03/12/2019 às 21:00, atualizado em 04/12/2019 às 17:35

Alunos de escola da Vila Basevi têm dia de intercâmbio com Embaixada da Irlanda

Declamação de poemas e troca de experiências culinárias marcaram o encontro

Por Agência Brasília *

| Foto: Secretaria de Relações Internacionais / Divulgação

Foi promovido nesta terça-feira (3) mais um projeto de intercâmbio do Programa Embaixadas de Portas Abertas (Pepa). A iniciativa coordenada pelo Escritório de Assuntos Internacionais do Governo do Distrito Federal (EAI-DF), com apoio da Secretaria de Educação (SEEDF) e da Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB), promoveu a visita da Embaixada da Irlanda à Escola Classe Basevi.

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Como contou a professora Lígia no início do encontro, “a Vila Basevi está localizada no cantinho da região do Grande Colorado, entre o Parque Nacional de Brasília e a Chapada da Contagem, além de fazer parte da Área de Preservação Ambiental do Cafuringa. Quem segue pela DF-001, depois de contornar o balão do Colorado e seguir à direita, logo chega aqui. No trajeto, imagina-se empreendendo uma longa viagem, mas, em poucos quilômetros, é possível ver a estradinha calçada de pequenos blocos de concreto, rigorosamente organizados, que nos faz chegar a essa pequena vila, composta por uma população humilde que soma cerca de três mil habitantes”, declarou.

Atualmente, a escola possui 286 estudantes, entre quatro e 13 anos de idade, para Educação Infantil e Ensino Fundamental I.

Para o encontro com a comunidade escolar, o chefe adjunto de missão na Embaixada da Irlanda, Declan Heery, chegou acompanhado por sua esposa, Adriana Heery, e pela assessora diplomática, Vânia Brandão. Prontos para conhecer um pouco mais da cultura brasileira sob a óptica desses estudantes brasilienses, eles aceitaram o convite da escola a “uma viagem pelas cinco regiões brasileiras”, na qual trouxeram pequenas amostras do que há na cultura popular do país. E, assim, uma sequência de apresentações se seguiu.

 

Para homenagear a Região Sul e um de seus maiores poetas, o aluno Samuel, 11 anos, declamou “O Tempo”, de Mário Quintana. Já para enaltecer a Região Centro-Oeste, a escritora nascida no Goiás Cora Coralina ganhou voz por meio da interpretação da aluna Maria Clara, do 5º ano, com o poema “Saber Viver” (veja a íntegra ao final desta matéria). As demais apresentações regionais ficaram por conta das danças do samba, do baião e do carimbó, para representar a identidade cultural dos povos do Sudeste, do Nordeste e do Norte, respectivamente.

Diversidade gastronômica

A culinária também integra parte das tradições do país e demonstra a adaptação, na mesa do brasileiro, sobre o que a indústria e o comércio local proveem. Tendo isso em vista, os participantes degustaram, dentre outros pratos, a feijoada, o queijo com a goiabada, a galinhada e a muqueca.

| Foto: Secretaria de Relações Internacionais / Divulgação

Outro momento que chamou atenção foi a entrega de um quadro em tapeçaria confeccionado pelos alunos. Nele, borboletas e flores compunham um cenário colorido e delicado para ser entregue por um dos alunos a Declan Heery. Em agradecimento, o diplomata parabenizou os estudantes pela alegria e interesse demonstrados desde o primeiro encontro com a embaixada, momento em que aprendiam sobre um país distante como a Irlanda. Ele ainda ressaltou a importância que tem a educação nos anos iniciais das crianças para que possam crescer saudáveis.

Nas palavras de Adriana Heery, a educação da escola pública ganhou força. Ela compartilhou seu empenho nos estudos na rede pública, que lhe possibilitou ter a oportunidade de, hoje, conhecer inúmeros países e culturas. Ela incentivou as meninas e os meninos a continuar seguindo seus sonhos tendo tal perspectiva como base.

“A integração da comunidade diplomática em Brasília com a rede pública de ensino, por meio do Embaixadas de Portas Abertas, proporciona uma imersão nas mais diferentes culturas do mundo e, para nós da escola, essa participação no projeto demonstra que a globalização de conhecimentos e tradições é um caminho sem volta”, declara a diretora da escola, Virgínia Márcia.

Ao final da solenidade, foram entregues pelo EAI-DF, em nome do programa, os certificados de parceiros às duas instituições, consolidando, assim, mais um intercâmbio. Na ocasião, o chefe adjunto do Escritório de Assuntos Internacionais do GDF, Emiliano Abreu, parabenizou os detalhes cuidadosos com que a escola promoveu as atividades do dia.

Também participaram do encontro as coordenadoras centrais da Gerência de Acompanhamento de Programas e Projetos Educacionais da SEEDF, Mirian do Carmo Silva e Adriana Motta, e a coordenadora intermediária da Creso, Marcela de Araújo.

 

 

“Saber Viver” (Cora Coralina)

Não sei…
se a vida é curta
ou longa demais para nós.
Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido,
se não tocarmos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
colo que acolhe,
braço que envolve,
palavra que conforta,
silêncio que respeita,
alegria que contagia,
lágrima que corre,
olhar que sacia,
amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo:
é o que dá sentido à vida.

É o que faz com que ela
não seja nem curta,
nem longa demais,
mas que seja intensa,
verdadeira e pura…
enquanto durar.

 

* Com informações do Escritório de Assuntos Internacionais