21/02/2020 às 10:54, atualizado em 21/02/2020 às 12:40

Brasília ganhará Monumento da Língua

Anúncio foi feito durante evento da embaixada de Bangladesh em comemoração ao Dia Internacional da Língua Materna

Por Lívio di Araújo, da Agência Brasília

Brasília ganhará o Monumento da Língua. Ainda sem data para ser inaugurada, a novidade foi antecipada na noite desta quinta-feira (20/02), durante evento da Embaixada de Bangladesh no Brasil que comemorou o Dia Internacional da Língua Materna.

O Dia Internacional da Língua é comemorado oficialmente em 21 de fevereiro e tem grande importância para Bangladesh. Foi nesse dia, em 1952, que a cidade de Daca, capital do país, virou palco de um banho de sangue que marcou, para sempre, aquele povo: vários estudantes foram mortos pela polícia durante um protesto pelo reconhecimento da sua língua, o bengalês, como um dos dois idiomas oficiais do então Paquistão.

Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

O evento contou com a presença do embaixador Mohammad Zulfiqur Rahman e com a representante da Unesco no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto. O Governo do Distrito Federal (GDF) foi representando pelo chefe de gabinete do vice-governador Paco Britto, Paulo César Chaves.

 “Milhares de vidas foram sacrificadas para que pudéssemos, hoje, cantar o nosso hino”, disse o embaixador. O sacrifício do povo bengalês para estabelecer o direito à sua língua materna e foi um dos importantes passos tomados para a obtenção da independência de Bangladesh, em 1971.

Em 1999, o dia 21 de fevereiro foi proclamado em Conferência Geral da Unesco para a comemoração e, em 2002, a Assembleia Geral das Nações Unidas endossou a decisão e convidou todos os seus Estados-membros a promoverem a preservação e a proteção das línguas de todos os povos do mundo.

“Precisamos falar ao mundo e alertar a todos que existem muitas línguas em perigo, principalmente as indígenas”, afirmou Marlova. Estima-se que existam mais de 7 mil línguas no mundo, sendo que metade delas corre o risco de desaparecer. Paulo César Chaves também falou sobre o assunto: “A língua materna representa a identidade dos povos e por isso deve ser preservadas por todos nós”.

Durante o evento, a Unesco lançou o livro Escrever a paz, que conta a história da escrita e mostra, por meio de ilustrações, o alfabeto e formas de escrita de dezenas de países do mundo. Apresentações multiculturais representaram 12 nações através de danças e canções típicas de vários países do mundo.