12/03/2020 às 09:57, atualizado em 12/03/2020 às 16:22

Escadas rolantes da rodoviária começam a operar

Contrato, de R$ 1,8 milhão, tem duração de 12 meses, com previsão de manutenção permanente durante o período. Mau uso e vandalismo são os principais problemas

Por Jéssica Antunes e Ary Filgueira, da Agência Brasília 

Paradas há quase dois anos por causa de mau uso e atos constantes de vandalismo, as escadas rolantes da rodoviária finalmente começam a ser recuperadas | Foto de Lúcio Bernardo Jr / Agência Brasília

Quatro escadas rolantes da Rodoviária do Plano Piloto voltaram a operar nesta quinta-feira (12).  Depois de um serviço intenso e complicado de manutenção em virtude do quadro de vandalismo e mau uso, os equipamentos que permitem acessibilidade começam a funcionar de forma gradativa. Agora, os quase 800 mil passageiros que passam diariamente pelo maior terminal da capital podem acessar do subsolo ao térreo e do mezanino à plataforma superior. Foram quase dois anos sem operação.

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Para liberação das primeiras escadas, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), executora do contrato, trocou todas as 496 roldanas – são 124 em cada uma – e os roletes de degraus, que estavam danificados. “É um dia de alegria. Estamos liberando um conjunto de quatro escadas, que, paradas, trouxeram tanto transtorno, principalmente para deficientes físicos e cadeirantes”, pontuou o diretor-presidente da empresa, Candido Teles.

Técnicos da empresa contratada ficarão de plantão para atuar em caso de necessidade imediata de manutenção corretiva e preventiva. Um deles é Myke Sousa, que participou da instalação das escadas anos atrás e agora atua na revitalização dos equipamentos. Ele classifica como “deprimente” o cenário encontrado no início dos trabalhos. “É preciso fazer uso consciente”, alerta. “Quando chegamos aqui, encontramos pentes quebrados, borrachas cortadas e até fezes e urina na área dos degraus.”

O que atrapalha

O vandalismo e o mau uso são colocados como os principais problemas que levam os danos às estruturas. “Eu ajudei a projetar essas escadas e afirmo: aguentam até nove mil pessoas por hora, se for o caso. Elas quebram porque há furto de peças para vender; outras vezes, porque colocam peso de mercadorias em cima”, aponta o engenheiro mecânico Paulo César de Oliveira, da Novacap.

Os equipamentos passaram por uma série de testes para identificar e corrigir problemas. Na quarta-feira (11), os últimos ajustes foram feitos. Felícia Rodrigues, 58 anos, foi a primeira a usar. Com dores no joelho, ela enfrentava uma verdadeira via-crúcis para subir e descer os degraus de acesso à estação do metrô da rodoviária. “Vai ser muito bom a volta dessas escadas para mim”, garantiu a moradora de Brazlândia.

Felícia Rodrigues enfrentava dificuldades de locomoção: . “Vai ser muito bom a volta dessas escadas para mim” | Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

Uma vez oficialmente liberadas as escadas rolantes, a população comemorou a retomada da operação logo na saída do metrô. Morador de São Sebastião, o vigilante Roberto Ribeiro, 45 anos, valorizou a ação. “A maior importância é permitir acessibilidade”, destacou. “As escadas são patrimônio público. Espero que as pessoas cuidem [dos equipamentos] para poder usufruir disso. Não adianta só o governo cuidar e a população estragar”.

Roberto Ribeiro: “As escadas são patrimônio público. Não adianta só o governo cuidar e a população estragar” | Foto: Lúcio Bernardo Jr / Agência Brasília

Panorama

Ao todo, o terminal tem 12 escadas rolantes, que serão liberadas gradativamente, conforme a evolução dos reparos. A previsão é que a cada 60 dias seja entregue um conjunto dessas escadas. O valor total do contrato, válido por um ano e prorrogável por até outros cinco, é de cerca de R$ 1,8 milhão. Também há previsão de conserto e manutenção dos elevadores.