13/02/2020 às 19:33

Todas as regiões de saúde terão Centro de Parto Normal

Atualmente, apenas a Leste conta com a Casa de Parto de São Sebastião

Por Agência Brasília*

A escolha de Ceilândia e Gama para iniciarem o projeto foi em razão da quantidade de partos que ambasrealizam. E o Hmib, por ser hospital de referência materno-infantil. Foto: Geovana Albuquerque/Saúde-DF

Todas as sete regiões de saúde do Distrito Federal contarão com um Centro de Parto Normal (CPN), que presta atendimento humanizado a mulheres que tenham condições clínicas e queiram ter parto normal. Atualmente, apenas a Região de Saúde Leste tem uma unidade assim, a Casa de Parto de São Sebastião. Outras três cidades estão com projetos em fase de finalização para serem licitados: Ceilândia, Gama e Hospital Materno Infantil.

Nessa quarta-feira (12), foi publicada a Lei 6.947, que estabelece diretrizes para a criação do Programa Centro de Parto Normal. “Com a publicação dessa lei, o Grupo Condutor da Rede Cegonha da Secretaria de Saúde, responsável pela implantação dos centros de parto normal, se reunirá para definir os locais onde deverão ser instaladas as outras unidades”, destaca a coordenadora do grupo, Gabrielle Medeiros.

Segundo ela, a escolha de Ceilândia e Gama para iniciarem o projeto foi em razão da quantidade de partos que ambas as cidades realizam. E o Hmib, por ser hospital de referência materno-infantil. “No projeto do novo Hospital Regional do Guará também já contemplamos um CPN. O próximo que devemos trabalhar é Samambaia, também pela quantidade de partos”, destaca.

Eles poderão ser dentro do hospital (intra hospitalar) ou estarem a 20 minutos de um unidade hospitalar, que é o caso da Casa de Parto de São Sebastião, com o Hospital da Região Leste como referência.

Diferença
A principal diferença entre um centro obstétrico e um centro de parto normal está na humanização. Neste segundo ambiente, a gestante é protagonista do parto e a intervenção do profissional de saúde é mínima. “O ambiente busca ser o mais parecido com o da casa da pessoa. Fica apenas uma paciente por quarto, que conta com banheiro exclusivo e espaço para acolher o acompanhante que a gestante quiser”, diz Gabrielle.

É assim que acontece na Casa de Parto de São Sebastião. As pacientes são acolhidas e avaliadas para saber se têm as condições clínicas para terem parto normal. Elas ficam na mesma sala durante o trabalho de parto, no parto e após o bebê nascer, sempre acompanhadas por enfermeiras obstetras e técnicos de enfermagem.

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A dona de casa Ana Cláudia Oliveira teve sua segunda filha na unidade, na quarta-feira (12). Maria Clara nasceu à noite e antes que ela viesse ao mundo, o pai, Fabiano Gomes, ajudou a mamãe a tornar as contrações mais leves.

“Foi muito bom poder ter ele por perto”, disse Ana Cláudia, que também considerou a atenção recebida da equipe como um dos pontos mais positivos da Casa de Parto. “Minha primeira filha eu ganhei no hospital e foi completamente diferente. Aqui, a gente tem mais atenção”, destacou.

A Casa de Parto de São Sebastião conta com quatro leitos, sendo um deles com banheira, uma das possibilidades de parto para as mamães. Segundo Gabrielle, a quantidade de leitos por CPN varia de acordo com as características da região, considerando, principalmente, a quantidade de partos realizados.

Segundo a coordenadora da Rede Cegonha, além da humanização, os CPNs visam diminuir o número de cesarianas. O preconizado pela OMS é que eles correspondam a apenas 15% a 20% do total de partos. No DF, entre os realizados na rede pública de saúde e na rede privada, chega a quase 50%. Na rede pública, fica em 39%. 

*Com informações da Secretaria de Saúde