16/04/2019 às 17:41, atualizado em 12/07/2019 às 16:13

No mundo encantado da contação

Professores da rede pública se especializam em interpretar histórias para estimular a imaginação dos alunos e despertar o interesse pela literatura

Por Daniela Brito, da Agência Brasília

Turma reunida em uma sessão de histórias contadas com boa dose de teor interpretativo: atenção total / Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília

A arte de contar histórias vem ganhando cada vez mais espaço nas escolas públicas do Distrito Federal – onde a Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais de Educação (Eape) oferece um curso específico para essa modalidade de ensino. As narrações interpretadas por contadores demonstram, na prática, os amplos caminhos  que a literatura abre, provocando o interesse, despertando a imaginação e fazendo com que as crianças vejam a leitura como um hábito prazeroso e não como uma obrigação. Até o mais desatento dos alunos se encanta com a interpretação, as cores e a encenação.

“É muito complicado cativar a criança na história, levando em conta que hoje temos internet, a televisão e outros meios de distração”, analisa o professor de artes cênicas Denilson Silva Araújo, da Escola Classe 116 de Santa Maria. “Então, o curso de contação de histórias nos ajudou muito a envolver os nossos alunos de um jeito mais rico e interessante”.

Neste ano, o curso A arte de contar histórias tem 11 turmas matriculadas no Distrito Federal. Desde o início, em 2000, já formou cerca de 3,4 mil contadores e vários grupos de profissionais, como Paepalanthus, Trupe da Carochinha, Grupo Flor de Cacau e Associação Amigos das Histórias, entre outros.

Estímulos

“Essa formação está pautada em aulas teóricas e vivências práticas, onde o educador aprende, além de técnicas de contação, a produzir recursos para a atividade e atingir público de todas as idades”, explica a coordenadora do Centro de Vivências Lúdicas-Oficinas Pedagógicas da Eape, Luciana Ribeiro. “Esse curso incentiva a leitura literária de forma lúdica e criativa e possibilita que o momento da leitura seja um espaço de criação e recriação da realidade, favorecendo a sensibilização, reflexão e a criticidade”.

Na Escola Classe 116, em Santa Maria, o estímulo à leitura é feito de forma sistemática. Semanalmente, os alunos vão à biblioteca, assistem à encenação das histórias e depois fazem uma redação. Nesta semana, foi a vez da fábula A nuvenzinha triste. A professora Rosa Araújo, responsável pelas aulas, usou  ferramentas de cor, colagens e interpretação. “Tem alunos que são mais dispersos e, quando tem uma história que interessa e com meios audiovisuais, eles expandem a curiosidade e acabam lendo e escrevendo melhor”, relata Luciana.

Para mais informações, educadores interessados em fazer o curso de contação de histórias podem pesquisar no site da Eape http://www.eape.se.df.gov.br. Em tempo: a Escola Classe 116, de Santa Maria, aceita doações de livros. Para doar, basta entrar em contato pelo telefone (61) 3901-6613.