30/09/2019 às 09:04, atualizado em 09/10/2019 às 22:03

Nem a chuva impede plano de infraestrutura em Vicente Pires 

Realidade de várias ruas, antes sem drenagem nem pavimentação, já é outra em relação ao ano passado; GDF entregará tudo pronto em 2020

Por Hédio Ferreira Júnior, da Agência Brasília

Vicente Pires seguirá seu plano de infraestrutura, mesmo no período de chuvas. A instalação de sistemas de drenagem de água e esgoto, de bocas de lobo e a pavimentação de ruas e calçadas – já realidade em algumas quadras – segue firme.

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Essa perspectiva está mudando o dia a dia de moradores e comerciantes, como Welber Rodrigues, de 35 anos, proprietário de uma padaria no cruzamento das ruas 10 e 7. No ponto há pouco mais de seis meses, ele sentiu as dificuldades da falta de infraestrutura viária durante as obras na região administrativa. 

Welber, dono de padaria entre a 10 e 7: “Valeu esperar” – Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Reduziu o quadro de funcionários, sentiu a clientela diminuir pela dificuldade do acesso e o faturamento cair. Com a conclusão da pavimentação e colocação de meio-fio na última sexta-feira (27), porém, viu tudo melhorar. “Valeu a pena esperar. Já senti que as vendas aumentaram e, diante disso, precisarei contratar mais funcionários”, prevê. 

Até o final de 2020, o Governo do Distrito Federal (GDF) espera entregar todo o projeto de infraestrutura concluído em Vicente Pires. Até setembro, foram asfaltados 142.413 metros quadrados de ruas e avenidas e 49.843 metros quadrados de condomínios e chácaras. Já ganharam pavimentação as ruas 3, 3B, 3C, 4, 4B, 6, 7, 8, 10 – parcial ou integralmente. Na rua 10 há trechos onde até as calçadas foram entregues aos moradores.

Dissipadores e bacias
Dos 85 dissipadores previstos para reduzir a força de correntezas das chuvas antes de desaguarem nos rios, 38 foram concluídos e oito estão em fase de execução. Das 22 bacias de contenção das águas, 10 já estão prontas e oito em andamento. 

Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

“Mesmo em dias de chuva continuamos trabalhando, construindo túneis e intervenções subterrâneas, que não são vistas. Na estiagem, aproveitamos para executar a pavimentação das ruas e avenidas. Este ano a população já irá sentir a diferença”, avalia o secretário de Obras e Infraestrutura, Izídio Santos Júnior.

Características geográficas
Planejada para ser uma colônia agrícola de chácaras, inclusive pelas suas características geográficas, a região acabou aos poucos ocupada por casas em condomínios, lojas e edifícios. Tudo, porém, sem um planejamento de rede se captação de águas de chuva e escoamento – o que resultou em diversos alagamentos e incidentes ambientais, causando prejuízos e transtornos à população. 

[Olho texto=”Chegou a hora de o governo dar o retorno necessário trazendo novamente a harmonia para a cidade” assinatura=”Ibaneis Rocha, governador do DF” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

É a primeira vez que um plano organizado passa a ser executado para mudar a realidade de quem vive, trabalha e transita por ali. De acordo com o governador Ibaneis Rocha, Vicente Pires passou por um período de muita tristeza, com muitas chuvas e muitos prejuízos. 

Arrumação da casa
Em Vicente Pires há 15 anos, o aposentado Bernardino Filho, de 69 anos, lembra o sofrimento que enfrentava com a lama em dias de chuva e a poeira em excesso nos períodos de seca.

Bernardino, morador há 15 anos: o transtorno de hoje é o conforto de amanhã – Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Morador da rua 3, ele precisava dar uma grande volta para sair de casa e evitar os contratempos da área central da região. Agora, ele garante, a história é outra. “É como diz o ditado: o transtorno de hoje é o conforto de amanhã. As pessoas têm que entender que vai passar. E melhorar”, diz.

Dono de uma loja de produtos agropecuários na rua 8, Fernando Santana, de 31 anos, já tem asfalto, meio-fio, boca de lobo e calçada em frente ao seu comércio.

Ele ainda quer mais: não quer poeira e a garantia de que a clientela que sumiu durante as obras reapareça. Mas admite: “É como reformar a casa morando e com os móveis dentro: não tem como não incomodar pra ficar melhor.”