07/04/2020 às 14:33, atualizado em 07/04/2020 às 14:42

Lacen zera fila de espera por resultados de diagnósticos da Covid-19

Depois de passar a funcionar 24 horas, unidade analisa 350 exames por dia

Por Agência Brasília *

O Distrito Federal tem zerado diariamente a fila de espera para exames de diagnóstico do coronavírus. O tempo para conseguir o resultado reduziu, em média, de 72 horas, para até 24 horas. Tudo graças ao comprometimento dos profissionais do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). A unidade, responsável pela realização dos exames de detecção da Covid-19, passou a funcionar 24 horas para dar mais agilidade aos processos.

Com a mudança nas atividades do Lacen e o aporte de recursos humanos da Secretaria de Saúde, em torno de 350 exames são feitos por dia para detectar a Covid-19 na população do DF. A capacidade é chegar a mil, caso sejam utilizados os novos equipamentos disponibilizados pela parceria com a Universidade de Brasília (UnB). Até o momento, cerca de 4,5 mil testes foram realizados desde os primeiros exames para identificar os casos de coronavírus no Distrito Federal.

A dedicação dos servidores para alcançar esse patamar foi elogiada, nesta terça-feira (7), pelo secretário de Saúde, Francisco Araújo, que realizou uma visita técnica nas instalações. “Desde que o Lacen passou a funcionar 24 horas, deu uma forte agilidade nos resultados dos exames para a comunidade brasiliense”, afirmou o gestor. “Isso nunca houve na história do Lacen, de ter resultado no mesmo dia e a fila estar zerada”, destacou.

Na avaliação do gestor, mesmo em meio a pandemia, a população pode se sentir segura com o trabalho realizado pelos servidores e instituições renomadas como a UnB, que tem apoiado os trabalhos para detectar a doença. “Temos bons profissionais e instituições que tem o respeito da sociedade. Junto com o governo, conseguimos produzir o resultado que a população precisa, para ter a tranquilidade em meio a pandemia”, ressaltou Francisco Araújo.

Mudança

De acordo com o diretor do Lacen, Jorge Chamon, a mudança promovida na unidade alterou a rotina dos 60 profissionais que atuam no Laboratório Central. Alguns escolheram até dormir no local de trabalho, em beliches e camas disponíveis aos servidores, para manter o expediente durante as 24 horas de serviço para analisar os exames de Covid-19.

“Tudo é por uma causa maior, e tem contribuído bastante para mantermos essa quantidade de entregas. Sem dúvida, o esforço não é em vão, e tem melhorado muito os processos. Inclusive, temos inspirado outros laboratórios do país a ampliar para 24 horas”, comentou Chamon.

Apoio

Para que as medidas de combate ao Covid-19 tenham ainda mais eficiência, Francisco Araújo pediu o apoio do Ministério da Saúde nas ações locais de enfrentamento a doença. O que inclui mais recursos para a Secretaria de Saúde poder liberar leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes com a Covid-19.

“É importante que eles liberem os leitos de UTI que pedimos para credenciar, que são 319. O país está no meio de uma pandemia e o que os estados e o Distrito Federal precisam é de apoio”, ressaltou o secretário de Saúde, que também defendeu a continuidade do isolamento social.

Na última semana, o Ministério da Saúde fez um alerta sobre o risco de aceleração descontrolada do número de doentes pelo novo coronavírus nas próximas semanas, nos estados do Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas e o DF. O anúncio provocou insegurança na população.

“Discordamos veementemente da posição do Ministério, de colocar essa situação que nem existe na literatura, de aceleração descontrolada. Todo o esforço que estamos fazendo é de controle da situação”, reforçou o gestor.

Teste rápidos

Durante a visita técnica, Francisco Araújo também lembrou que mais testes rápidos para a Covid-19 estão em processo de aquisição pela pasta. “Estaremos colocando 300 mil deles para poder testar ainda mais pessoas no DF e dar mais celeridade a esse processo. Mas, atualmente, o Lacen é onde fazemos o maior número de testes”, informou.

O subsecretário de Vigilância à Saúde, Eduardo Hage, explica que os testes rápidos são baseados em reação imunológica e demoram até 30 minutos para ficarem prontos. Enquanto os do Lacen, de biologia molecular, são mais complexos e dispendiosos.

“Os testes no Lacen também são a partir da entrada da amostra e processados no mesmo dia. Mas não teremos um tempo de realização desse exame de mais de 24 horas. Todas as amostras que entram aqui, já tem o resultado”, comentou Hage.

A expectativa dos gestores é que os processos para aquisição dos testes rápidos sejam finalizados até a próxima semana, para então serem distribuídos a toda a rede pública de saúde.

* Com informações da Secretaria de Saúde