04/03/2020 às 12:00, atualizado em 04/03/2020 às 13:18

Jocelmar e o ‘jeito charmoso da Asa Norte’

Hoje aposentado, ele veio com a família para Brasília, em 1964. No início, moraram em um barraco. Resolveram ficar, atraídos pela concepção arquitetônica e urbanística do bairro

Por Agência Brasília*

[Numeralha titulo_grande=”49″ texto=”dias para os 60 anos de Brasília” esquerda_direita_centro=”centro”]

Em homenagem à capital federal, formada por gente de todos os cantos, a Agência Brasília está publicando, diariamente, até 21 de abril, depoimentos de pessoas que declaram seu amor à cidade. 

 

Jocelmar conta que as árvores na Asa Norte chegaram bem depois. “Ajudaram a diminuir o impacto do clima seco, humanizando a paisagem e aproximando as pessoas. Foto: Arquivo pessoal

 

“A história da minha modesta família se confunde com a criação de Brasília. Procedentes de Patos de Minas (MG), em 1953, eu, meus seis irmãos, meu pai e minha mãe fomos morar em Anápolis (GO). De lá, ouvimos a fama da nova capital que estava sendo construída e começamos a sonhar com a ideia de mudar nossa morada mais uma vez. 

Então, em 1964, minha mãe, a costureira Dona Marta, tomou a iniciativa. Viemos para Brasília, onde buscávamos melhores oportunidades de trabalho e educação e qualidade de vida.

Quatro anos depois, adquirimos um apartamento na Asa Norte, e ao final dos anos 1980, todos nós já tínhamos conquistado o ensino superior, inclusive, minha mãe. 

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Desde o início, moramos na Asa Norte, local de nossa preferência. No início, as edificações não eram tão confortáveis como as de hoje. Morávamos em barracos de madeira improvisados já que as de alvenaria eram destinadas ao comércio e aos funcionários públicos. Na Asa Sul, a estrutura já era definitiva, mas o lado norte da cidade, ao meu ver, sempre teve seu charme. 

O que mais me motivou a ficar em Brasília foi o atrativo da concepção arquitetônica e urbanística da cidade. Tudo se traduzia em novidade e deslumbramento.

[Olho texto=”Brasília, na concepção de cidade única, nos dizeres de Niemeyer, revolucionária e democrática, continua acolhendo de braços abertos brasileiros e estrangeiros. ” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Por ser uma cidade planejada, distribuída em superquadras residenciais, tais setores foram dotados de comércio amplo, escolas, drogarias, panificadoras e outras infraestruturas que facilitavam consideravelmente a vida dos cidadãos.

As árvores vieram bem depois para completar o que já era bom. Ajudaram a diminuir o impacto do clima seco, de Cerrado, humanizando mais a paisagem e aproximando mais as pessoas.

Brasília, na concepção de cidade única, nos dizeres de Niemeyer, revolucionária e democrática, continua acolhendo de braços abertos brasileiros e estrangeiros. 

Parabéns, Brasília!”

Jocelmar Coelho de Morais, 74 anos, professor aposentado da rede pública, mora na Asa Norte