06/01/2020 às 15:32, atualizado em 06/01/2020 às 15:37

Cuidado com as dietas que prometem milagres

Voltar à boa forma é possível, com consumo moderado e, principalmente, supressão dos alimentos ultraprocessados

Por Agência Brasília *

Com o fim das festas de fim de ano, vem a preocupação em voltar à boa forma e comer direito. Mas, na busca pela alimentação saudável para perder os quilinhos conquistados no Natal e no Réveillon, a dica é passar longe das promessas vindas com as “dietas milagrosas”, que podem trazer riscos à saúde.

“O ideal é evitar dietas muito restritivas, ainda mais sem orientação”, explica a gerente substituta de Serviços de Nutrição da Secretaria de Saúde (SES), Carolina Gama. “Há um risco de não consumir nutrientes importantes que, a longo prazo, pode gerar carências nutricionais.”

Carolina lembra que o importante é “priorizar alimentos in natura e minimamente processados, que devem ser a base da alimentação”. Isso inclui legumes, verduras e frutas, consumidas diariamente nas refeições. “Quanto mais colorida for a alimentação, mais nutrientes ela terá”, destaca a nutricionista.

Quanto mais colorida for a composição do prato, mais nutrientes a alimentação terá | Foto: Mariana Raphael / SES

Consumo balanceado

Carnes, leite e outros alimentos processados também podem ser consumidos, desde que não tenham na composição tanto sal, gordura e açúcar, e que ainda seja possível identificar o alimento natural contido. Já os alimentos ultraprocessados devem ser evitados a todo custo. A parte difícil é que eles são encontrados em toda parte, sempre acompanhados de muita propaganda, descontos e promoções.

“Esses são os industrializados, que se distanciam muito dos alimentos in natura”, pontua Carolina. “Às vezes é até difícil identificar do que é feito o alimento, que tem muitos ingredientes, corantes, conservantes, estabilizantes, que só aumentam o tempo de prateleira do produto e não agregam qualidade nutricional.”

Para fugir desses tipos de produtos, a nutricionista recomenda resgatar a prática de preparar a alimentação em casa. Se possível, é importante também comprar uma grande variedade de alimentos naturais em locais agroecológicos. Além disso, apesar de sal, açúcar e gorduras não serem proibidos, a moderação sempre deve ser uma constante quando se trata desses componentes.

“No mais, a pessoa precisa de exercícios físicos regulares, se hidratar e  fazer três refeições por dia com legumes e verduras, sem substituir por lanches”, ressalta a nutricionista. “Sempre é bom fazer refeições em locais tranquilos, mastigando bem. A boa digestão começa na boca, para a melhor absorção dos nutrientes.”

Como se orientar

 Em caso de dúvidas, a população pode procurar a unidade básica de saúde (UBS) mais próxima de sua residência para se informar melhor sobre as melhores práticas alimentares. “É possível buscar aconselhamento nas UBS para conhecer os programas ou grupos que existem em cada unidade a respeito desse tema”, informa Carolina Gama.

Também há orientações para uma alimentação mais saudável no Guia Alimentar para a População Brasileira, elaborado pelo Ministério da Saúde.

* Com informações da SES