22/04/2018 às 10:05, atualizado em 23/04/2018 às 10:26

Canal do Rodeador tem projeto executivo de revitalização finalizado

Tubos nos ramais principal e secundários vão permitir economia na retirada de água. Adasa aguarda liberação de recursos internacionais para implementação das ações

Por Maryna Lacerda, da Agência Brasília

Com a revitalização do Canal do Rodeador, o abastecimento de água na região da Bacia do Descoberto, em Brazlândia, será reforçado. Isso porque a implementação de tubos onde hoje a água corre em chão batido permitirá reduzir em 50% a vazão de retirada do Ribeirão Rodeador.

[Numeralha titulo_grande=”50%” texto=”Possibilidade de redução de vazão de retirada do Ribeirão Rodeador” esquerda_direita_centro=”direita”]

É o que propõe o projeto executivo de revitalização do canal, finalizado pela Agência de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa-DF) no início do mês.

O plano prevê a instalação de tubos em PVC e polietileno nos 13,7 quilômetros do ramal principal e nos 15,7 quilômetros dos dez ramais secundários. Os materiais foram escolhidos em razão da resistência e do custo reduzido.

As intervenções vão possibilitar reduzir a outorga de captação, ou seja, a autorização para retirada de água, de 480 litros por segundo para 260 litros por segundo. Dessa forma, menos água do Ribeirão Rodeador será usada para atender à irrigação dos cerca de 900 hectares da área produtiva.

[Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Hoje, a captação tem de considerar a evaporação e a infiltração da água no solo para garantir o atendimento de todos os usuários do canal. “Com os tubos, a perda hídrica será mínima. Assim, faremos chegar a mesma quantidade de água às propriedades sem retirar tanta água do Ribeirão Rodeador”, explica o superintendente substituto de Recursos Hídricos da Adasa, Hudson Rocha de Oliveira.

A expectativa é que 102 propriedades sejam beneficiadas — 96 de integrantes da Associação Rural e Cultural Alexandre de Gusmão e seis de produtores independentes.

Próxima etapa é obter recursos por meio de empréstimo internacional

Com a conclusão do projeto executivo, o governo de Brasília aguarda empréstimo pedido ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e ao Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata).

As intervenções estão orçadas em 41,1 milhões de dólares (cerca de R$ 140 milhões) e previstas no programa Brasília Capital das Águas. A autorização para captar o investimento foi dada por meio do Projeto de Lei nº 1.762, aprovado pelo plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Canal do Rodeador

Plano considera controle individual da distribuição de água

Um avanço permitido pelo projeto é a instalação de válvulas que permitem abertura e fechamento da água no acesso das propriedades e na saída principal do canal, no Ribeirão Rodeador. “Com isso, só entrará a quantidade de água de que os produtores, de fato, necessitam”, explica o técnico da Adasa.

A distribuição igualitária, por sua vez, será viável por meio do processo de pressurização. Isso significa que, em determinados pontos do canal, o tubo será enterrado em maior profundidade, para permitir o fluxo da água por gravidade.

Revitalização do Canal do Santos Dumont, em Planaltina, inspirou melhorias no Rodeador

A recuperação do Canal do Rodeador foi elaborada pela A1MC Projetos Eirele, empresa contratada pela Adasa por meio de processo licitatório. O contrato, assinado em 22 de março de 2017, tem o custo de R$ 154,8 mil.

A contratada também foi responsável pelo projeto de tubulação do Canal do Santos Dumont, em Planaltina. Entregue em novembro de 2016, o plano está em análise pela agência reguladora. Somente após essa etapa, pode-se iniciar a compra dos materiais necessários para a obra.

Edição: Marina Mercante