08/06/2018 às 20:05, atualizado em 11/06/2018 às 10:17

Todos os grupos de alimentos da Ceasa tiveram queda de preço em maio

Produção local e aumento da oferta de gêneros garantiram deflação de 4,13% no mês passado em relação a abril

Por Vinícius Brandão, da Agência Brasília

Os preços de varejo dos grupos de frutas, legumes, verduras e ovos apresentaram redução durante o mês de maio em Brasília. Os dados, apresentados em entrevista coletiva nesta sexta-feira (8), são das Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF).

Índice Ceasa do DF teve queda de 4,13% em maio em relação a abril.

Índice Ceasa do DF teve queda de 4,13% em maio em relação a abril. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Segundo o economista João Bosco Soares, da Diretoria Técnico-Operacional da Ceasa-DF, é normal haver deflações no período de transição das chuvas para o frio e a seca. “Mesmo que algum item tenha sofrido alta, as produções locais e de época fizeram a variação do setor diminuir.”

Com isso, o Índice Ceasa do DF (ICDF) teve queda de 4,13% nos preços em relação a abril. O peso maior veio das frutas mamão Formosa (-43,26%) e mamão Havaí (-41,23%), que receberam muita oferta no varejo antes da greve dos caminhoneiros no fim do mês. O que possibilitou a formação de estoques dos produtos.

Mesmo no caso da goiaba (19,17%), a maior inflação do setor, a entressafra da fruta não acarretou diminuição nas vendas porque ela tem produção local. Assim, o efeito da greve foi menor.

O mesmo fator garantiu a deflação dos legumes (-2,67%), também produzidos em Brasília e que neste ano registraram aumento de produção. As exceções são batata-lisa (33,51%) e tomate (30,35%), que foram afetados pela greve.

Já as verduras (-28,15%) estão em época de produção com a seca e a chegada do inverno.

Variação do IPCA é uma das mais baixas em Brasília

A inflação com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de Brasília é uma das mais baixas do País. Tanto no acumulado de 2018, de janeiro até maio (aumento total de 0,61%), quanto no mensal, com crescimento de 0,15% em maio, em relação a abril.

[Olho texto='”Temos (no DF) uma inflação benigna, porque os aumentos não se disseminam por todos os nosso itens de compra. A tendência é que fique neste patamar mais baixo”‘ assinatura=”João Renato Lerípio, economista da Codeplan” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Os dados foram divulgados junto com o ICDF na sede da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), que analisou o levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No mês, foi a menor inflação do Brasil, enquanto no acumulado, ficou acima apenas da de Goiás (0,53%). Segundo o economista da Codeplan João Renato Lerípio, os aumentos modestos de preço refletem uma tendência da economia local.

“Nós temos uma inflação benigna, porque os aumentos não se disseminam por todos os nosso itens de compra. A tendência é que fique neste patamar mais baixo”, explicou o economista.

Na apresentação, ele mostrou que, apesar do aumento da gasolina em Brasília (1,42% mais caro em relação a abril), a diminuição das passagens aéreas (-13,91%) segurou a inflação do grupo dos transportes.

Outro produto que teve influência para que a inflação fosse baixa foi o mamão, como apresentado pelo ICDF. Apesar de ter peso baixo no IPCA, a fruta teve tanta diminuição que contribuiu com -0,04 pontos percentuais no índice.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também apresentou variação baixa para a capital federal. No acumulado, Brasília apresentou 0,61% de crescimento nos preços, enquanto a alta mensal foi de 0,18%.

Como o INPC contempla produtos para os consumidores com renda mensal de um a cinco salários mínimos, o aumento do valor da energia elétrica, devido à mudança da tarifa para amarela, tem peso maior. No entanto, a passagem aérea e o mamão mantiveram a inflação baixa.

Já o IPCA contempla a cesta de compras dos consumidores com renda de um a até 40 salários mínimos.

Edição: Vannildo Mendes