19/02/2018 às 09:04, atualizado em 19/02/2018 às 11:11

Papa-DF incentiva crescimento socioeconômico no campo

Em 2017, foram investidos R$ 8,4 milhões. Um dos 178 agricultores beneficiados, Ivone Ribeiro, do Lago Oeste, conseguiu melhorar a propriedade com o dinheiro das vendas

Por Mariana Damaceno, da Agência Brasília

O Programa de Aquisição da Produção da Agricultura (Papa-DF) beneficiou, em 2017, 176 produtores da agricultura familiar. O investimento foi de R$ 8.412.634,08.

Em 2017, foram investidos R$ 8,4 milhões. Um dos 178 agricultores beneficiados, Ivone Ribeiro, do Lago Oeste, conseguiu melhorar a propriedade com o dinheiro das vendas.

Em 2017, foram investidos R$ 8,4 milhões. Um dos 178 agricultores beneficiados, Ivone Ribeiro, do Lago Oeste, conseguiu melhorar a propriedade com o dinheiro das vendas. Foto: Andre Borges/Agência Brasília

Mais de 2,5 mil toneladas de alimentos foram comercializadas, como café, leite e manteiga. Além disso, o programa viabiliza a compra direta de produtos artesanais.

Qualquer órgão do governo de Brasília pode solicitar a aquisição de alimentos e produtos artesanais por meio do Papa-DF. As compras ocorrem com dispensa de licitação.

Participaram no ano passado o Banco de Brasília (BRB); a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF); a Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos; e a Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude.

Mais oportunidade na área rural

Ivone Ribeiro, de 59 anos, foi uma das beneficiadas com o contrato da pasta Adjunta de Desenvolvimento Social. Quando recebeu a reportagem, em janeiro de 2017, a média que calculava de lucro por ano era de cerca de R$ 6 mil, valor que, segundo ela, mais que triplicou no ano passado.

“Ainda não tive tempo para colocar na ponta do lápis, mas acho que tirei pelo menos R$ 20 mil”, estima. Graças à iniciativa, ela conseguiu melhorar a irrigação, trocar o sistema de bombas e arcar com os gastos de casa.

Na propriedade de 10 hectares, no Lago Oeste, em Sobradinho, Ivone planta mais de 50 produtos diferentes, como banana, pimentão e cebola. Com rotina pesada, ela cuida da horta a partir das 6 horas e, sempre que pode, dá uma incrementada na variedade. A meta agora é semear maçã.

O cultivo, conta, não traria tanto lucro se não fosse o programa, principal fonte de renda dela.

No ano passado, Ivone comercializou orgânicos para a montagem das cestas verdes, entregues pela Secretaria do Trabalho do DF.

Valorização do produtor familiar

A valorização do trabalho dos produtores familiares é o principal objetivo do programa, segundo o gerente de Compras Institucionais, da Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Lúcio Flávio da Silva.

“Significa o desenvolvimento socioeconômico dos participantes, uma vez que são incluídos no mercado institucional”, diz, ao avaliar que o Papa-DF possibilita ainda a criação de empregos e mais renda no campo.

Para concorrer, é preciso observar as especificações de cada edital, sempre lançado pela Secretaria da Agricultura.

Neste ano, a pasta publicou chamada pública para interessados em comercializar pão de queijo congelado, biscoito de polvilho e polpa de fruta.

Esses alimentos serão utilizados para o fornecimento de lanches em eventos educativos promovidos pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF).

Órgãos públicos podem solicitar a compra de alimentos por meio do Papa-DF

No caso dos órgãos do governo, é preciso encaminhar a demanda para a Gerência de Compras Institucionais, da Secretaria da Agricultura. “São compras diretas, com tempo de espera menor pelos órgãos”, explica o gerente.

Os agricultores familiares que queiram fornecer os produtos deverão observar as condições estabelecidas nos editais e apresentar as propostas, que serão avaliadas e classificadas conforme os critérios de priorização dos participantes.

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Após essa etapa, vem a de assinatura do contrato com o órgão que mandou a demanda e iniciam-se as entregas. Podem ser comercializados até R$ 120 mil por unidade familiar a cada ano.

Estão aptos a participar do programa agricultores familiares e organizações que se enquadrem nas disposições da Lei Federal nº 11.326, de 2006, comunidades tradicionais e beneficiários da reforma agrária.

Além disso, é indispensável que o interessado tenha declaração de aptidão para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Edição: Raquel Flores