26/03/2018 às 19:43, atualizado em 27/03/2018 às 09:21

Acordos firmados no 8º Fórum Mundial da Água fortalecem consciência sustentável

Documentos construídos durante encontro internacional estimulam a colaboração entre governos e reforçam o compromisso dos poderes com a gestão dos recursos hídricos

Por Gabriela Moll, da Agência Brasília

Na semana do 8º Fórum Mundial da Água, encerrado na sexta-feira (23), foram elaborados acordos que reforçam o compromisso das nações com a preservação dos recursos hídricos.

A edição de Brasília do evento internacional deixa como legado publicações construídas a título de colaboração, como o Chamado para Ação de Governos Locais e Regionais sobre Água e Saneamento de Brasília.

No texto, autoridades locais reconhecem o papel central dos governos no alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentável, de acordo com a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), e encorajam uma visão compartilhada para políticas sobre água e saneamento.

Entre as recomendações listadas no documento, estão:

  • Priorizar o acesso a água e saneamento de qualidade
  • Avançar em legislações que permitam o uso justo, eficiente e sustentável dos recursos hídricos
  • Aumentar o financiamento para projetos sobre água e saneamento
  • Projetar riscos e adaptação às mudanças climáticas e proteger áreas sensíveis
  • Fortalecer as capacidades de governos locais e dos cidadãos para a gestão da água

Na Declaração Ministerial, ministros representantes de 56 países elaboraram chamado urgente para uma ação decisiva sobre a água.

Baseado no objetivo de desenvolvimento sustentável número 6 (ODS 6): água potável e saneamento, o acordo estimula o compartilhamento de soluções na gestão integrada de recursos hídricos e incentiva a cooperação global por meio das redes formadas durante o fórum.

[Olho texto=”Elaborada por juízes, promotores e especialistas de 57 países, a Carta de Brasília reforça os princípios de segurança hídrica, universalização do abastecimento e redução da desigualdade” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]

Na Declaração do Ministério Público sobre o Direito à Água, o Instituto Global do Ministério Público lista princípios que zelam pela justiça e defendem a correta utilização, gestão e proteção dos recursos hídricos, além do controle do impacto das atividades humanas no meio ambiente. O documento foi assinado por nove países.

A participação do Poder Judiciário no fórum foi reforçada com a Conferência de Juízes e Promotores, que contou com 83 especialistas de 57 países e emitiu, como documento final, a Carta de Brasília.

Firmado por 134 autoridades de 20 países, o Manifesto dos Parlamentares aborda o papel dos parlamentos e o direito à água, de forma a reconhecer a necessidade de empenho das partes para garantir segurança hídrica, universalização do abastecimento e a diminuição da desigualdade.

Elaborada pelo grupo focal de sustentabilidade, novidade na edição brasileira do fórum mundial, a Declaração de Sustentabilidade faz um chamado pela mobilização de todas as partes para garantir um futuro sustentável para o planeta e pelo compromisso de enfrentar os crescentes desafios das questões relacionadas à água.

9ª edição do Fórum Mundial da Água será em Dacar

A 8ª edição do Fórum Mundial da Água, encerrada em Brasília na sexta (23), registrou recorde de público, com mais de 100 mil participantes, oriundos de 172 países.

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Criado em 1996 pelo Conselho Mundial da Água, o fórum foi idealizado para estabelecer compromissos políticos acerca dos recursos hídricos.

A edição brasiliense criou 8 mil empregos diretos e indiretos. Além disso, nas atividades de conscientização, foram plantadas 10.333 mudas do Cerrado.

encontro internacional ocorre a cada três anos e já passou, antes de Brasília, por Daegu, na Coreia do Sul (2015); Marselha, na França (2012); Istambul, na Turquia (2009); Cidade do México, no México (2006); Kyoto, no Japão (2003); Haia, na Holanda (2000); e Marrakesh, no Marrocos (1997).

edição, em 2021, será em Dacar, no Senegal, e terá como tema Segurança Hídrica para Paz e Desenvolvimento.

Edição: Vannildo Mendes