20/10/2017 às 14:16, atualizado em 08/12/2017 às 09:44

Pista de pouso na Floresta Nacional vai ajudar no combate a incêndios

Estrutura evitará que aeronaves do Corpo de Bombeiros enfrentem tráfego aéreo do Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek

Por Maryna Lacerda, da Agência Brasília

Diferentemente do informado, o modelo das duas aeronaves do Corpo de Bombeiros é o AirTractor, e não AirTrack

Como forma de diminuir o tempo de resposta para o combate a incêndios florestais, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal passa a contar agora com uma pista de pouso e decolagem na Área 4 da Floresta Nacional de Brasília (Flona).

A nova pista vai evitar que aeronaves do Corpo de Bombeiros enfrentem tráfego aéreo do Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek

A nova pista vai evitar que aeronaves do Corpo de Bombeiros enfrentem tráfego aéreo do Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

A estrutura, inaugurada nesta sexta-feira (20), tem 1,5 mil metros de extensão por 30 metros de largura e capacidade de operar com até quatro aeronaves simultaneamente. Ela também poderá ser usada pelas brigadas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela área.

A agilidade em operações complexas foi destacada pelo comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, coronel Hamilton dos Santos Esteves Júnior. “A pista vai facilitar muito a logística operacional de combate a incêndios na nossa capital”, avalia.

A pista é de terra e só será usada para o combate a grandes incêndios. “A ideia é reduzir ao máximo o impacto ambiental, uma vez que ela está em área de preservação permanente”, explica o comandante do Grupamento de Proteção Ambiental (Gpram) da corporação, tenente-coronel Glauber de La Fuente.

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Dessa forma, as aeronaves do Corpo de Bombeiros terão menos tempo de deslocamento até os principais pontos de queimadas. Até então, elas saíam do Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek e enfrentavam o tráfego aéreo intenso.

Ainda que os aviões tenham prioridade na fila de decolagem do terminal, são gastos cerca de 20 minutos entre pouso, abastecimento e autorização para voar.

“Agora, não é necessário mais entrar na fila. O tempo que gastamos é praticamente o de abastecimento, algo em torno de 5 minutos”, afirma o comandante do Gpram. A área também tem espaço para manobra de 60 metros por 60 metros. O abastecimento de água será feito por meio de duas viaturas do tipo autotanque da corporação.

O Corpo de Bombeiros conta com duas aeronaves do modelo AirTractor, com capacidade de transportar até 3,2 mil litros de água. Com a operação na Flona, elas cobrirão, principalmente, as seguintes áreas:

  • Parque Nacional de Brasília
  • Chapada Imperial
  • Reserva Biológica da Contagem
  • Lago Oeste
  • Jardim Botânico

A resposta rápida é fundamental para evitar a propagação do fogo pelo Cerrado. A preocupação com o controle das chamas tem surtido resultados: a quantidade de ocorrências atendidas pela corporação, até agora, é superior à de 2016, mas a área queimada permanece inferior à do ano passado.

Foram 9 mil ocorrências de incêndios florestais até agora, em comparação às 7 mil registradas no mesmo período de 2016. A área queimada, por sua vez, foi de 17.441,95 hectares. Neste ano, até agora, foram 14.504 hectares.

A construção da pista não significou custos adicionais ao governo de Brasília. Ao ICMBio coube a cessão do espaço, e ao Corpo de Bombeiros, o projeto executivo. A obra foi feita com maquinário da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap).

A pista está prevista no Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais e é mais uma estrutura para a Operação Verde Vivo, trabalho conjunto entre as áreas ambiental e de segurança pública do DF no enfrentamento das queimadas.

Edição: Paula Oliveira