15/09/2017 às 09:06, atualizado em 15/09/2017 às 12:06

Filmes universitários ganham destaque na 50ª edição do Festival de Brasília

Programação contempla 20 produções de alunos de cinema e audiovisual, como Pedro Buson e Gustavo Menezes, do curta O homem que não cabia em Brasília, da UnB

Por Cibele Moreira e Vinícius Brandão, da Agência Brasília

Filmes feitos por universitários ganham destaque na 50ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Serão exibidos, ao todo, 20 curtas-metragens vindos de diversas faculdades brasileiras.

O curta O Homem que Não Cabia em Brasília, produzido por Pedro Buson e dirigido e escrito por Gustavo Menezes , concorre a três troféus Candango.

O curta O homem que não cabia em Brasília, produzido por Pedro Buson e dirigido e escrito por Gustavo Menezes, concorre a três Troféus Candango. Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

O intuito é dar mais espaço para que alunos dos cursos de cinema e audiovisual possam expor seus trabalhos ao público em geral. A programação do primeiro Festival Universitário de Brasília (FestUniBrasília) inclui duas sessões com curtas-metragens de até 15 minutos, feitos de 2015 a 2017.

A exibição será no sábado (16) e no domingo (17), às 10 horas, no Cine Brasília (106/107 Sul), seguida de debate com os cineastas. Os filmes ainda concorrem a três Troféus Candango nas categorias de: melhor filme pelo público, melhor curta-metragem pelo júri técnico e melhor direção.

Entre os selecionados, três representam a Universidade de Brasília (UnB): Afronte, O homem que não cabia em Brasília e A outra caixa.

[Olho texto='”O homem que não cabia em Brasília retrata a peleja de um morador de rua nordestino contra a utopia da capital”‘ assinatura=”Gustavo Menezes, diretor e roteirista do filme” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Para o diretor e roteirista de O Homem que não Cabia em Brasília, Gustavo Menezes, de 24 anos, ter o filme em uma mostra de peso é uma honra. “A ansiedade é altíssima, principalmente por estar em uma mostra junto com o cineasta Edgar Navarro, que serviu de grande inspiração para o roteiro”, destaca Menezes.

Produzido durante o sexto semestre do curso de cinema da UnB, O Homem que não Cabia em Brasília retrata a peleja de um morador de rua nordestino contra a utopia da capital. O curta brasiliense rememora algumas ideias do filme Superoutro, de Navarro.

Com toques de humor, apresenta os contrastes da capital brasileira sob a ótica nordestina. A mistura do repente e dos trejeitos da cultura regional é visível em toda a obra.

Estudante e produtor, Pedro Buson, de 23 anos, conta que a própria concepção da obra trouxe outro olhar para a cidade. “O filme nos mostrou o que é Brasília para fazer cinema, toda a burocracia que existe, e a gente até que coloca um pouco disso no curta.”

Apesar de ser exibido pela primeira vez no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o curta da UnB já participou de mostras nas cidades de Fortaleza, Belém, Curitiba, São Gonçalo e Pelotas.

Um resgate da história do festival

O FestUniBrasília também remete à própria história do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que surgiu dentro da UnB por iniciativa de Paulo Emílio Salles Gomes e de outros professores do curso.

[Olho texto='”Há muitos filmes bons, com ritmo e ótimos diálogos. Não tem como deixar essa produção universitária de fora”‘ assinatura=”Erika Bauer, cineasta e professora da UnB” esquerda_direita_centro=”direita”]

A cineasta e professora da UnB Erika Bauer explica que esse é um resgate das origens do evento e traz uma mistura de gerações. “Há muitos filmes bons, com ritmo e ótimos diálogos. Não tem como deixar essa produção universitária de fora”, comenta ela, que também integrou a comissão de seleção do FestUniBrasília.

Erika conta que a qualidade dos 279 filmes inscritos na categoria era alta. Para ela, foi até difícil escolher apenas 20 para a exibição na 50ª edição do festival.

Festival recebe aplicativo com programação

Foi lançado hoje (15) o aplicativo do Festival de Brasília, que pode ser baixado em celulares Android, iOS e Windows Phone. O interessado deve fazer cadastro ou usar conta do Google ou do Facebook para acessar as informações.

Com ele, o público poderá ver a programação completa, votar nos filmes para as categorias de júri popular e ganhar desconto em dois passeios turísticos por Brasília.

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A votação só pode ser feita até quatro horas depois do início da sessão competitiva e em um raio de 400 metros em volta do cinema.

O usuário deve digitar o código presente no ingresso, que o libera para fazer a avaliação — de uma a cinco estrelas — dos filmes apresentados naquela noite.

Para quem não tiver celular ou acesso à internet, os locais de exibição das mostras terão promotoras com tablets habilitados para a votação com as mesmas regras do aplicativo.

1º Festival Universitário de Cinema de Brasília

16 de setembro (sexta-feira)

A partir das 10 horas

No Cine Brasília — 106/107 Sul

O homem que não cabia em Brasília, de Gustavo Menezes – UnB-DF (ficção)

Fora de quadro, de Txai Ferraz – UFPE-PE (documentário)

Latossolo, de Michel Santos – UFRB-BA (documentário)

Afronte, de Bruno Victor e Marcus Azevedo – UnB-DF (documentário/ficção)

Michel, de Guilherme Novello – Unisinos-RS (ficção)

Com os pés no chão, de Marise Urbano – UFBA-BA (ficção)

Vazio do lado de fora, de Eduardo BP – UFF-RJ (ficção)

Mira, de Janaina da Veiga – Unespar-PR (animação)

Essa barra que é gostar de você, de Madiano Marcheti – PUC-Rio-RJ (ficção)

 

17 de setembro (sábado)

A partir das 10 horas

No Cine Brasília — 106/107 Sul

Pelo suja minha carne, de Bruno Ribeiro – UFF-RJ (ficção)

O arco do medo, de Juan Rodrigues – UFRB-BA (experimental/vídeo-arte)

A outra caixa, de Amanda Devulsky – UnB-DF (experimental)

Serenata, de Dani Seabra – CTR/ECA/USP-SP (ficção)

Sobejar, de Helena Volani – Unespar-PR (doc)

Procura-se Marina, de Yolanda Margarida – IFG-GO (ficção)

Fervendo, de Camila Gregório – UFRB-BA (ficção)

Deus, de Vinícius Silva – UFPEL-RS (doc-ficção)

Bambas, de Anna Furtado – FAAP-SP (doc)

O chá do general, de Bob Yang – FAAP-SP (ficção)

Edição: Vannildo Mendes