildo Mendes