14/02/2020 às 13:22, atualizado em 14/02/2020 às 13:43

SLU constrói mais duas lagoas para armazenar chorume

Já são 12 bacias de contenção do líquido. Medida visa evitar contaminação do córrego Melchior

Por Renata Moura, da Agência Brasilia

Duas novas lagoas de contenção vão se somar às já existentes para ajudar no tratamento de aproximadamente 50 milhões de litros de chorume| Fotos: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) concluiu a construção de mais duas lagoas de contenção de chorume no Aterro Sanitário de Samambaia. Nos próximos dias, outras quatro entrarão em operação.  A medida faz parte do plano de administração de cerca de 50 milhões de litros do lixo líquido que, no período da seca, passará por tratamento antes de ser lançado ao córrego Melchior.

“A partir de abril, quando as chuvas cessarem, o chorume diário vai cair pela metade e conseguiremos fazer o tratamento desse passivo”, explica o diretor-presidente-adjunto do SLU, Gustavo Souto Maior. Segundo ele, atualmente, a empresa contratada tem capacidade de tratamento apenas da produção diária de chorume, cerca de um milhão de litros. “É um volume muito grande, mas ainda não é o suficiente. No período de seca, esse montante cairá pela metade, e então poderemos trabalhar com o passivo”.

Medidas preventivas

Souto Maior lembra que o volume de chorume aumentou bastante no mês passado. “Neste ano, em janeiro, choveu 35% a mais que a média histórica”, pontua. Para evitar qualquer transbordamento, o SLU trabalha na administração das atuais 12 lagoas de contenção. “Com essas novas lagoas, vamos baixar o nível das mais antigas e, assim, impedir qualquer risco de transbordamento”, conclui.

As novas lagoas de contenção têm capacidade de armazenar em segurança cerca de 20 milhões de litros de chorume. Somado às outras oito lagoas, o volume ultrapassa 100 milhões de litros. “Estamos trabalhando com uma capacidade bem acima da esperada, porque teremos de desativar, em março, pelo menos duas lagoas antigas, localizadas no terreno destinado à segunda etapa do aterro”, informa Souto Maior. “Nossa expectativa é de tratar todo o passivo até setembro e, então, o aterro passaria a tratar o chorume diário integralmente”.

Processo de tratamento

O chorume, em dois momentos distintos: antes do tratamento (à direita, em embalagem com líquido escuro) e depois (à esquerda)

Oriundo de todas as 33 regiões administrativas do DF, o lixo chega ao aterro em caminhões pesados. São mais de 2,7 mil toneladas despejadas diariamente e compactadas com a ajuda de escavadeiras. O líquido resultante dessa movimentação segue por canaletas até duas lagoas de contenção, onde recebe produtos químicos que iniciam o processo de purificação.

Em seguida, o chorume passa por 16 filtros da estação de tratamento. “Ao final, a água já tratada segue com qualidade suficiente para escoar no córrego Melchior”, assegura o diretor-presidente.

Segundo o SLU, o Distrito Federal segue padrões internacionais para tratar os resíduos do lixo dentro do Aterro Sanitário de Samambaia. Diariamente, cerca de um milhão de litros de chorume são tratados antes de lançados à natureza. Todo o processo é acompanhando por técnicos do Brasília Ambiental e da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa).