10/02/2020 às 20:51, atualizado em 11/02/2020 às 13:58

Travessia sobre córrego garante segurança no Sol Nascente/Pôr do Sol

Novacap substituirá ponte improvisada por moradores por estrutura metálica para facilitar acesso à Escola Classe Juscelino Kubitschek

Por Ana Luiza Vinhote e Hédio Ferreira Júnior, da Agência Brasília

Estrutura metálica terá 14 metros de extensão e facilitará acesso da comunidade à ECJK | Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

Os moradores do Sol Nascente/Pôr do Sol vão ganhar até o final desta semana uma estrutura metálica segura, de 14 metros de extensão, para travessia de pedestres sobre o Córrego do Meio. As milhares de pessoas que utilizam diariamente o trecho de acesso da Chácara 126 (Trecho 2) à Quadra 500 (Trecho 1) passam por uma travessia improvisada, feita pela própria população com uma manilha coberta de terra. O local é um dos acessos de estudantes à Escola Classe Juscelino Kubitschek (ECJK), que será inaugurada nos próximos dias.

A estrutura ficou comprometida depois que uma chuva forte provocou o desmoronamento de parte do terreno, por onde também passavam carros e motos. Por precaução, o Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), interditou as duas entradas da via e impediu, desde então, a circulação de veículos. Assim, só será permitida a circulação das pessoas a pé.

[Olho texto=”“Desde o início da gestão o governo tem dado uma atenção especial ao Sol Nascente/Pôr do Sol”” assinatura=”Sérgio Lemos, diretor de Urbanização da Novacap” esquerda_direita_centro=”direita”]

Além do risco à segurança, a passagem improvisada compromete uma área de preservação ambiental. Na região, há uma nascente do Córrego do Meio, que sofre com dejetos de esgoto, lixo e entulhos de construção jogados pela população. A pequena ponte substituirá a manilha e, assim, restabelecerá o leito da água corrente que passa na região.

De acordo com o coordenador do Polo Oeste do GDF Presente, Elton Walcacer, a área controlada pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram) estava comprometida e representava risco. “Vamos dar mais segurança aos moradores que passam por lá, principalmente no acesso às crianças à EC JK”, explica.

Assim que a nova estrutura for montada, outra pinguela de madeira instalada a alguns metros da travessia de manilha – e ainda mais insegura – será removida.

Estruturação

Diante das ocupações irregulares que começaram no início dos anos 90, em agosto de 2019 o Sol Nascente/Pôr do Sol foi reconhecido pelo governador Ibaneis Rocha como uma região administrativa. Desde então, foram promovidas intervenções para melhorar a vida das quase 90 mil pessoas quem moram por lá.

Passagem improvisada havia comprometido área de preservação ambiental | Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

É o caso da costureira Jane Andrea, de 43 anos, que disputava com carros e motos a passagem sobre a manilha para chegar mais rápido à parada de ônibus. Sem a travessia, ela teria que descer três quadras antes e fazer o contorno até chegar ao outro lado. A moradora Vai conseguir manter a rotina, porém, com infraestrutura.

“Será um ganho enorme para nós moradores, tanto pra pegar o ônibus quanto para quem vai levar os meninos para a escola”, conta.

Passagem irregular

Segundo o diretor de Urbanização da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), Sérgio Lemos, a passagem é irregular e chegou a ser interditada pela Defesa Civil. “Além de dar mais segurança para a população, é uma forma de melhorar o trânsito do local. Desde o início da gestão o governo tem dado uma atenção especial ao Sol Nascente/Pôr do Sol”, destaca.

Costureira, Jane Andrea diz que travessia metálica “será um ganho enorme” para os moradores | Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

A construção da travessia metálica é de responsabilidade da Novacap. Serão cerca de oito profissionais envolvidos na obra, entre engenheiros, técnicos, serralheiros e soldador trabalhando para construir 14 metros de passagem. A ação deve aproveitar, inclusive, estruturas de trilho do metrô que foram substituídas. Os recursos são próprios do GDF.

Preocupação

O casal Larya Lari, de 28 anos, e Renato César, de 32, ambos autônomos, costumavam atravessar o trecho de moto. Quando chovia, não conseguiam percorrê-lo, pois corriam risco de ficar atolados. Agora, um dos filhos deles começou a estudar na ECJK, o que facilitará para eles o acesso estruturado da travessia.

“O acesso arrumado será muito bom para todo mundo”, garante ela, preocupada com o córrego d’água que tem na travessia.

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Apesar da preocupação dos moradores que conversaram com a reportagem, muitos deles fazem da área depósito de lixo e entulho. “O pessoal da Administração Regional do Sol Nascente/Pôr do Sol vai e limpa, mas é a própria vizinhança que promove a sujeira”, lamenta Jane Andrea.