03/03/2020 às 12:00, atualizado em 03/03/2020 às 15:25

Moa, um fã do samba e da qualidade de vida local

Quando Moacyr de Oliveira Filho, o presidente da Aruc, aqui chegou, Brasília tinha meros 17 anos. E foi isso o que o encantou: a chance de ajudar a escrever a história da cidade

Por Agência Brasília*

[Numeralha titulo_grande=”50″ texto=”dias para os 60 anos de Brasília” esquerda_direita_centro=”centro”]

Em homenagem à capital federal, formada por gente de todos os cantos, a Agência Brasília está publicando, diariamente, até 21 de abril, depoimentos de pessoas que declaram seu amor à cidade. 

Moa ajudou a fundar o bloco de Carnaval Pacotão e se aproximou da escola de samba Aruc, da qual acabei presidente por cinco mandatos. Foto: Arquivo pessoal

 

Sou paulistano, nascido e criado no Brás, e nunca imaginei morar em outra cidade. Em 1977, quando tinha 24 anos, minha vida mudou radicalmente, com o convite para vir trabalhar em Brasília, transferido pela Folha de São Paulo. O salário era muito melhor e tinha um único compromisso: deveria ficar, no mínimo, seis meses.

Quando desembarquei em Brasília, numa tarde de abril de 1977, jamais poderia imaginar que esta seria a minha segunda cidade natal. Pois foi o que aconteceu. O que era para durar seis meses, já dura 43 anos. Aqui casei (quatro vezes), tive cinco filhos e três netos. E hoje digo com orgulho que sou brasiliense de coração.

Quando aqui cheguei, Brasília era uma jovem cidade de apenas 17 anos de vida. E foi exatamente isso que me encantou. Aqui, a gente tinha a sensação que estávamos ajudando a escrever a história da cidade. O começo da abertura política, no governo Geisel, criava um clima de efervescência e entusiasmo. 

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Participei diretamente da retomada do Sindicato dos Jornalistas, com a eleição de Carlos Castelo Branco, e do Clube da Imprensa, do qual fui presidente, ajudando a construir não só um movimento de resistência à ditadura, mas um forte e pujante movimento cultural, que tinha o Clube da Imprensa como um dos seus polos irradiadores.

Ajudei a fundar o Pacotão, e por meio dele, me aproximei da Aruc, da qual acabei sendo presidente por cinco mandatos, não consecutivos, aonde estou até hoje.

[Olho texto=”Da minha Paulicéia Desvairada, onde nasci e morei 24 anos, guardo hoje apenas o amor pelo Corinthians e pelo Vai-Vai. Minha vida, meus amores e minhas paixões hoje estão todas aqui, há 43 anos.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Participei do movimento sindical, fui secretário de Estado em dois governos. Acompanhei, como assessor parlamentar, a Assembleia Nacional Constituinte, e me orgulho de ter ajudado a escrever a nossa Constituição Cidadã. Trabalhei em vários órgãos de imprensa, locais e nacionais, em assessorias, públicas e privadas, e no Congresso Nacional.

Apaixonado pela arquitetura, pelo verde e pela qualidade de vida que Brasília ainda nos proporciona, hoje, quando aquela adolescente de 1977 vira uma sessentona charmosa e atrevida, tenho orgulho de dizer, sem falsa modéstia, que nesses 43 anos que aqui vivo, ajudei a escrever um pedaço da história dessa cidade.

Do que muito me orgulho.

Da minha Paulicéia Desvairada, onde nasci e morei 24 anos, guardo hoje apenas o amor pelo Corinthians e pelo Vai-Vai. Minha vida, meus amores e minhas paixões hoje estão todas aqui, há 43 anos.

Moacyr de Oliveira Filho, o Moa, jornalista, presidente da Aruc, mora em Brasília há 43 anos