24/05/2019 às 15:44, atualizado em 12/07/2019 às 16:17

A vacinação é a mais eficaz maneira de evitar a influenza

Secretaria de Saúde do DF reforça importância da imunização e esclarece dúvidas sobre a vacina, que será aplicada, gratuitamente, até o dia 31 (sexta-feira)

Por Ian Ferraz, da Agência Brasília

Até o dia 31, a próxima sexta-feira, a Secretaria de Saúde fará a vacinação contra o vírus Influenza (gripe), por meio de uma campanha iniciada em 10 de abril. Para reforçar a importância da imunização e esclarecer dúvidas, a Agência Brasília conversou com a gerente de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis e de Transmissão Hídrica e Alimentar da Secretaria de Saúde, Renata Brandão, que destacou a segurança da vacina e a necessidade de o público-alvo receber a dose. O Governo do Distrito Federal espera imunizar pelo menos 789 mil pessoas, o equivalente a 90% dos grupos elegíveis.

 Qual a importância da vacinação da Influenza e até quando a população pode se imunizar na rede pública?

A vacinação contra a Influenza é muito importante, pois tem o propósito de reduzir internações, complicações e morte, principalmente entre o público-alvo. A influenza é uma doença respiratória infecciosa, de origem viral, que pode levar ao agravamento e óbito, principalmente nos indivíduos que tenham fatores de risco. Os grupos suscetíveis são crianças menores de cinco anos, gestantes, adultos com 60 anos ou mais, pacientes portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras situações especiais. Esse é o principal foco em  que é feita a estratégia de vacinação contra a influenza.

Quais os maiores mitos e dúvidas das população sobre essa vacina?

É se ela causa gripe. Isso não ocorre pelo fato de ser uma vacina de vírus inativado, fragmentado – e talvez seja esse o maior medo da população. É uma imunização muito segura.

Brasília - O Ministério da Saúde promove o Dia D de Vacinação contra a gripe em postos de todo o País. A expectativa é imunizar, até o próximo dia 26, cerca de 90% das 54,2 milhões de pessoas que estão no público-alvo da campanha. (Marcello Casal Jr/AgenciaBrasil)

A Secretaria de Saúde esclarece que a vacina, por ser feita de vírus inativado, não causa a gripe /Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

 A vacina tem restrição a algum grupo de pessoas? Quem não pode tomar?

Ela tem um perfil de segurança excelente, muito bem-tolerada, e não tem vírus vivo, então não causa doença.  Àquelas pessoas que tiveram alguma história de anafilaxia, ou seja, de reação alérgica grave a alguma dose anterior aos componentes da vacina, a gente pede uma avaliação médica para ver o risco e o benefício antes de administrar uma nova dose. Às pessoas que estiverem com febre moderada ou doença, a gente pede para adiar a vacinação até a resolução do quadro. Isso é mais com o intuito de não atribuir à vacina as manifestações da doença. Quem tem alergia a ovo, mas quando come o ovo apresenta apenas urticária, lesões na pele, pode tomar a dose. Naqueles casos de pessoas que, após a ingestão de ovo apresentaram sinais de anafilaxia – que seria desconforto respiratório, inchaço das vias aéreas e vômitos repetidos –, elas podem tomar a vacina, mas em local adequado. Seria indicado [tomar a vacina, nesses casos] em ambientes com atendimento de urgência e emergência para tratar eventuais manifestações alérgicas graves.

Após tomar a vacina, a pessoa deve adotar algum tipo de cuidado com alimentação, medicamentos ou outros fatores?

A vacina é segura e não há nenhum tipo de recomendação específica. Nós orientamos é que podem surgir eventos após a vacinação, como manifestações locais, dor no local, uma vermelhidão ou edema, que pode  aparecer em 15% a 20% dos pacientes. São eventos benignos que se resolvem em até 48 horas. Algumas pessoas podem ter febre de seis a 12 horas após a vacinação, sentir mal-estar e dor no corpo. Esses sintomas  desaparecem entre um a dois dias depois da imunização. É raro [ter reação adversa] e ocorre em 1% das pessoas imunizadas.

Além da imunização, há outras formas de a população se prevenir da influenza?

É importante ressaltar que a vacinação é a melhor forma de se evitar a doença ou de, pelo menos, evitar as complicações causadas por ela. Existem outras medidas preventivas que não servem apenas para a influenza, mas também para todos os vírus respiratórios. Uma delas é a etiqueta respiratória: ao tossir, deve-se cobrir o nariz e boca com um lenço. É importante descartar esse lenço no lixo e lavar frequentemente as mãos antes de se alimentar. Depois que tossir ou espirrar, procure lavar as mãos com água e sabão e, se não os tiver, use álcool gel. É bom evitar tocar olhos, nariz e boca. O ambiente deve ficar sempre ventilado e arejado. [Deve-se também] evitar o compartilhamento de objetos pessoais, como copos, talheres, pratos e garrafas.

Qual a estimativa de pessoas vacinadas no DF ao longo de toda a campanha?

A meta dessa campanha é vacinar pelo menos 90% dos grupos elegíveis, em torno de 789 mil pessoas. No momento, temos a cobertura em 72,6%, com 572.952 pessoas vacinadas [de 10 de abril a 23 de maio]. Os idosos, por exemplo, atingiram a cobertura de 92,5% e  bateram a meta da campanha.

O que mais a população deve saber sobre a vacinação?

Acho importante ressaltar que essa população que faz parte do público-alvo e que ainda não se vacinou que procurem as salas de vacina do Distrito Federal. Eles têm até o dia 31 de maio, e pedimos que procurem as salas de vacinação. A Influenza pode levar ao óbito, então é importante que as pessoas se conscientizem.