24/08/2017 às 14:15, atualizado em 25/08/2017 às 10:45

Órgãos públicos participam de competição para reforçar economia de água

Desafio Pingo de Consciência — cada gota vale muito foi lançado nesta quinta-feira (24) com assinatura de portaria que mobiliza mais de 70 instituições da administração pública direta e indireta

Por Maryna Lacerda, da Agência Brasília

A política de redução de consumo de água nos órgãos públicos foi reforçada nesta quinta-feira (24) com a assinatura da portaria que estabelece o Desafio Pingo de Consciência — cada gota vale muito. A cerimônia ocorreu no Salão Nobre do Palácio do Buriti.

Desafio Pingo de Consciência — cada gota vale muito foi lançado nesta quinta-feira (24) com assinatura de portaria que cria a competição entre mais de 70 instituições da administração pública direta e indireta.

Desafio Pingo de Consciência — cada gota vale muito foi lançado nesta quinta-feira (24) com assinatura de portaria que cria a competição entre mais de 70 instituições da administração pública direta e indireta. Foto: Andre Borges/Agência Brasília

Por meio da norma, que também será publicada no Diário Oficial do Distrito Federal, os órgãos de governo que atingirem a maior porcentagem de redução de consumo referente a setembro, outubro e novembro serão premiados. A base de comparação é o mesmo período em 2015.

Os três primeiros colocados receberão certificado de reconhecimento. Além disso, os órgãos que atingirem a meta mínima de economia de 10% — definida por meio do Decreto nº 37.644, de 20 de setembro de 2016 — terão selo de uso consciente da água. Mais de 70 instituições da administração pública direta e indireta do DF participam do desafio.

A proposta é estimular o consumo racional e consciente dos recursos hídricos por meio de uma disputa, explicou o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio. “É uma competição saudável entre todos os órgãos para ver quem consegue fazer mais e melhor.”

Apesar de o início do período de chuvas estar próximo, os esforços devem continuar. “Demora até encharcar o solo e a água chegar ao reservatório. Teremos ainda dois ou três meses muito críticos. A crise hídrica ainda é uma realidade. Estamos com nossos reservatórios em níveis muito baixos”, reforçou o chefe da Casa Civil.

Entre as medidas possíveis para diminuir o uso da água estão:

  • Localizar vazamentos e a eles pôr fim
  • Abrir a torneira o mínimo possível e somente quando necessário
  • Usar menos sabão
  • Substituir a mangueira pelo balde na limpeza dos prédios dos órgãos

Além disso, peças publicitárias estão disponíveis para download gratuito no site www.useaconsciencia.df.gov.br. O material poderá ser usado em comércios, indústrias e demais estabelecimentos.

O vazamento de água no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, referente à conta de junho deste ano, prejudicou o desempenho do DF na economia de água. “Foi um episódio lamentável, que ensejou uma auditoria que está sendo concluída pela Controladoria-Geral do DF”, reconheceu Sampaio.

[Olho texto=”“A crise hídrica ainda é uma realidade. Estamos com nossos reservatórios em níveis muito baixos”” assinatura=”Sérgio Sampaio, chefe da Casa Civil” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

O incidente, no entanto, não deve comprometer a meta de redução neste mês. “Vínhamos nos mantendo acima da meta de 10% de redução de consumo de água. Se tratarmos o ocorrido como um ponto fora da curva, podemos dizer que conseguimos manter a média”, afirmou o chefe da Casa Civil.

Mudanças nos métodos de trabalho para reduzir consumo de água

O engajamento dos servidores é fundamental em todos os setores, principalmente naqueles que dependem da água para atuar.

Foi o que destacou o chefe do Departamento de Parques e Jardins, da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), Alfred Luciano Fábio Gomes Castro, na cerimônia de hoje.

“A comunidade questiona ‘por que você está molhando aquele canteiro e eu tenho racionamento de água no meu prédio?’. Essas cobranças nos fizeram mudar nossos métodos de trabalho”, conta

Foram substituídas espécies de plantas e reduzidos os canteiros administrados pela Novacap. “Colocamos as que suportam um período maior sem regar, diminuímos a quantidade de flores, que têm ciclo de vida mais curto e precisam de água diariamente.”

Outra mudança foi em relação ao tamanho da gota que abastece os canteiros. “Quando falamos em gota, pode parecer muito pouco. No entanto, 20 gotas equivalem a 1 ml”, disse.

Edição: Paula Oliveira